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CLASSICS, NEO-CLASSICS E CHAVES: TENTATIVA DE SISTEMATIZAÇÃO

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Por:   •  2/2/2015  •  Artigo  •  1.246 Palavras (5 Páginas)  •  553 Visualizações

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CLÁSSICOS, NEOCLÁSSICOS E KEYNESIANOS: UMA TENTATIVA DE SISTEMATIZAÇÃO (*)

Falar de Economia Clássica é algo corriqueiro embora seu significado não seja preciso. Seu uso é frequente para designar os ingleses que, no final do século XVIII aos meados do sec. XIX, procuraram sistematizar as primeiras leis da economia Política, como Smith e Ricardo. Surge aí a dúvida se os fisiocratas devem ser considerados “clássicos”: como os ingleses, elaboraram, com relativo êxito, uma teoria de distribuição; chegaram a noção de excedente econômico; procuraram formular uma teoria de valor e responsabilizaram a uma classe social- os trabalhadores do setor primário- pela criação do valor e da riqueza. Apoiando em Keynes, Hicks, chamou de clássicos aqueles economistas que aceitavam a lei de Say. Estas duas concepções de “clássicos” não coincidem: a de Hicks inclui os neoclássicos, para os quais não há lugar na definição de Joan Robinson, onde o clássico é o oposto do neoclássico. Para esta autora, Marx e Malthus podem ser considerados “clássicos”, o que é impossível para Hicks.

Trata-se, principalmente, de trabalhar com estes dois conceitos apresentados, tentando compará-los e vendo em que pontos são coincidentes e em que aspectos se contradizem, considerando-se que esta não é apenas uma discussão em torno de significados de palavras. Não há uma tentativa de se chegar a um conceito final de clássico globalizante, não se pretende através de atributos procurar definir clássicos e neoclássicos. Para Joan Robinson, clássico é o oposto de neoclássico: para Keynes e Hicks, o oposto dos teóricos que se ocuparam da teoria da demanda efetiva. Não é, portanto, uma tentativa de classificar os diversos autores com base em determinadas características, não se deve ter o pudor de falar em “correntes de pensadores” ou “escolas”: afinal, é opondo uns aos outros, contrapondo modelos, conclusões e posicionamentos que se apreende.

Joan Robinson ao definir economia clássica enfocou pelo lado da distribuição. É frequente a utilização de “Economia Clássica “para designar um grupo de economistas que ao buscar uma teoria de distribuição para o produto nacional, dividiram –no em duas partes: uma apropriada por aqueles que, por seu trabalho, o produziram: outra, apropriada por classes, categorias ou grupos sociais não diretamente responsáveis pela produção. Todos os clássicos, no sentido em que aqui está se utilizando o termo trabalharam com a categoria “excedente econômico” procurando precisá-la.

Se existe excedente, entretanto é necessário que se busque as causas de sua existência. É preciso saber quem o gera, quando ele é maior ou menor, que parte do produto vai para os que produzem e para os que não produzem, como o excedente é repartido entre os diversos grupos que dele se apropriam (como é divido entre capitalistas e rentistas). Assim as mercadorias, além de terem diferentes valores de uso, ou seja qualidades diferentes para satisfazer diferentes humanas, naturais ou histórico –sociais, devem –se possuir um valor de troca. Necessita-se então, de uma teoria de valor.

Os clássicos buscaram os fundamentos do valor (de troca) no trabalho. Os trabalhadores no processo produtivo, conseguem não apenas o necessário para sua a sua reprodução e de sua família, mas criam excedente, Smith, Ricardo e Marx deixaram isso explicito, muito embora as consequências que esta conclusão impõe não foram tratadas da mesma forma pelos três autores. Todos têm como predecessores os fisiocratas, onde a economia clássica tem sua forma inicial mais acabada.

Os fisiocratas atribuíram, em um primeiro instante, à terra a fonte de valor, mas isto nos primeiros passos da análise, que é bem mais complexa. A terra como fonte de valor é apenas inicial, pois se considera duas classes no campo: os trabalhadores (seja assalariados, servos ou pequenos proprietários) e os proprietários. Os primeiros são responsáveis pela criação do excedente, já que ao trabalharem são capazes de produzir além do necessário para sua subsistência. Se os trabalhadores agrícolas consumissem tudo que produzem não haveria excedente. Assim, graças a fertilidade da terra o trabalho gasto em seu cultivo torna-se produtivo, ao contrário do trabalho empregado em outros setores de produção.

Os fisiocratas chamam a estes trabalhadores de classe produtiva, ou seja responsável pela criação do excedente. Parte deste é apropriado pelos proprietários de terra, os fisiocratas tentam legitimar esta apropriação com argumentos filosóficos, pois esta era entendida como manifestação da própria ordem natural das coisas. A outra parte do excedente vai para a cidade, mas agora em troca de bens e serviços. Estas profissões urbanas são todas agrupadas sob o nome de “classe estéril”, abrangendo comerciantes, indústria, operários,

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