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Ancestralidade Africana

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Por:   •  28/1/2015  •  1.756 Palavras (8 Páginas)  •  1.796 Visualizações

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ANCESTRALIDADE AFRICANA E VIRADA DESCOLONIAL

Henrique Santos da Luz

Marcelo Kwiatkowski Dagola

Antonio Ricardo Lunardi

RESUMO

Este trabalho visa trabalhar os conceitos de Ancestralidade Africana e Virada descolonial, relacionando a forte presença que a cultura africana deixou, após o descolonialismo no Brasil, elementos esses preservados da diáspora africana no Brasil. Esse trabalho visa também identificar contribuições advindas da Ancestralidade africana para a realização da virada descolonial.

Palavras-chaves: Virada Descolonial. Ancestralidade Africana. Diáspora. Colonialismo.

INTRODUÇÃO

Com o fim do sistema de exploração Colonialista no Brasil, ficou evidente uma forte marca advinda dos povos africanos trazidos ao Brasil, eles criaram um cultura que juntamente as outras ja presentes aqui, criaram uma identidade Brasileira. Essa carga cultural africana então chamada de Ancestralidade Africana sera desenvolvida nesse trabalho, juntamente com os conceitos de Axé, Virada Descolonial e Colonialidade ao Poder, relacionado-os de forma coerente.

ANCESTRALIDADE AFRICANA E SUA VALORIZAÇÃO

Por séculos o Brasil viveu sob os pilares do sistema de exploração Colonialista, tal sistema que impõe a autoridade de uma cultura sobre a outra visando explora-lá ao máximo no campo econômico principalmente. No Brasil o Colonialismo utilizou-se de mão-de-obra principalmente índigena e Africana. O comércio negreiro para alimentar as necessidades econômicas do Brasil foram tão grandes que geraram um fluxo imigratório chamado então de Diáspora Africana. Fenômeno sociocultural e histórico que ocorreu em países além África devido à imigração forçada, por fins escravistas mercantis.

Destituidos de suas terras, os Africanos então trazidos para o Brasil traziam consigo toda a sua carga cultural, religião, danças. Que mesclaram-se com as culturas ja presentes aqui criando-se então uma cultura Afro-Brasileira, que perdura até hoje e sendo de grande peso e importância identidade cultural Brasileira.

Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de africanos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste.

Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização a partir do século XX que continua até os dias de hoje.

De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de origem européia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Ainda nos dais atuais é muito latente um preconceito inconsciente por parte de uma grande parte da população perante a Ancestralidade Africana, certos tipos de religiões e praticas são vistas como inferiores e taxadas como “perigosas”.

“Conhecer as origens é fundamental para a ampliação da consciência social e histórica do povo brasileiro” (LOPES, 2009, p.70).

O reconhecimento e a valorização da Ancestralidade Africana como formadora da Cultura brasileira começou no Estado Novo, no governo de Getúlio Vargas, o qual desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Exemplo disso, os desfiles de escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental, outras expressões culturais ganharam força também, a capoeira que era vista como luta de marginais foi então apresentada ao presidente que a classificou como “o único esporte verdadeiramente nacional”.

Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira.

EXPRESSÕES CULTURAIS AFRICANAS NO BRASIL

Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo. Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso das casas tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia.

Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.

A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente citada como tendo sido criada nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na época colonial. A cozinha brasileira regional foi muito influenciada pela cozinha africana, mesclada com elementos culinários europeus e indígenas.

A culinária baiana é a que mais demonstra a maior influência africana em seus pratos típicos como o acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais.

CONCEITO DO AXÉ

Para podermos proceder para a análise da virada descolonial é interessante explicitar o conceito do axé.

O axé é uma expressão difundida no Brasil, especialmente pelos adeptos do candomblé, encontrando simpatia popular por estar associada

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