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Espacidade: Uma Reflexão Sobre O Problema Da Ontologia Do Espaço

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Por:   •  7/5/2014  •  1.062 Palavras (5 Páginas)  •  554 Visualizações

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Espacidade e espacialidade aparecem como os dois ângulos antitéticos da ambiguidade do ser-estar da natureza e do homem da era contemporânea em sua relação de externalidade entre si e o espaço, a espacidade remetendo á essência do conceito; a espacialidade, a seu estado de realização empírica. A abstratividadeo conceito com que explicam a origem do conceito de trabalho abstrato e os problemas teóricos e sociais concretos daí decorrentes.O que chamamos espaço é o resultado também de um processo de abstratividade, tal qual vimos passar-se nas sociedades de mercado com trabalho, a diferença é que o trabalho abstrato é um abstrato é uma abstratividade do trabalho, e o espaço é uma abstratividade do corpo. O objetivo é igualmente atingir o homem.O espaço abstrato é um conceito que provém da antiguidade e passou por um longo e diferenciado processo de evolução até chegar à forma moderna como conhecemos. A abstratividade do espaço remota á cultura judaica e se relaciona a metafísica rabínica, onde a divindade é o conteúdo do espaço. Deus é um ser universal e único, o mesmo para toda a humanidade, por seu atributo. E o espaço a sua condição de universalidade. É o espaço, transformado no corpo de Deus, por onde ele mostra sua onipresença, onipotência e sua onisciência, por meio dessa abstratividade nascendo o conceito de espaço que vai atravessar o tempo. Descartes transforma o espaço infinito num conceito puramente geométrico. Eliminando o atributo divino e mantendo, entretanto, os demais atributos rabínicos, assim cria o conceito moderno do espaço com extensão geométrica absoluta, incorpórea, vazia, contínua e infinita, contrapondo por meio dele o espaço homem na forma dos conceitos da res extensa, o espaço objetivo, puro e externo ao sujeito, e da res cogitans, o sujeito pensante que se debruça e se indaga sobre o mundo extenso que o circunda.Descartes vai construir o conceito moderno do espaço como campo suporte da matematicidade do real. Abstraído e externalizado do corpo, o espaço cartesiano deixa de ser um atributo deste para tornar uma característica universal onde se encontram todos os corpos, em relação aos quais surge agora como um ente abstrato, genérico e inorgânico.

Leibniz vai à contramão de Descartes, ele parte do espaço-corpo de Aristóteles, descartando o espaço-extensão universal. Não há, diz ele, o espaço isotrópico e universal, de Descartes ou de Aristóteles, uma vez que a matéria se organiza na forma individual e delimitada das mônadas.

Isaac newton, de uma geração seguinte à de Descartes e contemporâneo de Leibniz, parte dessa contraposição, em busca de um conceito espaço que fosse capaz de dar suporte à fundação física, toma o conceito de Descartes. Diz Newton, o espaço absoluto e o espaço relativo. O espaço absoluto é o espaço vazio, continuo finito e isotrópico; o relativo é o espaço absoluto em sua empiricidade do preenchimento pelos corpos, por referência a ele, cheio, descontínuo, infinito e diferenciado. A diferença entre um conceito de espaço e outro sendo constituída pela presença do corpo, a leitura do espaço-continente sendo definida pela determinidade do lugar que nele ocupam os corpos. De modo que espaço e corpo aparecem, então, como externalidades um do outro, o espaço sendo a extensão geral em que o corpo existe, e o corpo sendo um ente que ocupa um lugar no espaço.

O espaço surge, então, como um dos fetiches modernos, à custa da alienação do corpo. Por isso nada é, está, estar e ser não se encontrando no espaço. O espaço é que é o todo estrutural e sistêmico, corpo ocupando um lugar nesse todo e só na medida disso relacionando-se com outros corpos.

E o capitalismo nascendo e se instituindo ôntico e ontologicamente em sua dimensão espaço-temporal concreta, pelo domíniofetichizado da natureza e do homem.

O espaço rabínico com a desnaturização do corpo que ele promove através de sua metafísica do real e que movimento histórico do cristianismo e a constituição da ciência moderna consolidam como uma desespacialização radical do

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