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A África atravessa uma guerra com a pobreza

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Por:   •  5/5/2014  •  Artigo  •  2.168 Palavras (9 Páginas)  •  724 Visualizações

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A Africa vive a guerra contra a pobreza

Márcio Masatoshi Kondo* Especial para a Folha de S.Paulo

Quando olhamos para o mapa-múndi, notamos que o continente africano ocupa uma posição singular: atravessado pelo meridiano de Greenwich e pela linha do Equador, surge como o centro do mundo. Aparente berço da humanidade, a África, tal qual uma mãe, tem de purgar silenciosamente todos os desmandos do "Homo superior".

Fornecedora da mão-de-obra que enriqueceu a Europa, paradoxalmente foi esquartejada na Conferência de Berlim (1884-85): constituiu-se em 53 países separados por fronteiras artificiais, com incontáveis grupos etno-culturais que tiveram sua coexistência, nem sempre pacífica, e seus modos de vida destruídos em nome do progresso.

Não bastasse o quadro natural adverso (1/3 de áreas desérticas e em expansão e florestas impenetráveis), a África é vítima do seu passado: possui o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o maior IPH (Índice de Pobreza Humana) do mundo, ou seja, o menor PIB per capita, a menor taxa de urbanização, as maiores taxas de analfabetismo, de subnutrição, de natalidade, de mortalidade, de mortalidade infantil e de crescimento demográfico).

Além disso, convive com as doenças e a fome (na Somália, na Etiópia e no Sudão) e as guerras civis em Angola, Serra Leoa, Burundi, Ruanda e na República Democrática do Congo (ex-Zaire) e de fronteira (Chifre da África).

Sua economia, primário-exportadora, assegura o desenvolvimento, ainda que reduzido, de poucos países (Líbia, Egito, Marrocos, Tunísia, Zimbábue e África do Sul).

A maioria das nações vive da economia de subsistência, da plantation, quando não adoece ou passa fome.

Por ter mercado consumidor escasso, a África não pode participar do mundo globalizado, para o qual, não passa do lar de Tarzan e merece ser castigada, pois ousou sonhar com a liberdade após a "civilizada" 2ª Guerra Mundial. Seu lugar é apenas nos mapas.

Não bastasse isso, há duas décadas, a África da fome, das guerras e dos refugiados morre lentamente, vítima da AIDS. Mais de 23 milhões de casos numa população de 760 milhões de pessoas.

Nos 16 países em que mais de 10% da população está infectada (36% em Botsuana, 25% no Zimbábue e na Suazilândia, 20% na África do Sul e em Zâmbia), o HIV matará cerca de 80% dos adultos.

A malthusiana omissão mundial é tão inquietante quanto a cínica "solidariedaids". A sensação de que a humanidade é matricida é desoladora. Ainda mais quando os jogadores de futebol de Camarões nos dão um exemplo da infinita alegria que é o ato de viver.

http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2768u15.jhtm

Colonização e conflitos étnicos da África

A colonização foi o período em que os europeus começaram a estabelecer colônias na costa africana do Mediterrâneo. Eles iam até o litoral da África, pegavam os africanos para serem escravos e praticarem escambo.

A África foi dividida por fronteiras artificiais pelos europeus, cada um dominava seu pedaço de terra (colônia), implantando sua língua, regras e leis, e devido à falta de respeito deles numa divisão que não respeitou nem a história nem as relações étnicas e nem mesmo familiares, o que resultou em guerras internas entres os povos africanos (conflitos étnicos). Alguns destes duram alguns dias ou semanas.

Os hútus são o mais numeroso dos três grupos étnicos, outro exemplo são os Tútsis que é o segundo grupo étnico mais numeroso.

Com a II Guerra Mundial, a Europa foi destruída e os europeus, com os abalos, não conseguiram dar muita assistência à suas colônias, com isso iniciou-se o processo da independência política, mas não econômica, da África.

Após a “Conferência de Berlim”, realizada entre 15 de novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885, que teve o objetivo de organizar os feitos, iniciou-se a descolonização, processo pelo qual uma ou várias colônias adquirem ou recuperam a sua independência. A descolonização ocorreu principalmente após a II guerra mundial.

Conflitos étnicos: dos tempos coloniais aos dias atuais

Em nome da propalada “superioridade racial e cultural” dos brancos em relação às demais “raças”, da supremacia da religião cristã (considerada pelos europeus “a única verdadeira”) sobre as demais e do desenvolvimento técnico e científico, conseqüência direta da Revolução Industrial, os europeus levaram adiante a corrida imperialista sobre a África. Embora não tenha deixado de ocupar o continente desde as primeiras transações de tráficos de escravos séculos antes, os europeus só adentraram definitivamente no continente após a descoberta de ouro e diamantes no fim do século 19. A principal conseqüência do neocolonialismo foi a Partilha da África, a divisão dos territórios africanos entre as principais potências européias durante a Conferência de Berlim.

Nessa época, a África era composta por diversas etnias diferentes na língua, na religião e nos costumes. A confecção artificial de 53 países juntou diversos grupos etnoculturais, muitos deles rivais, que foram forçados a coexistir sobre a mesma fronteira. Tal fato acentuou os conflitos tribais no continente, situação que se perpetua até hoje.

A descolonização africana, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, acendeu a esperança pelo fim dos conflitos étnicos na região. Porém, com a Guerra Fria, emergiram nas políticas nacionais ditadores, patrocinados ou pelos EUA ou pela URSS, que pouco contribuíram para apaziguar as tensões na região. Ao invés disso, decidiram adotar o princípio da intangibilidade das fronteiras, isto é, manter as fronteiras herdadas do período colonial. Tal iniciativa contribuiu sobremaneira para a eclosão de novos conflitos, guerras civis e movimentos separatistas que mataram milhões de pessoas, feriram outras tantas e causaram um gigantesco número de refugiados.

Ainda hoje, 15 países africanos estão mergulhados em guerras civis. Angola, por exemplo, banhada de petróleo e diamantes, acaba de finalizar uma guerra que durou 30 anos. O saldo foi de 1 milhão e meio de mortos, centenas de milhares de refugiados e uma terra regada com 14 milhões de minas terrestres, mais artefatos enterrados do que habitantes. Ao final da guerra, cerca de 3 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.

Na Ruanda, a disputa

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