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ENTRE O COMBATE À SECA E A CONVIVÊNICIA DO SEMI-ÁRIDO: TRANSIÇÕES PARADIGMÁTICAS E SUSTENTABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO

Por:   •  9/5/2020  •  Resenha  •  3.874 Palavras (16 Páginas)  •  133 Visualizações

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Niterói, 04 de dezembro de 2017

Universidade Federal Fluminense

Departamento de Geografia

A Organização dos Espaços Periféricos Brasileiros

Professor Carlos Alberto

Aluna Indiane Rodrigues da Costa

Resenha Crítica

SILVA, Roberto Marinho Alves da. “ENTRE O COMBATE À SECA E A CONVIVÊNICIA DO

SEMI-ÁRIDO: TRANSIÇÕES PARADIGMÁTICAS E SUSTENTABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO”, Brasília, 2006. 298p. Tese de Doutorado, Centro de desenvolvimento Sustentável, Universidade Federal de Brasília.

O autor: O autor da tese é graduado em Filosofia Licenciatura Plena pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1989), Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (1999) e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (2006). Atualmente leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, já atuou no Governo Federal, na gestão de políticas públicas de trabalho e economia solidária (2003 - 2016). Roberto Marinho atua nos seguintes temas: políticas públicas no Semiárido brasileiro; economia solidária; desenvolvimento sustentável; desenvolvimento local e participação.

A obra: A tese de doutorado em questão realiza uma pesquisa sobre a hipótese de implementação de um programa de recuperação sustentável no semiárido brasileiro. O autor faz um estudo do passo a passo do que seria necessário estudar, levar em consideração e enfrentar para a recuperação do semiárido. Recuperação essa que, segundo Marinho, deve condizer com o atual contexto politico-socioeconômico e ambiental da região, respeitando os princípios da sustentabilidade, a justiça ambiental, a cidadania e a eficiência econômica do semiárido.

A parte da tese a ser resenhada corresponde aos três primeiros capítulos, onde o autor faz uma análise sobre as politicas governamentais aplicadas ao semiárido, os processos socioeconômicos pelos quais passou e a atual situação da região.

Semiárido brasileiro - Página 15 a 25

Aqui o autor aborda as caraterísticas físicas do semiárido. As regiões chamadas atualmente de semiárido, e anteriormente chamadas de Sertão, caracterizam-se pela aridez do clima, deficiência hídrica e solos pobres em matéria orgânica. O que define um local árido é a quantidade de chuva e taxa de evapotranspiração, havendo assim vários níveis de aridez (árida, semiáridas, hiper-áridas).O Bioma do semiárido brasileiro é a Caatinga.

O sertão abriga uma população de aproximadamente 21 milhões de pessoas, estando concentradas nas áreas urbanas, principalmente nas periferias. Tal concentração é devido à crise do algodão, aos atrativos urbanos e as crises na agropecuária.

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Devido a pouco conhecimento sobre o bioma, as práticas agropecuárias no sertão se deram de forma prejudicial. Queimadas, desmatamentos nas margens dos mananciais e implantação de algumas culturas indevidamente são as principais práticas inadequadas que afetaram profundamente o sertão nordestino. Hoje a caatinga é o bioma brasileiro mais devastado, com generosas extensões de terra em processo de desertificação e com o seu solo apresentando perda gradual de fertilidade biológica, resultados de ter sido um dos biomas mais negligenciados ao longo da história. E mesmo com tamanha devastação, são poucas as áreas de conservação e recuperação.

Do ponto de vista social e econômico, o sertão apresenta dados infelizes. Sua estrutura fundiária é muito concentrada, muito latifúndio, e mesmo que haja uma grande quantidade de minifúndios, os mesmo correspondem a uma parcela pequena das terras totais. Sua participação no PIB nacional tem diminuído muito, a região depende bastante das verbas estaduais de federais. O índice de analfabetismo é alto e mortalidade infantil também, seu IDH é baixo em mais de oitenta por cento de seus municípios. O índice de desigualdade de renda (GINI) é muito alto, e sua população encontra-se nas condições limites da pobreza.

Alternativas de desenvolvimento no semiárido brasileiro: delimitando o objeto e o método de estudo - Página 25 a 33

Aqui o autor fala sobre seu objeto de estudo, metodologia e como dividiu a pesquisa. O objeto de estudo é analisar as possibilidades de recuperação sustentável no semiárido, partindo do pressuposto de que haja mudanças nas políticas e práticas públicas, que não haja interesses de empresas sendo sobrepostos aos interesses da população, e um pensamento em comum sobre o semiárido. O estudo trona-se hipotético pois admite que são muitas barreiras a serem ultrapassadas para a implementação de tal projeto.

O autor divide o estudo hipotético em três partes, capítulo 1, 2 e 3. Onde no primeiro é realizado um balanço sobre as ações governamentais no semiárido brasileiro, nos segundo é apresentada uma síntese da construção do pensamento sobre o desenvolvimento do semiárido brasileiro, e na terceira parte busca-se identificar a continuidade entre as concepções e interpretações sobre a realidade do semiárido e as proposições para seu desenvolvimento.

Parte I – o que foi feito: balanço das ações governamentais no semiárido brasileiro - Página 34

O autor nessa parte fala do que será exposto na primeira parte da tese, que são as políticas governamentais que foram implantadas ao longo da história no semiráido, e sugere uma periodização dessas ações em período colonial, segunda metade do século XX e virada do século XX para o século XXI.

Capítulo 1 – O Complexo econômico sertanejo e o combate à seca

1.1 Seca e resistência indígena: desordens no processo de ocupação do semiárido - Página 35 a 40

Aqui o autor disserta sobre a ocupação no sertão. As terras do semiárido foram ocupadas mais tardiamente na história das ocupações portuguesas por conta da sua baixa riqueza em relação a Zona da Mata, e ao fato dos interesses econômico estarem mais direcionados produção açucareira. Além disso, a ocupação indígena e a aspereza da região foram fatores que dificultaram a ocupação dessas áreas.

A partir do século XVII, começaram os processos de ocupação do agreste, primeiramente com policultura para abastecer as áreas açucareiras, depois devido às expedições em busca de minerais precisos nas margens do Rio São Francisco, e posteriormente devido a ao movimento de fuga de colonizadores do litoral para o Sertão na ocupação holandesa. Essas ocupações se consolidaram com o extermínio dos povos indígenas, pois a pecuária extensiva exigia amplas áreas de terras, que ficaram 2

sobre o poder dos barões latifundiários. E foi a partir dessa ocupação que se agravaram os problemas da seca no sertão, devido ao aumento populacional e a pecuária extensiva.

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