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O Povo Brasileiro - Caboclo

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Por:   •  24/9/2014  •  833 Palavras (4 Páginas)  •  442 Visualizações

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A ocupação da Amazônia pelos portugueses se deu inicialmente, para expulsar holandeses, ingleses e franceses que procuravam se instalar nas desembocaduras do rio Amazonas, uma vez que não foram contemplados com o Tratado de Tordesilhas. Foram construídas fortificações que mais tarde se tornam feitorias, traficando com os índios aliados drogas da mata por bugigangas.

As drogas do sertão, assim também chamadas as drogas da mata, eram o cacau, salsaparrilha, cravo, canela, quina, urucu, açafrão e óleos, sementes, resinas e tubérculos em geral, que tinham um valor econômico similar às especiarias da Índia no comércio exterior. Logo que os portugueses perceberam isso, trataram de intensificar a coleta das especiarias. Porém, se fazia necessário a mão de obra que conhecia e sabia localizar tais drogas. A única forma então seria a escravização dos índios, mas outro problema se apresentava, já que o contingente de indígenas era grande e de difícil controle. A saída era escravizar aldeias inteiras e manter sob custódia mulheres e crianças enquanto os homens trabalhavam nas expedições.

Vendo-se em tal situação o indígena penetra cada vez mais na mata impossibilitando assim seu aprisionamento. Uma solução mais eficaz, na tentativa de domesticar o índio foi a implantação de núcleos missionários responsáveis pelo aculturamento do aborígine, tendo como principal influencia a religiosidade, o “medo” do Deus católico. Seja pela força ou persuasão, malocas inteiras refugiadas são levadas para os aldeamentos- reduções, incorporando diferentes tribos, com línguas e costumes diversos, impondo-se uma homogeneização e enquadramento compulsório cultural do indígena nos modos de vida dos portugueses. São devastados também pelas inúmeras doenças trazidas, como sarampo, gripe, caxumba que, aos poucos, foram sendo dizimados.

É através desse contato de culturas diferentes que surge uma nova população: a dos caboclos da Amazônia. Oriundos da miscigenação entre índios e brancos, falava uma língua indígena, embora essa se difundisse como a língua da civilização, localizava e coletava as especiarias, tirava sua subsistência de roçados de mandioca, de milho e outras mais herdadas dos índios.

Ao longo de cinco séculos surgiu e se multiplicou uma vasta população de gentes destribalizadas, deculturadas e mestiçadas que é o fruto e a vítima principal da invasão europeia (RIBEIRO, 2006 pag. 288). O caboclo não era nem índio nem europeu e não se achava incluído na condição de povo brasileiro.

Descoberta a vulcanização pelos europeus, em 1870 a borracha se tornaria importante no mercado externo, devido o desenvolvimento da indústria europeia e norte-americana de automotores. Logo, a Amazônia na condição de único fornecedor se empenha em atender a demanda maciça. Cidades como Belém e Manaus foram as primeiras em fornecer energia elétrica à população que a cada dia crescia com o boom da borracha. A ferrovia Madeira-Mamoré é construída para escoar a produção, à custa de muitas vidas.

Um problema começava a se apresentar: não havia pessoas suficientes para o trabalho de retirada do látex, uma vez que o contingente de índios foi reduzido drasticamente após a Cabanagem. Por coincidência, o nordeste brasileiro está sendo assolado pela seca e uma vaga de cerca de 500 mil nordestinos é atraída para a

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