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ACUMULAÇÃO DE CAPITAL E DEMANDA EFETIVA Capítulo 1 - A Longa Vida Da Lei De Say A Lei De Say não Passava De Uma Concepção Pretensiosa Do Economista Francês Jean Baptiste Say Passada Adiante Dentro Do Corpo Da Economia Política Clássica Por Da

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Por:   •  6/8/2014  •  3.816 Palavras (16 Páginas)  •  841 Visualizações

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ACUMULAÇÃO DE CAPITAL E DEMANDA EFETIVA

Capítulo 1 – A longa Vida da Lei de Say

A Lei de Say não passava de uma concepção pretensiosa do economista francês Jean Baptiste Say passada adiante dentro do corpo da Economia Política Clássica por David Ricardo, que não apenas aceitou como procurou aplicá-la coerentemente nos estudos de certos problemas que a envolvia. E pela ajuda considerável de John Stuart Mill que a incorporou à economia neoclássica. Nem mesmo o nome de Say parece aplicável a tal lei, pois 1), segundo Marx, a idéia original seria de James Mill, pai de John Stuart, de acordo com o qual existe um “equilíbrio metafísico entre vendedores e compradores” (MIGLIOLI, 1992, p. 10). 2), a idéia já estava presente em Adam Smith e 3), todo o prestígio que a referida lei gozou se deve a Ricardo, e depois a John Stuart Mill. Todo o desprezo de Keynes por Ricardo se deve ao fato de ele ser o responsável pela incorporação da Lei de Say ao corpo principal da Economia Política ortodoxa.

Mas se a Lei de Say foi tão prejudicial ao desenvolvimento da Ciência econômica como poderia ganhar tamanha aceitação no campo da teoria e da Economia Política. As razões apresentadas por Kalecki são: 1) representar o interesse da classe capitalista; 2) confirmada cotidianamente pela experiência individual[1]; 3) o simples comodismo intelectual, que leva à rotina e a adoção acrítica dos princípios estabelecidos. Um exemplo é a própria lei de Say que insistia em sobreviver mesmo quando cada vez mais agudas crises exigiam novas concepções. Ainda assim a Lei de Say exerceu importante influência sobre a formação da Economia Política por Ricardo o qual, seguido de John Stuart Mill, foi o teórico que mais conscientemente aplicou tal lei.

Capítulo 2 – Formulação e Significado da “lei”

A lei[2]: Conhecida como a “Lei de Say”, “Lei dos mercados de Say”, ou “Lei da preservação do poder de compra”, é mais conhecida pela seguinte afirmação: “a produção

Xcria sua própria demanda”. Tal princípio atualmente é tido como válido para economias de produtores simples, mas a sociedade com que Say, Ricardo, Mill estavam lidando não era de economia simples, e sim, uma sociedade capitalista. Lembremos que o preço do produto pode ser decomposto em três partes: 1) custo dos meios de produção; 2) salários; 3) lucro dos capitalistas. E que o processo de produção física de um bem ou serviço é também geração de um determinado valor (preço) correspondente. Assim, cada produto corresponde a um dado valor (ou preço).

Ao vender uma mercadoria, o capitalista obtém um montante de dinheiro de igual valor. A idéia da Lei de Say é que toda venda gera uma compra de igual valor. O montante da venda se distribui em meios de produção para manter o funcionamento da atividade, e compra de outros capitalistas para manter o seu consumo, e o pagamento de salários aos trabalhadores para que estes comprem bens de consumo, de forma que o a receita total se distribui em diferentes compras num valor total igual. No final tal processo se resume numa troca de produtos por produtos, no qual o dinheiro exerce um meio de troca no processo de circulação. Esse mesmo esquema pode ser montado pela dicotomia básica entre EMPRESAS E FATORES DE PRODUÇÃO, que vendem às empresas “os serviços de seus fatores”, recebendo em troca um pagamento (renda), que permite a compra de bens e serviços produzidos pelas empresas. Tal dicotomia cria fluxos reais e monetários que se apresentam iguais, ou seja, uma nova apresentação da Lei de Say. As rendas dos capitalistas e trabalhadores são trocadas pelas receitas das empresas. Assim, quanto mais

as empresas produzem, mais maior será o volume de rendas, e conseqüentemente, maior será o volume de vendas das empresas, ou seja, a produção criará sua própria demanda.

A troca de produtos por produtos. Porque os produtos se trocam por produtos? (ou porque os fluxos monetários e reais são iguais?) O dinheiro é visto apenas como um meio de troca, e não influência o processo de circulação. Assim, o fluxo monetário é reflexo do fluxo real. Assim, o dinheiro, é simples intermediário de troca, logo, o processo de troca é essencialmente de produtos por produtos. Ricardo afirma que nenhum homem produz a não ser com o objetivo de vender ou consumir, ou vende sem o objetivo de comprar. Ao produzir se torna consumidor, no final as produções são sempre compradas por produções[3]. Para Ricardo, o consumo é o objetivo final da produção, como se tratasse de uma sociedade de produtores simples e não do capitalismo. Para Ricardo “se o produtor vende sua mercadoria é porque ele quer comprar outra; para Say, se o produtor vende sua mercadoria e logo em seguida compra outra é porque tanto o valor de sua mercadoria como o do dinheiro por ela obtido são perecíveis”. (p.20). Mas eles concordam em três pontos: 1) parecem tratar de uma sociedade de produtores simples, o qual a venda é para compra seja de forma direta ou indireta; 2) O dinheiro constitui apenas um simples meio de troca; 3) dado isso, os produtos se trocam por produtos. (“a criação de um produto imediatamente abre um mercado para outros produtos” – Say; e “as produções são sempre compradas por produções” – Ricardo; e se pudéssemos duplicar os poderes produtivos duplicar-se-ia a oferta de mercadoria, e todo mundo seria capaz de comprar duas vezes mais, duplicaria assim a demanda – John Stuart Mill)

A função do Dinheiro. Para Marx o dinheiro leva em si sempre a possibilidade de crise. Para Marx a moeda serve 1) expressão do valor do produto; 2) meio de troca; 3) circulação de mercadorias; 4) instrumento de acumulação e entesouramento. O simples fato de o dinheiro servir de intermediário de troca pode criar um problema: o capitalista pode obter dinheiro pela venda de sua mercadoria e não usar imediatamente para a compra, e por isso retarda o processo de circulação. Mas para Say, o dinheiro além de meio de troca deve ser gasto imediatamente. Fato perceptível pelo caráter perecível do dinheiro. Para Ricardo a explicação reside no fato de que o dinheiro serve apenas para aquisição de mercadorias, por isso não há motivo para entesourar.

Cap2. 4 – Igualdade entre produção e demanda. É certo que um produtor, ao criar determinada quantidade de bens ou serviços, cria para si um mesmo potencial de compra de mesmo valor. Mas isso não mostra que o poder de compra será efetivamente usado. Assim, para que a demanda efetiva seja igual a produção, é preciso que o poder de compra gerado seja realmente utilizado, o que requer 1) uma

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