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Costumes E Crimes Na Sociedade Primitiva

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Por:   •  11/11/2013  •  2.572 Palavras (11 Páginas)  •  1.801 Visualizações

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A submissão automática ao costume e o problema real

Malinowski começa falando que não era problema quando se imaginava que o “selvagem” era realmente selvagem, e que seguia a frágil lei que possuía. Mas a sociedade primitiva começou a ser visto de outro modo pelos cientistas, quando começou a ficar notório que o selvagem segue a tendência natural dos seus impulsos espontâneos.

Muitos diziam que o selvagem tem uma profunda reverência pela tradição e pelo costume. Obedece a elas de forma “servil”, “involuntária“ e “espontânea” por “inércia mental”.

Malinowski concorda com a frase de E. SIDNEY HARTLAND (No slide), mas duvida que a tradição seja idêntica na arte, nas relações sociais, na religião. E ao falar que os selvagens aceitam de maneira natural, e que não procura rompê-los, sendo que o certo seria não aceitar como natural qualquer coerção, e obedecer a regulamentos desagradáveis sem ser compelido.

Ele cita uma outra fala, dessa vez do Dr. Rivers, na qual o mesmo fala de “um método inconsciente ou intuitivo de regular a vida social”, e que é “estritamente ligado ao comunismo primitivo”. (Frase no slide). E Malinowski fala que esses métodos “inconscientes” respondem pela lei, pela ordem, pelo comunismo e pela promiscuidade (relação sexual casual) sexual.

Outro autor, o professor Hobhouse, falando sobre tribos de níveis muito baixo de cultura diz que (frase no slide). E Malinowski critica, porque não haveria um sistema de obrigação, não imposto por autoridade central, mas sim em motivos reais, interesses e sentimentos complexos.

O fato é que nenhuma sociedade pode funcionar eficientemente se as leis não forem obedecidas de modo “voluntário e espontâneo”. Há certo número de leis, tabus e obrigações em toda cultura humana que muito pesa sobre todos s cidadãos, exigindo grande auto sacrifício, que é obedecido por razões morais, sentimentais ou reais. Malinowski concluiu que toda lei é obedecida por essa misteriosa propensão do selvagem a obedecê-la. De que em uma comunidade primitiva a lei não precisa ser imposta, é obedecida espontaneamente.

A economia melanésia e a teoria do comunismo primitivo

Trobriands, localizada na comunidade melanésia, no nordeste da Nova Guiné. Com planícies de terra cobertas de solo fértil e uma ampla laguna com peixes em abundância (no slide). Sustentam uma densa população, envolvida na agricultura e na pesca, mas também na arte e ofícios, e perspicaz no comércio e intercâmbio. A população passa boa parte do tempo na laguna central, e em um dia calmo, ela se agita levando mercadorias e pessoas para a pesca. Olhando vagamente, parece que eles têm um sistema de desordem e anárquica, mas com o passar do tempo, percebe-se que há técnicas precisas para pegar o peixe e arranjos econômicos. Assim como organização em sua equipe e divisão de funções sociais.

Cada canoa estará o proprietário, e o restante forma a tripulação. Todos pertencentes ao mesmo subclã, ligados uns aos outros, e o proprietário não pode negar sua canoa, sendo que ele deve ir, ou mandar outra pessoa em seu lugar. Cada homem deve tomar seu lugar e desempenhar sua tarefa. Na distribuição da pesca, cada homem recebe a justa parte trabalhada. Assim, há essas séries de obrigações e deveres, unindo um grupo que se torna uma esquipe de trabalho.

Pode-se haver uma transferência de privilégios de um membro da tripulação para qualquer parente ou amigo, mas sempre por uma compensação ou remuneração. Para quem não acompanha de perto e observa cada detalhe, essa situação se parece com o comunismo, na qual: a canoa parece ser propriedade conjunta de um grupo e usado por toda a comunidade. Mas se fosse assim, qualquer cooperativa moderna poderia ser chamada de “empresa comunista”.

O chefe da equipe tem que financiar a construção de uma nova embarcação, quando estiver velha, e manter em bom estado. Todo sócio proprietário tem direito a um lugar nela, e participam dos deveres, privilégios e benefícios. Sua posição é determinada pela classe, idade e destreza (habilidade e sabedoria).

A força das obrigações econômicas

Divisão da pesca: Uma pequena parcela permanece com os aldeões. Geralmente, encontra pessoas da comunidade do interior esperando na praia. Essas pessoas recebem lotes de peixes dos pescadores e levam correndo pra casa, pra chegar fresco. Assim, encontramos um sistema de servidões e obrigações de acordo entre duas comunidades. Porque a aldeia do interior fornece legumes e verduras aos pescadores. Há também um cerimonial de troca, que deve ser seguida por um complexo ritual.

A aldeia costeira a do interior tem que confiar uma na outra. Entretanto, cada comunidade depende muito de seus parceiros. E se não houver fidelidade, eles sabem que serão castigados de alguma forma. Cada comunidade tem uma arma para fazer cumprir seus direito: a reciprocidade. Todas as cadeias de reciprocidade são assim reforçadas por serem parte integrante de todo um sistema de mutualidade.

Reciprocidade e organização dual

O princípio dual resulta integralmente da simetria interna de todas as transações sociais (slide), da reciprocidade de serviços, sem o que nenhuma comunidade primitiva poderia existir. Uma organização dual pode aparecer claramente na divisão de uma tribo ou estar quase completamente obscurecida.

Entre duas comunidades, as trocas não são realizadas com dois indivíduos qualquer comerciando entre si ao acaso. Mas cada um tem seu parceiro permanente, e os dois tem de tratar um com o outro. Muitas vezes são parentes, amigos ou parceiros no importante sistema de troca cerimonial denominado kula. Os parceiros são agrupados em subclãs. A troca estabelece um sistema de lações sociológicos de natureza econômica.

Percebe-se a continuidade de diversas regras para vários aspectos: dois grupos trocando serviços e funções, cada um supervisionando o cumprimento a correção da conduta do outro.

O mestre da canoa zela pela ordem nas transações internas entre os membros da tripulação e os representantes externamente. Reciprocamente, o mestre tem de dar a cada homem o pagamento cerimonial na festa da construção. Ele não pode recusar a nenhum deles seu lugar no barco e tem que providenciar que recebam a sua quantia justa na pescaria.

O mesmo controle que o mestre exerce em sua canoa, é assumido dentro da comunidade pelo chefe que é também o feiticeiro hereditário.

A lei, o interesse pessoal e a ambição social

Além da coerção das obrigações reciprocas,

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