Geopolítica

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Disciplina:

GEOPLÍTICA, REGIONALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO

TURMA AD3P66/AD3Q66/AD2P66

Professor: Valter Cantuária

UNIDADE I – GEOPOLITICA

Texto 1: As relações entre Sociedade, Espaço e Poder. Estado e Território. Geografia Política e Geopolítica.

1.1 – As relações entre sociedade, espaço e poder.

Para se entender as relações entre a sociedade, o espaço e o poder, é preciso que se faça uma viagem pela história da humanidade e a partir daí se venha acompanhando o crescimento, os inventos e as conquistas do ser humano; a relação entre indivíduos; a formação de clãs, tribos entre outros aglomerados humanos; a ocupação dos espaços físicos necessários para a sobrevivência e a organização social necessária para o exercício do poder quer por lideranças naturais surgidas no seio das comunidades, quer por outros mecanismos, inclusive o religioso que definiu o poder de mando e as regras para que seu exercício pudesse ser realizado com a obediência dos outros semelhantes.

Composto um grupo, era necessário que houvesse uma comunicação pacífica ou animosa com os outros grupos que também organizados de forma semelhante socialmente, procuravam espaço de sobrevivência e poder.

Estava a partir daí, estabelecida a relação entre a sociedade, o espaço e o poder. Essa relação poderia ocorrer de forma pacífica ou de forma violenta, dependendo do grau de relação e de diferenças estabelecidas entre os grupos.

É evidente que ao longo do tempo essa foi a forma pela qual a humanidade pode se organizar e chegar até a contemporaneidade do jeito que hoje conhecemos.

Para melhor entender a Geopolítica se vai deixar de lado as conquistas via poder de força para tentar discorrer nas relações pacíficas ou pouco amistosas, porém permeadas do mínimo necessário para fluir as relações entre os povos.

Como o próprio título dispõe, as relações são representadas por aproximações entre pessoas, entre organizações ou entre povos sempre na busca de relações de oferta e procura de bens necessários à sobrevivência, sem entretanto, abdicar de seu status quo de espaço e poder, através de trocas diversas, até chegar ao que hoje chamamos de operações de mercancia.

Assim, ao longo da trajetória humana a competição derivada dessa relação, começou a ser estudada pelo prisma não só subjugação de um povo por outro com a utilização da força, mas também, pelas relações comerciais que se estabeleceram capitaneadas pela produção de bens de consumo por um povo e demandada por outro que em troca, também ofertava em troca sua produção que poderia ser tanto de natureza alimentar como de inventos que facilitavam a vida dos demandantes. Cunha-se, então, já na era contemporânea, o termo Geopolítica com a pretensão de estudar os efeitos dessa relação na vida dos povos.

Os primeiros estudiosos a utilizar esse termo foram os militares em suas análises clássicas da geopolítica como arte da guerra de dominação pela força. MAHAN e HAUSHOFER, o primeiro de naturalidade inglesa e o segundo de naturalidade alemã foram os precursores de estudos que viam na geopolítica os contornos dessas intervenções como o incremento de um leque de ações e oportunidades que variavam do poderio militar aos negócios decorrentes do alargamento de fronteiras. Outra corrente com foco mais jurídico do que militar teve como expoente KJELLÉN, além de MACKINDER cujo foco era mais voltado para relações geoestratégicas, dada sua condição de geográfo. A Geoestratégia também em alguns aspectos se confunde com a Geopolítica, porém os estudos mais recentes procuram estabelecer uma diferença entre os vocábulos, traçando para esta última, um contorno mais pacífico, porem de grande penetração em todos os países do mundo, a partir de inventos tecnológicos que se tornaram indispensáveis ao ser humano.

O maior desses inventos é sem dúvida a transmissão de sinais de rádio em frequências variadas que trouxeram para a humanidade o advento das comunicações de todas as formas que atualmente se apresentam como telefonia, radio, televisão e internet.

1.3 – Estado e Território

A organização política e soberana de um povo pressupõe a existência de um estado de direito, com regras próprias que orientam a convivência e as relações entre as pessoas, organizadas em núcleos familiares com múltiplas atividades e conhecimentos que se entrelaçam e que trazem no seu bojo,