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Geografia Política

Por:   •  18/2/2016  •  Artigo  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  493 Visualizações

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“THE SQUARE” & AS MANIFESTAÇÕES DE 2013 E 2014 NO BRASIL[pic 1]

Tatiana Soraia Soares Carvalho1,2

1Aluna do bacherelado em Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF) – tatianacarvalho12@gmail.com
2Universidade Federal Fluminense, Instituto de Geociências, Campus da Praia Vermelha, Av. Gal. Milton Tavares de Souza – Boa Viagem, 24210-346 – Niterói/RJ – Brasil

Introdução. O filme “The Square”, traduzido como “A Praça” para o português, é um documentário essencial para quem quer ver a História acontecer diante os olhos, é o mundo em constante movimento. É um material que deve ser visto por todos, independente do seu posicionamento político e/ou religioso. É formado com imagens filmadas por celulares, câmeras fotográficas e aparelhos semelhantes. É a partir daí que há semelhanças com os protestos do Brasil em 2013 e 2014, não só pelos aparelhos utilizados para registro, mas também como a maneira com que foram organizados, em busca dos seus ideais.

Os protestos de 2013 foram várias manifestações populares por todo o Brasil que surgiram inicialmente como modo de contestar o aumento das tarifas do transporte público, principalmente nas principais capitais do país. Muitos já consideram como a maior mobilização do Brasil desde as manifestações pelo impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello em 1992.

Em 2014 foi o ano de mais protestos, mas desta vez contra a Copa do Mundo, as manifestações ocorreram principalmente nas capitais onde ocorreram os jogos da FIFA pela Copa do Mundo em protesto contra os gastos nas construções de estádios e estruturas para abrigar a mesma.

Estas manifestações, foram marcadas pela forte presença de jovens que vieram a reunir no mesmo espaço público integrantes dos movimentos que defendiam a manifestação como uma acção política e uma massa de indignados com a política e com a acção governamental. Mas, como estes, que rejeitaram a política, fizeram a política na rua. Os manifestantes fizeram política porque posicionaram-se em relação a temas relevantes do dia-a-dia, de modo a procurar-se ser ouvido no espaço público. Uns manifestaram contra a política. Outros, em relação a uma política ou a medidas no âmbito de políticas específicas: contra o aumento das passagens; contra a repressão policial; contra a corrupção; pela qualidade dos serviços públicos e também com os gastos gerados pela Copa de 2014, como já mencionado.

Com isto, vai-se abraçar as razões a que levaram às manifestações do Brasil, com as que aconteceram com a revolução do Egipto (faz parte da chamada “Primavera Árabe”), onde o filme apresenta resumidamente o que aconteceu durante a luta da população para que conseguissem, com sucesso, obter o que tanto almejavam.

Desenvolvimento. Grandes transformações sociais, culturais e políticas ocorreram em todo o mundo e em diferentes épocas tiveram início a partir de pequenos gestos, algumas dessas mudanças surgiram de reivindicações simples, mas que benificiaram um grupo social como um todo e, como bom exemplo, temos a Revolução Francesa que ocorreu no ano de 1789, com as palavras de Ordem, Igualdade, Liberdade e Fraternidade, que proporcionaram a queda do absolutismo não só na França, como também em outros países da Europa.

Como ponto de partida às grandes manifestações ocorridas no Brasil, além daquelas de 2013 e 2014, pode-se mencionar o movimento “Fora Collor” que acontecera em 1992. Naquele ano os jovens saíram às ruas de “cara pintada”, não para esconderem-se, mas para mostrarem o orgulho de morar num país democrático. Foi aí que Collor sofreu impeachment no Congresso Nacional e acabou por renunciar ao cargo de Presidente da República. Quem veio a assumir a presidência foi Itamar Franco e deu início à moeda real e à “pseudo estabilidade” económica tornou-se o grande legado do governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele acabou por vender essa ideia para a população que acabou por ficar acomodada com o falso cenário de um novo Brasil.

Mas, mencionando agora as quase três décadas do fim da ditadura militar, voltamos a ver o povo a desafiar o poder do Estado. Foram as manifestações em praticamente todas as cidades importantes do Brasil e que a cada dia que passou aumentou mais ainda o número de pessoas, na proporção em que aumentavam as reivindicações, que foram do passe livre ao fim da corrupção, sem contar com os que protestaram pelo mau uso do dinheiro público na construção dos estádios de futebol que foram usados para a Copa do Mundo de 2014. Estas últimas manifestações tiveram como ponto de partida a internet.

É certo que o poder de mobilização viabilizado pelas redes sociais na internet é uma tendência a nível mundial. E porquê? Para explicar isso podemos pegar no exemplo da Primavera Árabe, que são as manifestações políticas articuladas desde o final de 2010 e que vão de encontro ao tema abordado no filme/documentário “The Square”, onde há o registro do calor do momento durante as manifestações populares que vieram a derrubar o presidente do Egipto Hosni Mubarak que estava há trinta anos no poder. No documentário também há o registro do que fizeram com o presidente eleito nas eleições de 2011, Mohamed Morsi acabou por ser retirado do poder também, pela imensa insatisfação do povo.

A organização e a manifestação da sociedade civil são necessárias para a construção de uma vida política activa de um país, de um povo, e dessa forma, têm promovido transformações consideráveis como a queda de ditadores (exemplo referido mais a cima do documentário). No Brasil, actualmente, a despeito de não se viver as mesmas condições políticas que os países da “Primavera Árabe”, depara-se constantemente com casos de corrupção e de má gestão dos assuntos públicos. Esses acontecimentos levaram à mobilização da sociedade brasileira para revelar o descontentamento através das manifestações que foram realizadas em 2013 e 2014 posteriormente.

Mas qual a diferença entre as manifestações da “Primavera Árabe” e as que ocorreram na sociedade Brasileira? A intensidade. O que ocorreu no Egipto, tem-se é um movimento que ganha as ruas de forma intensa, dias a fio, até mesmo com enfrentamentos contra o próprio Estado, que fora representado com as próprias forças policiais. É sabido que as “novas” redes sociais são uma mão importante para o impulso de uma revolução, não só as redes mas também como o audiovisual, onde qualquer pessoa com celular, ou câmera, consegue registrar imagens em tempo real do que está a acontecer, algo visto no documentário “The Square”, onde filmaram os acontecimentos como prova de que realmente aconteceu, visto que a mídia não mostrava realmente o que estava a acontecer.O mesmo caso aconteceu durante as manifestações do Brasil, a mídia mostrava imagens deturpadas onde a pessoa era levada a acreditar, mas, felizmente, as pessoas que foram para a rua registaram em vídeos e fotos o que realmente aconteceu. Registaram a força bruta exercida pela polícia nos manifestantes, muitas imagens tiveram até percurssão e viraram símbolos de revolução. O mesmo aconteceu com o Egipto, daí que a força das redes sociais considera-se importante hoje em dia, mas não pode-se ficar somente por trás de uma tela, há que ir à luta e “mostrar a cara” pelo que se luta, porque se não for assim não há mudanças e o povo quer sempre lutar por algo melhor.

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