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Manifestações Religiosas - Matrizes Africanas na cidade de Caetité

Por:   •  25/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  799 Palavras (4 Páginas)  •  297 Visualizações

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Manifestações religiosas - Matrizes africanas na cidade de Caetité

Fundado em 1972, o Terreiro Ilê Asé Dana Dana localizado na Rua São João, antes de receber esse nome era conhecido por Centro Espírita Rita Irlanda de Carvalho Teixeira, em homenagem a uma senhora branca muito conceituada na sociedade local e que fora vítima do primeiro acidente automobilístico da Cidade.

O nome atual do Terreiro foi uma homenagem a uma das fundadoras do local. Conseguimos algumas informações na internet sobre uma entrevista realizada há algum tempo atrás no Terreiro, pelo site Sudoeste Notícias e também tivemos uma breve conversa com a professora Taynah Scislewski, uma das líderes do Ilê Asé Dana Dana e foi possível tirar dúvidas e trazer algumas informações sobre as religiões do Candomblé e Umbandismo, realizados no Terreiro localizado na cidade de Caetité.

"Aqui você vai ver, igual na casa de Oxumarê, que é uma das primeiras casas de candomblé no Brasil, guardadas as devidas proporções, pois a de Salvador é bem maior, mas temos a mesma cantiga, a mesma forma de vestir os Santos."

No Início, os trabalhos eram feitos de casa em casa, por não ter um local específico. "Onde estamos hoje, sempre foi Umbanda, sempre se tocou os tambores, sempre teve os caboclos, sempre teve a louvação. Temos ata mostrando que no início da década de 70, a prefeitura doou este prédio, que era a usina de energia elétrica de Caetité, e na mesma época oficializou a doação do local para que se tornasse um centro religioso. Temos relatos orais que essa casa já funciona desde a década de sessenta."

A denominação antiga se deu principalmente pelo preconceito e pela prevenção perante as leis vigentes dos tempos antigos, por isso se manteve o nome Centro Espírita Rita Irlanda de Carvalho Teixeira. A casa funciona tanto para o umbandismo, quanto para o candomblecismo. Com a chegada do pai de santo, tendo sua origem do candomblé, houve uma agregação das religiões mas sem se misturar. "Por exemplo, toda quarta feira tem o ritual para xangô, um ritual do candomblé, cantado todo em yorubá e as quintas de 15 em 15 dias ou quando a casa não está em função do candomblé, tem os encontros umbandistas, com a presença de caboclos, Preto Velho, que são as consultas de saúde."

Atualmente no Brasil são cultuados apenas 16 orixás. Um número pequeno perante aos mais de 200 existentes na cultura da África ocidental.

Os 16 orixás cultuados atualmente no Brasil são:

Exú – Mensageiro

Oxalá – Orixá da paz

Ogum – Orixá da guerra

Oxóssi – Orixá da caça e da fartura

Xangô – Orixá do fogo e do trovão

Omolu – Orixá das doenças e das curas

Logun Edé – Orixá da caça e da pesca

Oxumaré – Orixá da chuva e do arco-íris

Ossain – Orixá das folhas sagradas e dos animais

Oxum – Reina sobre as águas doces do rio e amor

Iemanjá – Também conhecida como rainha do mar

Iansã – Orixás dos ventos, raios e tempestades

Nanã – Protege idosos e desabrigados

Ewá – Orixás das moças virgens

Obá – Dona das guerras e das águas revoltas

Ibeji – Orixá das crianças

Não se sabe exatamente quantos frequentadores a casa tem, justamente por estar funcionando 24h por dia, mas recebemos a informação de que filhos de santo da casa há em torno de trezentos a quinhentos, todos iniciados na religião.

A casa também participa de projetos sociais e culturais. Em 2015 ocorreu a primeira Conferência sobre patrimônio e cultura afro-brasileira em Caetité, Desde 2011 há uma parceria com a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em que participam todos os anos do projeto Leituras de África fazendo também parte do coletivo que leva o mesmo nome. A última edição deste projeto foi realizada em sua totalidade no terreiro. Outra parceria importante a com a Fundação Pedro Calmon, onde já receberam mais de 500 livros, com pretensão de fundar no terreiro uma biblioteca comunitária. "Estamos tentando criar um espaço aqui para que toda a comunidade possa utilizar essa biblioteca, que terá uma temática voltada para a cultura afro. Uma preocupação nossa é com os jovens que estão no mundo das drogas e a ociosidade e nossa intenção é retirar esses jovens desse mundo e poder ajudá-lo através da cultura. Aqui realizamos oficinas de atabaque, canto em iorubá e samba de roda e em breve estaremos Implantando a oficina de dança afro para estes jovens que estão em situação de vulnerabilidade social."

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