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A DIVISÃO DO TRABALHO

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Por:   •  24/8/2013  •  Tese  •  1.640 Palavras (7 Páginas)  •  363 Visualizações

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A RIQUEZA DAS NAÇÕES

Adam Smith

Por Roberto Fendt

A DIVISÃO DO TRABALHO

O maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho e a maior parte da habilidade, destreza e bom senso com os quais o trabalho é em toda parte dirigido ou executado parecem ter sido resultados da divisão do trabalho.

Tomemos como exemplo a fabri¬cação de alfinetes. Um operário não trei¬na¬do para essa atividade nem familiarizado com a utilização das máquinas ali empregadas dificil¬mente fabricaria um único alfinete por dia. Entretanto, da forma como essa atividade é hoje executada um operário desenrola o arame, um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto afia as pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete requerem-se duas ou três ope¬ra¬ções diferentes; montar a cabeça é uma atividade diferente, e alvejar os alfinetes é outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma atividade independente. Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximada¬mente 18 operações distintas. Uma pequena manufatura com apenas dez empregados consegue fabricar mais de 48 mil alfinetes por dia em virtude de uma adequada divisão do trabalho e da combinação de suas diferentes operações. Se, porém, esses dez operários tivessem trabalhado inde¬pendentemente um do outro, e sem que nenhum deles tivesse sido trei¬nado para esse ramo de atividade, ca¬da um deles não teria conseguido fa¬bricar um único alfinete.

A divisão do trabalho multiplica as produções de todos os diversos ofícios e gera, em uma sociedade bem dirigida, a riqueza universal que se estende até às camadas mais baixas do povo. Cada trabalhador tem para vender uma grande quantidade do seu próprio trabalho, além daquela de que ele mesmo necessita. Fornece-lhes em abundância aquilo de que carecem, e estes, por sua vez, com a mesma abundância, lhe fornecem aquilo de que necessita; assim é que em todas as camadas da sociedade se difunde uma abundância geral de bens. (Livro I, Capítulo I)

O PRINCÍPIO QUE DÁ ORIGEM À DIVISÃO DO TRABALHO

Essa divisão do trabalho, da qual derivam tantas vantagens, não é, em sua origem, o efeito de uma sabedoria humana qualquer, que preveria e visaria essa riqueza geral à qual dá origem. Ela é a conseqüência necessária, embora muito lenta e gra¬dual, de uma certa tendência ou pro¬pen¬são existente na natureza humana que não tem em vista essa utilidade extensa: a propensão a trocar uma coisa pela outra.

O homem tem necessidade quase constante da ajuda dos semelhantes, e é inútil esperar essa ajuda simples¬mente da benevolência alheia. Ele terá maior probabilidade de obter o que quer se conseguir interessar a seu favor a auto-estima dos outros, mos¬tran¬do-lhes que é vantajoso para eles fazer-lhe ou dar-lhe aquilo de que ele precisa. Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse. Dirigimo-nos não à sua humanidade, mas à sua auto-estima, e nunca lhes falamos das nossas próprias necessidades, mas das vantagens que advirão para eles.

Assim como é por negociação, por troca ou por compra que consegui¬mos uns dos outros a maior parte dos serviços recíprocos de que necessi¬tamos, da mesma forma é essa mesma tendência a trocar que originaria¬mente gera a divisão do trabalho. A diferença entre as personalidades mais dife¬rentes, entre um filósofo e um carre¬gador comum da rua, por exemplo, parece não provir tanto da natureza, mas antes do hábito, do costume, da edu¬cação ou formação. É a certeza de poder permutar toda a parte exce¬dente da produção de seu pró¬prio trabalho, que ultrapasse seu consumo pessoal, que estimula cada pessoa a dedicar-se a uma ocupação especí¬fica e a cultivar e aperfeiçoar todo e qual¬quer talento ou inclinação que possa ter por aquele tipo de ocupação ou negócio. (Livro I, Capítulo II)

A DIVISÃO DO TRABALHO É LIMITADA PELA EXTENSÃO DO MERCADO

Como é o poder de troca que leva à divisão do trabalho, assim a extensão dessa divisão deve sempre ser limitada pela extensão desse poder, ou, em outros termos, pela extensão do mercado. Quando o mercado é muito reduzido, ninguém pode sentir-se estimulado a dedicar-se inteiramente a uma ocupação, porque não poderá permutar toda a parcela excedente de sua produção, que ultrapassa seu consumo pessoal, pela parcela de produção do trabalho alheio, da qual tem necessidade. (Livro I, Capítulo III)

DA ORIGEM E DO USO DO DINHEIRO

Uma vez plenamente estabelecida a divisão do trabalho, é muito redu¬zida a parcela de necessidades humanas que pode ser atendida pela produção indi¬vidual do próprio trabalha¬dor. A grande maioria de suas necessi¬dades ele a satisfaz permutando aquela parcela do produto de seu trabalho, que ultrapassa o seu próprio consumo, por aquelas par¬celas da produção alheia de que tiver necessidade. Assim sendo, todo homem sub¬siste por meio da troca, tornando-se de certo modo comerciante; e assim é que a própria sociedade se transforma naquilo que adequa¬damente se deno¬¬mina sociedade comercial.

Quando a divisão do trabalho esta¬va apenas em seu início, esse poder de troca deve ter deparado fre¬qüen¬temente com grandes empe¬cilhos. Podemos perfei¬tamente supor que um indivíduo possua uma mer¬ca¬-doria em quantidade superior àquela de que precisa, ao passo que um outro tem menos. Conseqüen¬temente, o primeiro estaria disposto a vender uma parte de seu supérfluo, e o segundo a comprá-la. Todavia, se essa segunda pessoa não possuir nada daquilo que a primeira necessita, não poderá haver nenhuma troca entre as duas. A fim de evitar o inconveniente de tais situações, toda pessoa prudente, em qualquer sociedade e em qualquer período da história, depois de adotar pela primeira vez a divisão do tra¬balho, deve ter se empenhado em con¬duzir seus negócios de tal forma que, a cada momento, tivesse consigo, além dos produtos diretos de seu próprio trabalho, uma certa quanti¬dade de alguma(s) outra(s) mercado¬ria(s) – que, em seu entender, poucas pessoas recusariam receber em troca do pro¬duto de seus próprios trabalhos.

Foi dessa maneira que em todas as

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