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A Enconomia Primitiva

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Por:   •  10/9/2014  •  Tese  •  594 Palavras (3 Páginas)  •  189 Visualizações

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s sociedades primitivas são sociedades sem Estado: esse julgamento de fato, em si mesmo correto, na verdade dissimula uma opinião, um juízo de valor, que prejudica imediatamente a possibilidade de constituir uma Antropologia política como ciência rigorosa. O que de fato se enuncia e que as sociedades primitivas estão privadas de alguma coisa, o Estado, que lhes é tal como a qualquer outra sociedade, a nossa, por exemplo, necessária. Essas sociedades são, portanto, incompletas. Não são exatamente verdadeiras sociedades, não são policiadas, e subsistem na experiência talvez dolorosa de uma falta do Estado. Não se pode imaginar a sociedade sem o Estado, o Estado é o destino de toda sociedade.

A história tem um sentido único, de que toda sociedade está condenada a inscrever-se nessa história e a percorrer as suas etapas que, a partir da selvageria, conduzem à civilização.

O registro de uma evolução evidente de forma alguma fundamenta uma doutrina que, relacionando arbitrariamente o estado de civilização com a civilização do Estado, designa este último como termo necessário atribuído a toda sociedade.

Já se percebeu que quase sempre as sociedades arcaicas são determinadas de maneira negativa, sob o critério da falta: sociedades sem Estado, sociedades sem escrita, sociedades sem história. Mostra-se como sendo da mesma ordem à determinação dessas sociedades no plano econômico: sociedades de economia de subsistência.

As sociedades que não possuem Estado, escrita, história, também não dispõem de mercado. As sociedades primitivas não produzem excedentes, é porque são incapazes de fazê-lo, inteiramente ocupadas que estariam em produzir o mínimo necessário à sobrevivência e a subsistência.

Existe uma imagem antiga, sempre eficaz, da miséria dos selvagens. E, a fim de explicar essa incapacidade das sociedades primitivas de sair da estagnação de viver o dia-a-dia, dessa alienação permanente na busca de alimentos, invocam-se o subequipamento técnico, a inferioridade tecnológica.

Não existe hierarquia no campo da técnica, nem tecnologia superior ou inferior; só se pode medir um equipamento tecnológico pela sua capacidade de satisfazer, num determinado meio, as necessidades da sociedade. E, sob esse ponto de vista, não parece de forma alguma que as sociedades primitivas se mostraram incapazes de se proporcionar os meios de realizar esse fim. Essa potência de inovação técnica testemunhada pelas sociedades primitivas desdobra-se sem dúvida no tempo. Nada é fornecido de uma só vez, há sempre o paciente trabalho de observação e de pesquisa, a longa sucessão de ensaios, erros, fracassos e êxitos.

Não existe escala abstrata pela qual se possam medir as intensidades tecnológicas, o equipamento técnico de uma sociedade não é diretamente comparável àquele de uma sociedade diferente, e de nada serve opor o fuzil ao arco. Nem em fato, uma vez que a arqueologia, a etnografia, a botânica etc. nos demonstram precisamente a potência de rentabilidade e de eficácia das tecnologias selvagens. Por conseguinte, se as sociedades primitivas repousam numa economia de subsistência, não é por lhes faltar uma habilidade técnica. Uma economia de subsistência é compatível com uma considerável limitação do tempo dedicado às atividades produtivas.

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