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A natureza e espaço

Por:   •  13/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.383 Palavras (6 Páginas)  •  352 Visualizações

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A mudança da relação do indivíduo com o mundo, segundo Serres, que antes era local-local, agora é local-global. Atualmente, vemos o mundo como inteiro.

O lugar é o intermédio entre o mundo e o indivíduo. Já para Milton, o lugar possui uma definição variável, pois está relacionado com a identidade do indivíduo e com a escala que pretendemos trabalhar. O seu conceito é um campo onde atuam forças multicomplexas, graças a individualização e especialização dos elementos do próprio espaço, gerando aprofundamento da relação desses elementos com o sistema-mundo.

Sendo que cada lugar é, tem a sua maneira, o mundo, esse imenso mundo torna-se diferente dos demais lugares. Pois, cada lugar apresenta suas características e singularidades, que permitem que esteja inserido no sistema-mundo, e se relacione com ele de forma diferente dos demais lugares.

Assim, é preciso encontrar novos significados do lugar no mundo atual, considerando o cotidiano, que para o autor é um conjunto de técnicas, ações, tempo e objeto.

Atividade Racional, Atividade Simbólica e espaço

A partir desse tópico, Santos destaca o conceito de tipologia da ação social (Weber), onde se pode distinguir uma atividade racional visando a um fim prático e uma atividade comunicacional, mediada por símbolos.

        Destacando assim uma situação que não pode ser aprendida se deixarmos de considerar as relações intersubjetivas que a caracterizam. Tornando entanto a partir do conceito de Rodrigues (1994), Milton faz uma distinção entre informação e comunicação.  

“Podemos nos comunicar com o mundo que nos rodeia, com os outros, e até mesmo conosco, sem procedermos à transmissão de quaisquer informações, tal como podemos transmitir informações sem criarmos ou alimentarmos quaisquer laços sociais.” (...) Já que na experiência comunicacional, intervêm processos de interlocução e de interação que criam, alimentam e restabelecem os laços sociais e a sociabilidade entre os indivíduos e grupos sociais que vivem os mesmos quadros de experiência e identificam as mesmas histórias de um passado comum.

Assim, comunicar apresenta uma negociação social, preocupações pragmáticas e valores simbólicos. Com isso, Milton nos apresenta o conceito de “Esboço simbólico” proposto por Tran-Duc-Thao, que representa um movimento de cooperação, uma totalidade da tarefa comum.

Mostra que não existem cotidianos isolados, os cotidianos de determinados indivíduos se cruzam em algum momento. Assim, os grupos sociais têm arranjos e acordos de existência, isto é, existe uma inter-relação social no cotidiano, um jogo simbólico de cooperação. Trocas, essas que não são necessariamente boas para todos os indivíduos.

Segundo Lefebvre (1971), a análise da vida cotidiana envolve concepções e apreciações na escala da experiência social.

Com o objetivo de introduzir o conceito de territorialidade segundo Soja (1971), o autor fala das relações inter-humanas que incluem os usos das técnicas e dos objetos técnicos e a sua compartimentação no espaço.

Enquanto Straforini apresenta um mesmo território pode ter diferentes usos, em cada momento ele pode apresentar um uso dependendo do jogo das condições simbólicas que são impostas. Alguns territórios são mais rígidos, outros são mais fluidos, depende das ações e objetos, do poder via normatização ou do “esboço simbólico’ do cotidiano que proíbe determinado uso.

Milton ainda destaca o conceito de prático-inerte, que segundo Straforini pode ser considerado um pouco mais do que a rugosidade, pois é o próprio espaço e uma leitura da paisagem. São as relações sociais materializadas no espaço.

O Papel da Proximidade

Milton apresenta o espaço, como uno e diferenciado. Como o conjunto dos homens que nele se exercem como um conjunto de virtualidades de valor, cujo uso é disputado a cada instante em função da diferença de forças.

Fala que a proximidade não se limita a definição de distâncias, está relacionada também com a intensidade e a totalidade das inter-relações entre pessoas. Desse modo, se torna possível falar em vizinhança na produção da consciência, e que a “densidade social” é uma acumulação que provoca mudança. Quanto maior a densidade, maior a modificação na qualidade e na espacialidade do objeto.

Em relação as cidades, Milton destaca, o fato, porém, é que, pela estruturação do seu território e do seu mercado (uno e múltiplo), as cidades atuais, principalmente as metrópoles, abertas a todos do mundo, não são menos individualizadas. Esses lugares, que de um modo geral é infinita de situações, fábrica de relações numerosas, frequentes e densas. O número de viagens internas é muitas vezes superior ao de deslocamentos para outros subespaços. Com condições semelhantes, as grandes cidades são muito mais movimentadas que as médias e pequenas. A cidade é o lugar onde há mais mobilidade e mais encontros.  A anarquia atual da cidade grande lhe assegura um maior número de deslocamentos, enquanto a geração de relações interpessoais é ainda mais intensa.

Dimensão Espacial do Cotidiano

Primeiramente, é destacado que o entendimento do conteúdo geográfico do cotidiano contribui para entendimento da relação entre espaço e movimentos sociais.

Milton ainda destaca que localidade se opõe e se confunde com globalidade, isto é, o mundo apresenta acesso restrito. A globalidade está relacionada com a ação no global, porém o global ainda é uma possibilidade, logo, é praticamente impossível uma ação se realizar no global, permanecendo com as mesmas intenções, forças do local de origem.

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