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A Mitologia Egípcia

Por:   •  2/11/2019  •  Ensaio  •  1.934 Palavras (8 Páginas)  •  120 Visualizações

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MITOLOGIA EGÍPCIA

Shirlei Zounar

INTRODUÇÃO

Conforme Mercer, para nós, o mito não passa de uma estória que visa “explicar” alguma prática ou crença, enquanto que para os antigos Egípcios, os mitos eram presentes nas análises e conclusões. (MERCER, 1957)

As crenças e concepções mitológicas criadas pelos escribas egípcios nunca foram de fato agrupadas ou unificadas por eles, que deixaram apenas fragmentos grafados desses episódios, que variaram conforme os locais e períodos. (BAKOS, Margaret Marchiori, 2009, p. 245)

Tornando-se difícil a sistematização das mitologias egípcias, acabou-se analisando os fenômenos de transculturação, ou seja, a apropriação de elementos de uma cultura por outra, o que implica em mudanças e transformações de conteúdos e narrativas. (BAKOS, Margaret Marchiori, 2009, p. 246). No caso da mitologia egípcia, portanto, é necessário compreender que os gregos impuseram sobre ela seus significados, versões e interpretações, apropriando-se dos mitos egípcios e interferindo, de certa forma, na construção dos mesmos.

CONCEPÇÕES RELIGIOSAS

A mitologia Egípcia, então, nos mostra aspectos trágicos em suas narrativas, o olhar dos egípcios acerca da genealogia da vida, bem como os valores e afetos humanos, além de salientar as expectativas de vida e morte muito presente naquele contexto de criação. Ainda, ensinam através das narrativas sobre os comportamentos humanos, da natureza e explicam aos homens os motivos pelo sofrimento relacionado à infração de regras e costumes. (BAKOS, Margaret Marchiori, 2009, p. 247)

Percebemos nas narrativas mitológicas a presença de astros, humanos, animais e principalmente figuras antropomórficas, como no caso dos deuses que possuem características humanas e aspectos animais.

Conforme Pedro Paulo A. Funari, os egípcios viam o mundo a partir de suas experiências. Viviam próximos ao deserto fertilizado pelas águas do Nilo, com escassez de água das chuvas, mas sendo alvos de enchentes (resultado das chuvas na África Tropical) que para eles eram misteriosas. O céu geralmente limpo era dominado pelo Sol, este que “nascia e morria” todos os dias, sem que os egípcios soubessem sobre o movimento de rotação da Terra.

Desta forma, os egípcios interpretavam as forças da natureza como resultado de forças superiores, associando estes mistérios a divindades. (FUNARI, P. P. A., 2009)

DIVINDADES

Os egípcios eram politeístas, praticavam cerimônias, rituais e oferendas às entidades. Vale ressaltar também que cada cidade do Egito possuía um deus protetor. A representação dos deuses no Egito Antigo era variada, alguns eram humanos, outros totalmente animais, ou então, uma mistura de características humanas e animais. Vemos como exemplo a própria Esfinge, que é imagem do deus sol, um leão com cabeça humana.

Isso acontece porque os egípcios costumavam adorar os animais, principalmente os gatos, cachorros e bois, considerados, portanto, seres vivos sagrados. Os gatos auxiliavam a exterminar os ratos das cidades, o cães os ajudavam na caça e os bois ajudavam na agricultura, sendo estes então venerados, respeitados e associados a figuras divinas.

Entre os deuses principais podemos destacar:

Amon

Considerado rei dos deuses, Amon é o senhor dos templos de Luxor e Karnak. Por volta de 2000 a.C forma-se sua personalidade e acaba trazendo algumas funções de Ré, sob o nome de Amon-Ré, sendo o Sol que dá vida ao Egito. Representado como homem vestido de uma túnica real e usando na cabeça duas grandes plumas do lado direito, este se manifesta também sob forma de carneiro e por vezes em forma de um ganso.

Ré/Rá

Além de levar um dos nomes do Sol é também um dos principais deuses egípcios e pai dos deuses. “Quando desaparece no oeste, à noite, ele é Atum, velho curvado, esperado no além pelos mortos que se aquecem com seus raios. Pela manhã, renasce no leste com a forma de um escaravelho. Durante o dia clareia a terra, sempre com a forma de um falcão.”

Osíris

Inicialmente era o deus da vida e da vegetação, após sua “morte” passa a ser considerado o deus dos mortos, da ressurreição e da vida eterna. Desta forma, era fundamental oferecer oferendas a este, passo importante no caminho da eternidade.

Seth

Representado por um quadrúpede ou corpo humano com cabeça de animal, focinho e orelhas em pé, de difícil identificação com a realidade, mas semelhante a um cão. Seth é um deus complexo e frequentemente associado ao caos, ou com palavras relacionadas a violência, sofrimento, tempestades, etc. Este serve ao faraó e combate inimigos com a força de seu braço, sendo perigoso e imprevisível. “Necessário fomentador de problemas no mundo regido por Maát.”

Maát

Maát é vista com uma pluma de avestruz na cabeça e representa o equilíbrio/harmonia do universo. Na sociedade, é símbolo que lembra o respeito pela prática da verdade e justiça, leis e indivíduos. Maát cuida dos tribunais e possui templos.

Anúbis

Representado como um homem com cabeça de cachorro, este deus é o patrono dos embalsamares e mestre dos cemitérios. Introduz os mortos no além e protege os túmulos em forma de cachorro deitado. Anúbis é também representado na forma de um cachorro selvagem, este que frequenta as necrópoles.

Hator

Hator é uma das deusas mais veneradas no Egito Antigo. Possui rosto de mulher e orelhas de vaca. Esta é a deusa distribuidora de alegria e “dama da embriaguez”, em honra dos apreciadores de vinho e músicos. Adorada também em forma de mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça ou simplesmente uma vaca.

Horus

Filho de Osíris e Ísis, Horus é representado com um homem com cabeça de falcão ou em forma de um falcão, sempre usando as coroas de rei do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu é o falcão, cujos olhos são o sol e a lua.

É também um deus solar adorado em quase todo Egito, seu nome deriva da palavra hr (her ur), que de forma mais primitiva significa acima, sobre ou distante, descrevendo a situação de um falcão no céu quando

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