A Natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantém separados

PARTE I - A NATUREZA DA CULTURA OU DA NATUREZA A CULTURA

“A natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantém separados”.

MONTAIGE (1533 – 1572) “na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra”.

1. O DETERMINISMO BIOLÓGICO

Muitas pessoas referem cultura às raças, acreditam que as capacidades são herdadas geneticamente. No entanto, as diferenças genéticas não determinam as diferenças culturais, todo ser humano tem quase a mesma capacidade mental em todos os grupos de diversas culturas. O determinismo biológico não tem influência na aprendizagem de determinado grupo étnico, o autor denomina tal processo como “endoculuturaçao”.

2. O DETERMINISMO GEOGRÁFICO

Segundo a teoria do determinismo geográfico, um ambiente físico influência nas relações entre natureza e o homem.

No entanto, esta teoria foi refutada por alguns pesquisadores que entendem que em um espaço geográfico pode haver mais de uma cultura, o que significa e que o espaço geográfico não influencia de forma direta sobre a formação da cultura e formas de interação de grupos populacionais.

Para explicar a não validade desta teoria, o autor cita alguns exemplos, sendo um deles o de dois grupos que habita sobre a calota polar norte, os esquimós e os lapões, os esquimós constroem suas casas (iglus) com o gelo e, quando querem ou precisam se mudarem eles pegam seus pertences e vão para outro território, já os lapões, constroem suas tendas com pele de rena, e quando precisam ou querem se mudar eles desmontam o acampamento limpam as peles que está com gelo e se mudam para outro sitio. Entende-se então que no ambiente geográfico há mais culturas, forma de sobrevivência e relação com o outro e o ambiente, assim como no mesmo exemplo o autor coloca que os esquimós evitam as renas, já os lapões são ótimos cultivadores das mesmas, apesar de estar no mesmo espaço geográfico eles vivem de formas diferentes com a natureza e o ambiente.

O exemplo mostra que não é possível provar que um ambiente físico consegue moldar um grupo populacional, comprovando que a teoria não é de toda certa e, que existem diferenças entre os homens que não podem ser explicadas por conta de suas limitações regionais e biológicas, mas a humanidade rompeu com suas limitações tornando-se de um animal frágil o mais temível predador, tudo por ser o único que possui cultura.

3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CONCEITO DE CULTURA

Surge no final do século XVII, e no início do ano seguinte um termo germânico Kultur que era utilizado para dar significado aos aspectos espirituais de uma comunidade, havia também um termo francês “Civilization”, que explicava principalmente as realizações materiais de um povo.

Estes termos foram unificados por Edward Taylor, e então surge no vocábulo inglês o termo “’Culture”, que acaba por dar um amplo sentido e referência a explicação das raças, seus conhecimentos, crenças, artes, conceitos moral e costumes, ou quaisquer outros hábitos adquiridos e praticados pelo homem em sociedade.

Sendo assim o conceito de cultura utilizado atualmente foi definido pela primeira vez por Edward Tylor, porém ele nada mas fez que dar forma a um pensamento que já vinha crescendo na mente humana.

A ideia de cultura já vinha sendo estudada e defendida por alguns filósofos como John Locke , que defendia em sua obra “Ensaio a cerca do entendimento humano , onde o mesmo procurou demonstrar que a mente humana é uma caixa vazia, ou seja , o ser humano não nasce com princípios e verdades já impressos ou adquiridos de forma hereditária , o ser humano vai assimilando , costumes , hábitos com o decorrer do tempo , processo esse chamado de endoculturação , Locke era contrário as ideias da época que afirmavam que os princípios e verdades eram inatos ao ser humano.

Como Locke, também podemos citar alguns antropólogos estudiosos que defendiam a ideia de que o homem não nasce com princípios e verdades.

São eles:

Marvin Harris (1969)

Jacques Turgot (1727- 1781)

Jean Jacques Rousseao (1712 – 1712)

Ainda falando sobre Jean Jacques Rousseao, ele também defendia a ideia que não existe verdade ou conceitos inatos, uma mudança no ambiente resulta na mudança do comportamento humano , o qual é resultado da educação recebida.

Mais de um século transcorrido desde a afirmação de Taylor era de se esperar que existisse um razoável acordo entre os antropólogos sobre o conceito de cultura.

Ainda segundo o antropólogo Alfred Louis Kroeber que em 1950 venho a escrever que “a maior realização da antropologia na primeira metade do século XX foi à ampliação e a classificação do conceito de cultura”. Em 1871, Taylor acaba por definir como cultura todo o comportamento aprendido, tudo que independe de uma transmissão genética.

4. O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CULTURA

O conceito de cultura é um dos principais nas ciências humana ponto a antropologia se constituir como ciência quase somente em torno desse conceito. Os antropólogos, desde XIX ,procuram definir os limites de sua ciência por meio de definições de cultura. O resultado é que os conceitos de cultura são múltiplos, e às vezes, contraditórios. O significado mais simples desse termo afirma que cultura abrange todas as realizações, matérias e os aspectos espirituais de um povo. Ou seja, cultura é tudo aquilo que produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até ideais e crenças. Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade empregada socialmente. Além disso, é também todo comportamento aprendido, de modo independente da questão biológica.

5. IDEIA SOBRE A ORIGEM DE CULTURA

A origem da cultura foi uma das primeiras preocupações dos estudiosos. Uma resposta simplificada para isto é que o homem adquiriu cultura a partir do momento em seu cérebro foi capaz de trazer resultados. Esta não é exatamente uma resposta satisfatória, é uma questão que impõe muitas duvidas de como e por que o cérebro se modificou?

Segundo Richard Leackey e Roger Lewin, o inicio do desenvolvimento do cérebro humano começou a partir da vivencia em árvores. Neste caso o faro perdeu muito de sua importância, e trouxe o desenvolvimento