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Filosofia da Geografia - Kant na Geografia

Por:   •  9/4/2017  •  Resenha  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  814 Visualizações

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Kant na Geografia

Uillian Cassiano Deboni | Filosofia da Geografia | 27/03/2017

Universidade Federal Do Paraná.

Professor Sylvio Fausto Gil Filho.


   

    Immanuel Kant nasceu em Königsberg, Prússia oriental (atual Kaliningrado, Rússia) em 1724.. Kant além de um grande filosófo, foi um dos pioneiros a lecionar Geografia, com autorização recebida e reconhecida.

    A geografia de Kant, já pode ser vista desde em uma das suas primeiras obras publicadas, a "Crítica da Razão Prática", publicada em 1788, onde discute os princípios da ação moral, a ação do homem em relação aos outros e a conquista da felicidade.

        Até o conhecido geográfo brasileiro Milton Santos  afirma ser do filósofo Immanuel Kant a primazia no processo de conformação da geografia moderna em relação aos primeiros sistemas filosóficos da mesma. Ele além de outros filósofos apontam que ele foi quem foi capaz de definir o papel e a importância da geografia moderna.

    Segundo SANTOS (2009), Kant entendia que a relação estabelecida entre sujeitos e objetos era mediada pela intuição, onde o sujeito entende o objeto a partir da elaboração de conceitos. Dessa forma o pensamento de Kant traz no sujeito a capacidade de conhecer os fenômenos a partir dos objetos regulados pelo sujeito. Kant acredita que as duas formas de sensibilidade são o espaço e o tempo, sendo o espaço relacionado à Geografia e o tempo relacionado ao conhecimento dos fatos históricos. Ele atribui uma singular importância ao espaço ao afirmar que nada pode ser representado sem espaço e é por meio dele que se realiza a sistematização das coisas exteriores.

     A ideia principal sobre geografia, de acordo com Kant, é que seu fundamento parte do espaço. E essa ideia principal se divide em duas: A primeira seria que O espaço não representa qualquer propriedade das coisas em si, ou seja, não é nenhuma determinação das coisas.  A outra seria  como a captação do sujeito que é afetado pelos objetos precede necessariamente todas as intuições desses objetos, a forma de todos os fenômenos se dá no espírito antes de todas as percepções reais, portanto, a priori. (antes da experiência).

  No conceito de geografia de Kant, a geografia é importante para o iluminismo sem ter nenhum potencial para oferecer explicações espaciais. Ou seja, em primeiro lugar, o resultado do seu conceito de espaço. Para ele, “o espaço não é um conceito empírico que foi abstraído da experiência exterior. O espaço é necessariamente uma representação e, consequentemente, um a priori” (KANT, 1969). Por isso, para ele, uma ciência empírica do espaço a posteriori não é possível, pois não há tal objeto “espaço”. Somente é possível uma ciência do espaço a priori, que é a geometria, não podendo ser a geografia.

  Em questão espacial, Kant apresentava uma visão cosmológica sobre os astros e elementos do universo. O que além de bem aceito na época, ganhava força com seus estudos, além de influência em futuros estudos. Mas juntava uma imparcialidade religiosa de sua parte, quando era questionado sobre a originalidade de tudo. Para ele se tornava tarefa impossível tentar explicá-las por um punhado de leis básicas. O mundo vivo revelava o imprevisto, o especial, o único, levando a crer que era comum que o naturalista buscasse a invocação de Deus.

    O terremoto de Lisboa foi um grande marco em suas obras, na qual ele precisava justificar leis naturais. Onde uma nova postura por ele era adotada, com delicadeza e palavras selecionadas. Como no trecho de Kant, abaixo:

...] Todavia, aquilo que a Natureza oculta aos nossos olhos a experiência imediata desvenda-o, ela mesma através das suas conseqüências. Os terramotos revelaram-nos que a superfície da Terra está cheia de abóbodas e cavernas e que, por toda parte, sob os nossos pés, se escondem minas com múltiplos labirintos. A sequência da história dos terramotos demonstrálo-á inequivocamente. É de supor que a origem destas cavernas seja precisamente a mesma do actual leito do mar, pois o certo é que, se soubermos algo acerca dos vestígios que o oceano nos deixou da sua primitiva estadia sobre a terra, como os inumeráveis montes de conchas descobertos até no interior das montanhas e os animais fossilizados que se encontram nas profundezas dos poços, será fácil concluir que o mar, outrora, começou por cobrir todo o planeta, que essa situação se prolongou durante muito tempo, sendo anterior ao dilúvio, e que, finalmente, teria sido impossível as águas retirarem-se se o solo não tivesse de vez em quando afundado em enormes covas, formando profundas baías para onde a água afluiu e entre cujas margens se encontra ainda limitada. Enquanto isso, as zonas elevadas à volta dessas depressões converteram-se em terra firme, toda ela esventrada por cavernas subterrâneas e semeada de cumes escarpados que, com o nome de montanhas, atravessam a parte mais alta da terra firme, em todas as direções por onde está extensamente se prolonga [...]

(KANT, 2005, p.56)

   

   As leis naturais aparecem no texto como eternas, cujas consequências seriam os tremores de terra, os mares enfurecidos pelos abalos no seu solo e as montanhas vulcânicas. Observamos, ainda, o compromisso do autor em reforçar que os eventos naturais não seriam somente aqueles com os quais as pessoas estavam mais familiarizadas, como outras habituais causas de moléstia, mas também eventos naturais trágicos como este. Ou seja, o autor se esforça em naturalizar a tragédia, para depois investigar causas familiares a outros eventos que nada mais são do que naturais.

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