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A Vida Da Mulher Da década De 60, No Brasil

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Por:   •  28/4/2014  •  2.181 Palavras (9 Páginas)  •  529 Visualizações

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A VIDA DA MULHER NA DÉCADA DE 60 NO BRASIL, PERÍODO DE MUDANÇAS IMPORTANTES

Ingrid Kristiensen Silva de Oliveira¹

Introdução

A década de 60 vai ficar marcada como o período de grandes transformações, tanto na área política e econômica, como também no social e cultural. Se por alguns minutos focarmos nosso pensamento nessa época, procurando por nomes que influenciaram tantas mudanças no Brasil, perceberemos que este grupo está quase que totalmente reservado aos homens, excluindo de maneira aparente o papel importante desempenhado pela mulher, que também estava inserida nessa sociedade. Sabemos que a mulher ainda era reprimida por uma sociedade que mesmo com a modernização acontecendo, em alguns aspectos enxergava o sexo feminino somente com o papel de casar, ser uma boa esposa e boa mãe. Com esse ensaio e tendo em vista a abertura para a pesquisa sobre os sujeitos que por vezes foram excluídos da história, pretendo mostrar os padrões de comportamento vividos pelas mulheres de 60, primeiramente através das revistas e na sequência como as mudanças vividas em todo mundo juntamente com a ditadura instaurada em 1964, influenciaram o pensamento feminino da época.

¹ Departamento de História/Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais- FAFIC/Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN/Campus Universitário Central, Setor III

BR 110, KM 48, Rua Prof. Antônio Campos, Costa e Silva

59610-090 – Mossoró-RN

As revistas femininas da década de 60 obtiveram grande sucesso, tendo seus exemplares vendidos rapidamente, logo que eram postos a venda. Essas revistas, traziam em suas páginas aquilo que o sexo feminino estava inquieto por obter “Resposta”, isso mesmo respostas para aquilo que elas não podiam esclarecer com pessoas mesmo que próximas, devido a padrões da época, pois poderia ser rotulada de algo que fugiria as normas de comportamento demarcadas naquele período.

Essas publicações possuíam seções de culinária, moda, comportamento entre várias outras. Fatores que direcionavam a atitude correta a ser empregada dentro dos padrões e normas impostos pela sociedade naquele momento. Percebemos assim, que essas revistas expressavam as representações sociais e como as mulheres se encaixavam em todo esse conjunto.

Na década de 60 a modernidade traz consigo mudanças consideráveis na sociedade, com o desenvolvimento da industrialização brasileira, as populações deslocam-se do campo para as grandes cidades, em busca de melhores condições de vida. Dessa forma, as relações sociais transforma-se devido o encontro de realidades distintas.

Com tanta mudança ocorrendo a mulher é inserida no mercado de trabalho e passa a frequentar também as universidades. Muitas tornaram-se leitoras fiéis das revistas voltadas ao público feminino, que traziam além de informações de como comporta-se diante das várias situações sociais habituais, também responsabilizava-se pelo entretenimento, com as foto novelas.

Podemos perceber que esse tipo de leitura, não tinha como objetivo impor determinados comportamentos, elas apenas mostravam o que as leitoras estavam sedentas por compreender, mulheres de uma época que mais tarde seria considerada como o grande momento de conquistas e transformações culturais e sociais. Se na década de 50 via-se a mulher com o papel de apenas ser mãe, esposa e dona do lar, a década de 60 é marcada pela luta a favor da igualdade.

Algumas revistas de destaque são Capricho, Grande Hotel e Querida. A revista Querida da editora globo, difundia a importância da modernização, mas ao mesmo tempo ainda lembrava a figura da moça feita para ser o tipo de mulher que os padrões daquela sociedade ainda valorizava, o de mãe, esposa e dona do lar.

As imagens apresentadas nas publicações, tinham como intuito representar as diversas situações vividas por suas leitoras, fazendo com as mesmas pudessem enxergar situações vividas por elas no cotidiano, isso é o que poderíamos considerar um aspecto cultural da época.

Todo esse processo de mudanças acarretava uma confusão na mente feminina, porque enquanto nos EUA, os filmes mostravam atrizes beijando galãs sem nenhum pudor aparente, aqui a realidade ainda era bem distante.

A pílula surge, e o que para nós pode ser considerado como liberdade sexual por não precisarmos está tão preocupados com o fato de engravidar sem estarmos casadas ou namorando, na década de 60 ainda tratava-se do tema SEXUALIDADE como um tabu. E isso é percebido nas publicações que continuavam direcionando suas matérias para assuntos de cunho matrimonial, tornando como era recorrente, algo extremamente importante.

O que na atualidade tornou-se extremamente fácil de ser falado como: virgindade, adultério e ser mãe solteira, para a época era delicado demais sendo difícil discuti-los. Pensamos então da seguinte maneira, as revistas de comportamento feminino, demoraram um pouco para caminhar totalmente com a modernidade, mas é claro que isso se deve ao fato de serem mudanças drásticas que não poderiam ocorrer do dia para a noite, sendo assim mesmo que agindo as passos da evolução da sociedade, elas colaboraram para auxiliar nas diferenças existentes entre homens e mulheres. É claro, que isso não significa que todas as mulheres seguiam fielmente e concordavam com tais publicações.

Os movimentos feministas surgem com a intenção de desmistificar toda essa redoma criada em torno da mulher, fazendo dela muitas vezes um “ bonequinha de porcelana”, que de tão frágil era preferível que permanecesse dedicando-se ao casamento, casa e filhos.

O Brasil como em outros países ocorreu uma grande influência americana e europeia, incentivando o trabalho feminino e a legalização do aborto.

Quando a ditadura militar e instaurada no Brasil em 1964, algumas pessoas optam por um exílio voluntário, por temerem repressões e torturas. Manifestações foram reprimidas dos mais diversos grupos, que lutavam por mudanças sociais.

O exílio para as mulheres colaborou para que entrassem em contato com novas ideias, principalmente as que decidiram instalar-se nos Estados Unidos. A ditadura reprimiu significativamente os movimentos feministas no Brasil, caracterizando-os como ligados a atividades comunistas, devido suas reivindicações fugirem do padrão pretendido

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