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A história dos positivistas: características introdutórias

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Por:   •  26/6/2014  •  Artigo  •  1.967 Palavras (8 Páginas)  •  265 Visualizações

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A história positivista: características introdutórias

por André Wagner Rodrigues - coordenador do curso de licenciatura em História da UNIBAN/ANHANGUERA

Conhecer o passado da humanidade tal como ocorreu constitui uma definição de história característica da ciência positivista do século XIX. Os historiadores dessa corrente de pensamento baseavam suas análises em perspectivas deterministas e paradigmáticas que tendiam ao absoluto, isto é, ressaltavam, por intermédio de uma variedade de documentos oficiais escritos, os fatos mais importantes; ordenavam-nos seguindo uma ordem cronológica e linear de apreensão do tempo e descreviam-nos com a perspectiva de reviver o passado real da humanidade. Por isso, receberam o estigma de “metódicos” ou “historiadores narrativos”, pelos historiadores do século XX. Pois, para os historiadores positivistas...

[...] os fatos falam por si próprios, basta sua reconstituição [...] com a ajuda dos métodos de crítica textual a partir das ciências auxiliares (sigilografia, paleografia e diplomática), que estabelecem a autenticidade dos textos e os datam. Depois a crítica interna apóia-se na interpretação do documento e, por fim, mede a distância entre o que testemunha e os fatos já conhecidos, o que determina o seu grau de veracidade. (BURGUIÉRE, 1993, p. 614)

A Escola metódica: “[...] pretendia fazer uma reconstituição única, ‘verdadeira’, do que de fato se passou. A história narrativa tradicional procurava criar o consenso onde havia conflito, pois era um olhar de cima, a partir das elites políticas” (REIS apud CONDÉ, 2005, p. 95)

A intenção dos historiadores positivistas era ressaltar a importância dos grandes heróis nacionais, assim como, evidenciar no Estado Nacional em consolidação, o verdadeiro sujeito das transformações em curso. Além disso, enaltecer o auge da civilização européia em ritmo acelerado de desenvolvimento após as novas tecnologias advindas da Segunda Revolução Industrial. Nota-se uma preocupação com assuntos de ordem política e social, porém resgatando uma sociedade “abstrata”, pois se centralizava na figura dos grandes líderes nacionais, estes sim, responsáveis pelas transformações estruturais de sua Nação. Os diversos grupos sociais estavam esquecidos, ou “à margem” do desenrolar histórico. O historiador positivista:

Considerando somente a historicidade do escrito, [...] encerra-se numa torre de marfim, evita confrontar-se com a análise, recusa o poder da intuição, dos dados orais, etc. Em suma, evita confrontar-se com as indeterminações da história. (TÉTART, 2000, p. 100)

Mesmo classificando os historiadores positivistas como dogmáticos, descritivos ou metódicos, é notável sua contribuição para o amadurecimento e evolução da ciência histórica. A França e a Alemanha (as Nações que respiravam o cientificismo no século XIX) ainda eram retrógradas quanto à formulação de um método científico de produção.

Os historiadores franceses ainda celebravam as conquistas da Revolução Francesa (1789-1799) em seus escritos legitimando o romantismo como tendência; eram chamados de “literários” pelos historiadores mais jovens. Por outro lado, os historiadores alemães que iniciavam um movimento patriótico em torno da unificação de sua Nação e apoiavam seus estudos na defesa de sua pátria, eram chamados de “eruditos”, mas com métodos ainda sem consistência.

Isso mudaria em meados do século XIX quando há um salto qualitativo em torno de uma teoria e um método responsável por oficializar a História enquanto ciência. Para entender essa transformação, faz-se necessário conhecermos alguns representantes da História positivista. O prussiano Leopold Von Ranke (conhecido com o cognome de “pai da História positivista” na academia), e, sobretudo sua influência na formação teórica e metodológica dos historiadores franceses, especialmente: Gabriel Monod, Ernest Lavisse, Charles Seignobos e Charles Victor Langlois. Conhecer a trajetória de pesquisa e de produção desses historiadores viabiliza-nos uma compreensão do amadurecimento teórico e metodológico da escrita da História de modelo positivista.

História Marxista

A História Marxista consiste em uma forma de escrever a História baseada numa filosofia da História com traços economicistas.

Filosofia da História e História da Filosofia são termos semelhantes, entretanto bem diferentes. Enquanto a História da Filosofia se preocupa em contar os fatos da história da Filosofia, a Filosofia da História se preocupa em explicar como se desenvolve a história. No século XVIII, simultaneamente com o crescimento em importância e notoriedade da ciência História, a Filosofia da História foi tema ao qual muitos pensadores dedicaram suas reflexões. Surgindo várias concepções de progresso histórico.

Entre os vários pensadores que investiram esforços em explicar a lógica do progresso da História, destacou-se a escolaalemã de filosofia, de onde vieram várias formulações filosóficas sobre a História. Entre eles estava Karl Marx.

O filósofo alemão Karl Marx baseou sua explicação histórica para as relações sociais em pilares economicistas. Segundo Marx, é a economia que interfere na vida social em todas as suas formas, gerando frutos em sua conseqüência. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de ferramentas como o materialismo dialético e o caráter teleológico.

O materialismo dialético consiste em ler a história baseando-se na constante luta de classes. Dessa forma, sempre há uma classe dominante e uma classe dominada, sendo que ambas estão em confronto de interesses, já que uma explora a outra. Esse embate seria o motor da história, através do qual se daria o progresso da história e seria a origem das transformações na estrutura.

O caráter teleológico consiste em considerar o final da história como algo previamente conhecido. Como Karl Marx postulava o Comunismo e, segundo o pensador, este só seria alcançado através da tomada do poder pelo proletariado e após passar por etapas necessárias, fica aparente para Marx que o final da história se dá em uma sociedade comunista.

Essa forma de conceber o progresso da história foi absorvida pela historiografia de corrente marxista. A História Marxista é escrita baseando-se em critérios econômicos e considerando a permanente

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