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A Cidade de Salvador no Contexto da Independência da Bahia

Por:   •  19/5/2021  •  Resenha  •  1.090 Palavras (5 Páginas)  •  90 Visualizações

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A cidade de Salvador no Contexto da Independência da Bahia

A dinâmica Mercantil de uma Cidade-capital

Finais do Século XVIII e Início do XIX

Introdução

Quando se fala sobre esse período da História dessa Capitania da Bahia, é importante ter em mente que se trata de um período de transição de poder, onde o Rio de Janeiro se torna um centro de poder, sendo a nova capital. É necessária a compreensão desse contexto na capitania baiana, para compreender como funcionava sua economia.

O que a autora, Avanete Pereira Sousa busca nesse texto, é preencher lacunas sobre as relações da Bahia com o comércio ultramarino de Portugal.

Em 1763 há a mudança de capital, da Bahia para o Rio de Janeiro, um ato de importância política muito significativo, porém não foi responsável por uma decadência da economia. Isso se dá pelo fato da Capitania da Bahia, e sua capital, Salvador, já terem uma estrutura de comércio formada ao longo de muito tempo, junto a sua localização, o que faz com que consiga se sustentar economicamente mesmo sem a alcunha de Capital do Brasil. A região onde se localizava a Bahia, não apenas relacionada à Europa, que era mais próxima que do Rio de Janeiro, mas também relacionada ao recôncavo e ao que era produzido lá, era um fato decisivo para manter a capitania baiana em uma posição economicamente fundamental e única. Tendo açúcar e fumo como principais produtos de comércio, sendo na alta exportação, o caso do açúcar, quanto na troca com o tráfico escravo, o caso do fumo.

Açúcar

Para compreender melhor em números a importância da Capitania da Bahia para a produção do açúcar nesse século, entre 1720 e 1790 o volume do açúcar remetido do porto de Salvador para o reino oscilou entre 420.000 e 760.000 arrobas. Esses são números que se sustentam por muito tempo ao longo do século XVIII e XIX, e até crescem, mesmo no período em que o país passava pelo gradativo processo de independência, a produção do açúcar parecia não ser atingida.

Falando sobre o mercado interno, responsável pela compra de 10% do açúcar produzido no país, existiram várias questões envolvendo esse comércio, até mesmo uma tentativa de monopólio do mercado e proibição da venda, que seria restrita a lugares especializados. O açúcar a retalho era vendido para diversos fins, seja para o uso doméstico como para o comércio de doces.

As crises aconteciam e tinham vários motivos para isso. Entre elas a perda de exclusividade nas praças europeias, o declínio do preço do açúcar no mercado externo junto a um declínio da produção parecem ser fatores mais comuns que desestabilizaram esse mercado.

Fumo

Quanto ao fumo, era responsável por 90% desse produto exportado para Portugal. Na primeira década do século XVIII estima-se que cerca de 1.500 fazendas eram responsáveis pela produção de 35 mil rolos por ano.

O comércio de fumo para a Costa de Mina, região do golfo da Guiné, estava diretamente relacionado ao tráfico de escravos, e durante o período do século XVIII podemos ver seu crescimento. Saindo cerca de 58 mil arrobas por ano na primeira metade do século e na segunda metade e até parte do século XIX, cerca de 141 mil arrobas por ano. O que fala não só sobre a produção desse produto, mas também sobre o aumento do número de homens escravizados.

Povos Escravizados

Os povos escravizados foi o principal ponto de sustentação da economia dos senhores de engenho e a partir da troca pelo fumo, estima-se que na primeira metade do século XVIII o comércio e tráfico entre Salvador e a costa africana despejou no porto da Bahia entre 259 e 305 mil homens escravizados.

Esse é um fluxo intenso e contínuo, que por ser um dos alicerces desse sistema de produção, não sofria tantos abalos mesmo quando foi assinado o tratado de Viena que consolidava o ato como tráfico.

Entre o século XVI até meados do século XIX, calcula-se que Salvador recebeu uma média de 1.349.724 escravos africanos, o que representa cerca de um terço de todo o contingente desembarcado no Brasil nesse período.

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