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A Construção da Ordem José Murilo de Carvalho

Por:   •  21/9/2020  •  Projeto de pesquisa  •  1.012 Palavras (5 Páginas)  •  280 Visualizações

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A construção da ordem

 José Murilo de Carvalho

José Murilo de Carvalho nasceu em Andrelândia, no Estado de Minas Gerais, em 8 de setembro de 1939. Sociólogo e historiador é professor da UFRJ e da Escola de Guerra Naval. Suas pesquisas concentram-se no Brasil Império e Primeira República, com ênfase nos temas da cidadania, republicanismo e história intelectual. Foi eleito para a Academia Brasileira de Ciências em 2003 e para a Academia Brasileira de Letras em 2004.

Em A construção da ordem, o autor pretende compreender os primórdios da constituição da elite brasileira, tendo como foco inicial o desenrolar das atividades políticas no Brasil Império, e as relações de formação da alta sociedade, ou seja, os aspectos que nortearam a formação de um grupo estrito de pessoas que estariam durante um bom tempo orientando as decisões administrativas do nosso país.

O autor inicia o texto discutindo as complexidades da formação de um estado, a construção dos estados na Europa foi um processo bastante delongado, tendo em vista o enredamento para com as metamorfoses que se apresentavam após o fim da era feudal, por parte da sociedade e das elites. Após a formação estatal, em Portugal, houve um predomínio do elemento burocrata, em outras palavras, o estado português intervinha com intensidade nas relações sociais.

Após a formação dos estados na Europa, o novo mundo teve que experimentar uma transformação dotada de complexidade parelha, mas que teria que ser executada em tempo reduzido. Desse modo, as colônias na América foram elaboradas como uma transcrição dos conceitos de estado presentes nas metrópoles, para constatar esta hipótese basta observar as semelhanças entre o aparelho estatal dos Ingleses e americanos, bem como em nosso caso o estado português em consonância com o que se desenvolve em terras brasileiras.

O Brasil recebeu de Portugal, uma elite burocraticamente treinada, que tinha como função viabilizar as transformações para a consolidação de um estado brasileiro uníssono aos interesses portugueses. Lembrando que, nesse contexto, existe uma correlação entre a homogeneidade da elite, e a estabilidade na formação do estado. Para Carvalho “a homogeneidade ideológica e o treinamento foram características marcantes da elite portuguesa criatura e criadora do Estado absolutista.” (p.37).

Mais adiante no texto, um destaque importante é feito por José Murilo de Carvalho, diz respeito ao cenário político implementado na América: As nações que eram originárias da ex-colônia espanhola geralmente tendiam a ter um caráter anárquico, com uma nítida debandada do poder, apenas lideranças de caráter revolucionário emergiam no cenário de anarquia. Em contrapartida os países que foram ex-colônias portuguesas, tinham como base tentar ao máximo conter revoluções, mudanças estruturais, em prol da manutenção de uma proeminência do governo civil.

Ao analisar a formação social brasileira em relação as definições políticas da elite, o autor apresenta dois modos distintos de percepção das elites políticas nacionais, os cargos de importância em nosso país derivavam de posição ou decisão. O primeiro grupo refere-se aos indivíduos que de fato vivam na elite política nacional, que geriam e administravam as decisões do país sendo autorizados para tais ações, no segundo plano o autor ressalta a existência de homens que detinham o poder e o controle social, sem que estivessem interligados ao governo. Em certos momentos há uma oposição entre essas duas elites em relação a sua influência nos trâmites nacionais.

Nesse contexto histórico, vale salientar a importância que é dada aos cargos exercidos na esfera pública, ser funcionário público representava mais que uma mera orientação profissional, era sinônimo de status social, e de uma manutenção financeira sólida.

O autor destaca um capítulo específico para ressaltar a educação superior no Brasil e sua incidência nas formações governamentais, para Carvalho, o ensino foi um veemente fator de unificação ideológica para a elite. Nas palavras do mesmo: A elite era: "uma ilha de letrados num mar de analfabetos".

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