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China

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Por:   •  10/7/2013  •  Resenha  •  883 Palavras (4 Páginas)  •  218 Visualizações

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Devido à dinâmica da política internacional, China e Índia estão destinadas a serem objetos de comparações. Desde 1991, quando as reformas econômicas indianas iniciaram um expressivo processo de crescimento econômico, analistas ponderam a possibilidade de a Índia reproduzir o milagre econômico chinês. Em um primeiro momento, o crescimento da economia indiana, embora expressivo, foi apenas uma fração da expansão lograda pela economia chinesa. Atualmente, no entanto, o desempenho econômico indiano tem se aproximado dos altos índices chineses de expansão e parece confirmar as previsões que apontam a Índia como uma potência econômica do futuro. O presente artigo pretende avaliar, de forma exploratória, as principais vantagens indianas na corrida econômica contra a China. O argumento central enfatiza o grande potencial indiano para o crescimento, mas também ressalta que as assimetrias econômicas entre os dois gigantes asiáticos são muito grandes e dificilmente serão superadas na primeira metade do século XXI.

Na competição com a economia chinesa, as vantagens indianas podem ser agrupadas em três grandes categorias: democracia, demografia e diplomacia. No campo demográfico, o crescimento da população indiana é dinâmico, enquanto a população economicamente ativa (PEA) da China envelhece rapidamente. Estimativas apontam para um rápido declínio da PEA chinesa a partir de meados da década corrente, enquanto a PEA indiana crescerá rapidamente até a década de 2030, quando atingirá seu ápice (BARDHAN 2010: 128). Em termos absolutos, calcula-se que, nos próximos vinte anos, a PEA chinesa decrescerá 30% – aproximadamente cem milhões de trabalhadores -, enquanto a PEA indiana crescerá a uma média anual de aproximadamente 0,8% (EBERSTADT, 2010:57). Por fim, projeções das Nações Unidas estimam que a Índia superará a China como nação mais populosa do mundo em meados da década de 2020 (LUCE, 2007: 335). Obviamente, a China ainda possui formas alternativas para evitar a escassez de mão-de-obra, como a migração rural, mas parece claro que o gigante asiático lidará com sérios desafios populacionais, enquanto a Índia desfrutará de um dividendo demográfico.

Na esfera diplomática, a Índia constrói alianças e projeta Soft Power com mais facilidade do que a China. Em primeiro lugar, os Estados Unidos apóiam explicitamente a ascensão indiana, enquanto desenvolvem uma relação ambígua com a China (LUCE, 2007:277). A aliança indo-americana é resultado do desejo manifesto dos Estados Unidos de contrabalancear a ascensão chinesa na Ásia. O apoio norte-americano é facilitado pelo grande contingente de indo-americanos que vivem nos Estados Unidos e que, atualmente, configuram-se como o terceiro grupo de pressão estrangeiro mais poderoso no congresso norte-americano (KANDAR, 2008: 550). A Índia também desenvolve boas relações com o Japão e com a Austrália, nações com interesse em limitar o crescimento da influência chinesa na Ásia. Até mesmo a Rússia, que desenvolve uma parceria estratégica com a China no campo dos discursos políticos e comunicados diplomáticos, tem sérias diferenças com a China, especialmente devido a tensões fronteiriças (NYE, 2011: 201). Em síntese, a ascensão internacional indiana encontra muito menos resistência do que o crescimento do poder chinês. Tal vantagem política pode se refletir no campo econômico por meio de acordos de transferência de tecnologia, investimentos estrangeiros e tratados de livre-comércio.

A democracia indiana, embora imperfeita, pode catalisar o desenvolvimento de forma mais eficiente que o

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