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Geografia

Por:   •  28/11/2016  •  Resenha  •  1.980 Palavras (8 Páginas)  •  489 Visualizações

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GEOGRAFIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E CIRCULAÇÃO 7º PERÍODO

Professor:  Igor Rafael                                                                                                          

         

RESENHA

A  PRODUÇÃO CAPITALISTA  DO ESPAÇO

David Harvey

               Dargon Ubirajara Lessa de Meira

                                       Ouro Preto

                                   2016  


RESENHA

A  PRODUÇÃO  CAPITALISTA  DO ESPAÇO

 “A produção capitalista do espaço”, publicada em língua  inglesa em  2001,  é  um  livro  de método composto por dezoito capítulos. No Brasil, foi editado sob os  cuidados  de  Antônio  Carlos Robert Moraes como um  resumo  da  versão  original  contendo  oito  textos  publicados  por  Harvey  entre 1975 e 2001.  

O  primeiro  texto  –  “A  reinvenção  da  geografia: uma  entrevista  com os  editores da New Left Review” publicado pela  New Left Review em 2000 – é uma  entrevista que, aos poucos,  vai expondo o conteúdo e as características do processo de publicação dos  livros  de  Harvey, enfatizando a mudança de métodos em sua trajetória.  

O segundo texto –  “A  geografia  da acumulação capitalista: uma reconstrução da teoria marxista” pela Revista  Antipode  em  1975  – apresenta questões conceituais com as quais articula a teoria marxista da acumulação  capitalista  à  dimensão  espacial,  discussão  muito  cara  ao  pensamento  da  geografia  contemporânea,  pois  relaciona  a ideia de acumulação e da supressão do espaço em favor  da expansão  do tempo.  

O  terceiro texto  –  “A  teoria  marxista  do  Estado”  pela  Revista  Antipode  em  1976  –  faz  uma  análise  abstrata  sobre o Estado  na  teoria  marxista,  embora  admitindo  que  Marx  nunca  escrevera  um  tratado  específico  sobre a temática. Além disso, propõe uma crítica  ao  modelo  de  Estado  como  produto  da  construção burguesa apontando como essa instituição vem se requalificando de modo  a  apoiar  a  produção capitalista.

No quarto texto –  “O  ajuste  espacial:  Hegel,  Von  Thunen  e  Marx”  pela  Revista Antipode em 1981 – apresenta três teorias explicativas sobre o ajuste espacial como categoria indispensável na análise do modo  capitalista  de  produção,  o  que  é  feito  a  partir de Hegel (Filosofia do Direito), Von Thunen (Estado isolado) e Marx (O capital).

No quinto texto – “A geopolítica do capitalismo” pela Revista Social relations and spatial structures em 1981 – salienta a permanente necessidade  das  forças  capitalistas  de  criar infraestruturas  sociais  e  físicas  para   sustentar   a circulação do capital (“ajuste espacial”), além de abordar as consequências geopolíticas do modo de produção capitalista e destacar as crises como possibilidade de inovação tecnológica e como terreno propício à ação política.

O sexto texto  –  “Do  administrativismo ao  empreendedorismo: a transformação da governança urbana no capitalismo tardio”  pela  Revista  Geografiska  Annaler  em  1989 – discute o papel das governanças locais (coalizões formadas pelas  três  instâncias  do  poder  estatal,  organizações  da  sociedade civil  e  de  interesses privados)  que  assume  um  perfil empreendedor em países de capitalismo avançado entre as décadas de 1970 e 1980 em prol do desenvolvimento urbano/regional.

O sétimo texto – “A geografia do poder de classe”  pela  Revista  Socialist Register em 1998 – utiliza  como  referência  a  obra  o  “Manifesto  comunista”  (1848) analisando  sua contribuição  à   experiência   histórico-geográfica   contemporânea,   sobretudo  em relação ao  ajuste  espacial  necessário  diante  das  contradições  internas  do  capitalismo.  

O  último texto – “A arte da  renda:  a  globalização  e  transformação da  cultura  em  commodities” apresentado durante a Conference on Global and Local, realizada na Tate Modern em Londres, em 2001 – aborda a peculiaridade do capital em criar renda a partir  de qualquer  serviço  ou mercadoria devido a sua condição de exclusividade, escassez ou raridade, possibilitando a obtenção de rendas monopolistas.

Uma análise global dos oito textos da obra  em  apreço permite-nos  inferir  sobre  a predominância e recorrência de questões teórico-metodológicas  baseadas  na  teoria  social  marxista.

Tais reflexões estão  diluídas  em  aspectos  como  a  teoria da  acumulação,  o  intervencionismo  do Estado   e   o   modo   capitalista   de  produção,   a  importância   e  o  descaso  da  dimensão   espacial, o empreendedorismo urbano e  a  busca  de  alternativas  para  o  atual  sistema  capitalista.  Esse  quadro  tem sustentado  a proposta de Harvey  em construir  “uma  teoria  da relação  sociedade-espaço”.

Diante da leitura é possível traçar o seguinte panorama: a reprodução  da  vida  cotidiana  nos moldes da sociedade (predominantemente capitalista) em que vivemos depende do  processo  de produção, circulação e  realização  de  mercadorias,  cujo  objetivo  direto  e  socialmente  aceito  é  o  lucro.

Esse processo deve expandir, acumular e reformar constantemente a natureza do trabalho e os relacionamentos sociais na produção,  assim  como  mudar  constantemente  as  dimensões  e  as  formas  da circulação.

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