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A sociedade e suas formas no espaço

Por:   •  27/6/2016  •  Resenha  •  1.077 Palavras (5 Páginas)  •  620 Visualizações

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MOREIRA, Ruy. A sociedade e suas formas no espaço. In: Pensar e ser em Geografia. São Paulo: Contexto, 2007.

Ruy Moreira é considerado um dos principais representantes da geografia crítica no Brasil. Geralmente seus livros analisam questões epistemológicas e ontológicas abordando conceitos como de espaço, vivência, técnica, trabalho e etc. como em muitas de suas obras, neste texto, MOREIRA enfatiza as relações da sociedade com a natureza e o espaço e como estas relações foram estruturadas e a todo instante continuam se reestruturando.

No texto trabalhado o autor faz uma síntese da evolução da sociedade humana em nove diferentes “espaçostemporais” separados em tópicos. O primeiro espaço é caracterizado pela descoberta do fogo e a organização da agricultura, que possibilitam a relação do homem com o espaço gerando os primeiros centros de povoamento. O fogo se torna artefato para controle do meio e dominação de territórios possibilitando o preparo de alimentos e a iluminação, por exemplo, e a agricultura delimita os territórios facilitando a apropriação do solo. Com isto cria-se uma paisagem criada singularizada pela seletividade e se solidifica a paisagem natural através das formas de espaços dos gêneros de vida que se dividem em: extrativistas, de caráter nômade e basicamente coletores, caçadores e pescadores; pastoril, nômades e adotam a criação de animais; agrícolas, sedentários e vivem da agricultura.

O segundo espaço é qualificado pela produtividade do trabalho que gera o excedente, liberando a população para trabalhos não agrícolas originando a divisão social do trabalho, relações de troca e o desenvolvimento das cidades. Com o progresso das cidades há o melhoramento dos meios de transportes que passam a circular por vias permanentes (veículos sobre rodas) e da comunicação entre comunidades. Em seguida a técnica se trona mais forte e os instrumentos agrícolas tornam os gêneros de vida mais diversos entre as fronteiras. Há a evolução da enxada, do arado e da tração animal embaralhando os espaços e os tornando mais extensos e heterogênicos

No terceiro espaço salienta-se a apropriação de propriedades e a disparidade social dentro da comunidade que ocasionam a luta de classes e o surgimento do Estado. A paisagem ganha um novo arranjo que qualifica a hierarquia social (modo de produção asiático, escravista e feudal) onde no modo asiático a cidade central localiza-se a comunidade superior, no escravista há a existência de latifúndios da classe senhorial com a elite exercendo o poder e no modo feudal há a paisagem divididas em feudos que se diferenciam pela produção específica.

O quarto espaço caracteriza-se pela evolução das trocas que ocorre principalmente na Europa dentro dos feudos introduzindo um modo de produção capitalista (o mesmo não ocorre na Ásia pois as relações são extremamente comunitárias). Com a percepção do excedente o Estado dá a ele um caráter de acumulação de capital. Cria-se um território nacional com a uniformização de línguas, religiões, moedas, entre outros. Há também a separação do consumo e da produção, de áreas de cultivo e campos de criação, além do aprimoramento de vias terrestres e marítimas.

O quinto espaço é identificado pelo surto de trocas internacionais. Inicia-se uma fase de misturas com o intercâmbio de plantas e animais ocasionando um rearranjo territorial de espécies modificando os gêneros de vida e o ambiente.

O sexto espaço é especificado pela acumulação mercantil que tem por consequência a primeira revolução industrial. A fábrica funciona através de máquinas a vapor e se localizará próximo a portos, criando a cidade moderna. Em um dado momento a ferrovia toma as funções dos rios e estradas propiciando a instalação de indústrias em lugares diferentes. O Arranjo da cidade muda, havendo uma divisão técnica, social e espacial do trabalho, além disso a divisão por territórios torna-se uma divisão por uma divisão de estados-nação. Isto tem por resultado tensões sociais no campo devido a preços agrícolas, competição com grandes indústrias, entre outros fatores que levaram a uma crise agrária. Com a instabilidade agrária a cidade povoa-se por camponeses. A vida urbana passa a se distinguir cada vez mais da vida

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