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Por:   •  14/5/2014  •  Seminário  •  478 Palavras (2 Páginas)  •  281 Visualizações

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Restaurar a legalidade, revigorar a democracia, restabelecer a paz e promover o progresso e a justiça social.” À primeira vista, a frase poderia ser associada a algum pacifista ou ferrenho defensor do regime democrático, mas foi proferida pelo marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1897-1967) em seu discurso de posse na Presidência da República em 1964, depois que um golpe depôs, pela via armada, um governo eleito pelo povo.

O ano de 2014 marca os 50 anos do golpe. O assunto volta a ganhar força não apenas pelo triste aniversário, mas também pela quantidade de revelações que surgem sobre os 21 anos em que os militares estiveram no poder. Neste especial, apresentamos as novas perspectivas sobre o período que precisam ser levadas às salas de aula, em especial nos anos finais do Ensino Fundamental.

“Vivemos hoje, com a Comissão Nacional da Verdade, um momento da justiça de transição, de acerto de contas com esse passado. Por isso, a sociedade discute mais esse tema do que o fez há algum tempo e, por consequência, o conhecimento e o interesse que os alunos trazem é bem maior”, afirma Gislene Lacerda, doutoranda em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por diversos motivos, é comum que os professores não tratem do período em sala de aula.

Um dos fatores que dificultam o trabalho é a organização cronológica dos livros didáticos e materiais de apoio. Nesse modelo, o período de 1964 a 1985 é um dos últimos a serem tratados e não são raros os casos em que não há tempo para abordá-lo. “Já aconteceu de eu chegar ao fim do bimestre e notar que havia pouco tempo, o que acabou me obrigando a correr um pouco com o assunto”, explica Natalia Montes, professora de História na rede estadual de Minas Gerais.

A perspectiva cronológica pode dar espaço a uma visão diferente, que distribua os conteúdos pelos seus temas durante todo o período escolar. “Pode-se falar da ditadura com diferentes idades, dependendo do tratamento didático e das escolhas de abordagem. Um enfoque mais cultural pode ser trabalhado com alunos menores, e uma abordagem política, de conceituação de organização do Estado e formas de governo, com estudantes maiores”, defende Antonia Terra Calazans, especialista em ensino de História e docente da Universidade de São Paulo (USP).

Independentemente da idade da turma, as memórias de parentes e conhecidos podem ser um bom ponto de partida para o trabalho. O professor pode propor que a garotada faça entrevistas para, em seguida, expandir o tratamento do tema. “Deve-se estimular a turma a fazer uma leitura crítica dos relatos coletados, analisando-os a fundo e encontrando semelhanças e diferenças com outros relatos ou com conhecimentos construídos pelos historiadores”, explica Gislene.

A seguir, explicamos cinco temas apontados por especialistas como alguns dos mais relevantes para se tratar com a turma: implantação do golpe, produção cultural, violência estatal e resistência, economia e a redemocratização.

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