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HISTÓRIA, CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA: Uma Visão Desse Ensino Em Uma Comunidade Escolar De Feira De Santana-BA

Trabalho Escolar: HISTÓRIA, CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA: Uma Visão Desse Ensino Em Uma Comunidade Escolar De Feira De Santana-BA. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/8/2013  •  4.904 Palavras (20 Páginas)  •  1.093 Visualizações

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HISTÓRIA, CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA: uma visão desse ensino em uma comunidade escolar de Feira de Santana-BA

Romilson de Oliveira Soares*

Resumo

Este trabalho retrata as analise e a vivência decorrentes da práxis educativa adquirida ao longo de todo o curso de história, principalmente, as concepções pedagógicas apreendidas nas matérias de Pesquisa e Prática Pedagógica e Estagio Supervisionado. Tendo como objeto principal o Projeto de Pesquisa construído e aplicado no Estagio Supervisionado I e II, dentro da Instituição Campo de Estagio, situado em uma escola da periferia de Feira de Santana-BA. Para entendimento dessa metodologia, traz uma linha do tempo acerca das concepções raciais empreendida pelas culturas ditas superiores, as quais, por elas, os negros foram submetidos ao longo de muitos séculos. Traz também, uma criticidade ao método utilizado nos PCN’s, quanto à aplicação da temática do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas de Feira de Santana.

Palavras-chave: Linha do Tempo. Escravização. Monogenismo. Matriz étnica. Cultura afro-descendente.

1 INTRODUÇÃO

Neste artigo, trago uma linha do tempo sobre o um pequeno e breve histórico dos processos científicos e dogmáticos que instituíram os conceitos raciais discriminatórios e etnocêntricos impostos aos povos, principalmente, ao negro, tem um recorte de tempo linear, vindo desde a idade clássica, onde procura descrever os tempos históricos que caracterizaram a figura do negro como escravo das sociedades tidas como superiores. Enfatiza os principais teóricos formuladores das diversas teorias raciais, cada qual em seu tempo, finalizo este recorte histórico enunciando as mudanças ocorridas na atualidade que tentam de certa forma recuperar as injustiças produzida ao longo de dezenas de séculos nas variadas etnias planetária. Procuro tecer algumas considerações sobre as temáticas que envolvem o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana na educação básica brasileira, particularmente, as condições curriculares voltadas para as afirmações étnicas e culturais africanas e afro-brasileiras de qualidade incipientes observada em uma comunidade escolar da cidade de Feira de Santana, tendo em vista as proposições imposta pela lei 10.639/03, que incluiu a história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica, visando a interdisciplinaridade como objeto de estudo dentro dessa comunidade escolar, no que tange, as orientações da LDB e os PCN’s e PCNEM de história. Inicialmente, abordaremos as temáticas impostas pelo cotidiano das matrizes construtoras da população brasileira, com os acasos discriminatórios e étnicos raciais causadores das enormes lacunas sociais existentes em nossa sociedade, desde aquelas de caráter existencial chegando às de cunho estritamente racistas. Procuramos embasamentos teóricos e fundamentações legais, com base em revisões de pesquisas bibliográficas culminando com uma pesquisa de campo proporcionada por um projeto de pesquisa desenvolvido na comunidade escolar durante os períodos de Estágios Obrigatórios da Licenciatura de História, onde de forma experimental foi verificado que as proposições estabelecidas pelas normas e criteriosamente desenvolvidas dentro dos temas transversais, os quais são escolhidas dentro da escola não produz o efeito desejado para fixar as afirmações étnico raciais.

2 DESENVOLVIMENTO

2. 1 O negro condenado a ser um escravo

Os meios de escravização e de exploração do homem pelo homem tem sua convivência remetida aos primórdios da civilização, inicialmente eram os guerreiros derrotados que se submetiam aos vencedores, depois passaram para as conquistas territoriais e de riquezas, onde estes métodos provocaram mazelas irreversíveis para a humanidade. Nesse cenário de exploração, ao negro foi imputado as piores conseqüências de toda humanidade, quando, além de lhe impor a escravização teve a discriminação racial como forma de idealizar a condição de inferioridade dado a pigmentação de sua pele. Segundo (MUNANGA, 1986 apud ALVES, 2007, pp. 14) “revela que as primeiras referências de um povo negro de perfil desfavorável foram criadas pela imaginação fértil do grande historiador grego Heródoto” . A autora nos revela que no período das Grandes Navegações, com base nos relatos de Heródoto, se mistificavam negativamente os habitantes da costa Africana. Nesse sentido percebemos que a discriminação racial produzida ao longo da existência da humanidade, tem sua essência na figura do europeu aos quais detinham atributos de raças superiores. Por outro lado esta historiadora nos traz um fato historicizante que coloca na fé e no ensinamento da igreja o principal fomentador da idéia de que o negro de fato era a encarnação do demônio.

Sem fundamentos lacônicos, apoiados apenas em dogmas, utilizou-se da passagem bíblica, na qual, Deus amaldiçoou Caim enegrecendo sua face, por matar seu irmão Abel. Nesta perspectiva, a cor preta representa uma mancha moral manifestada fisicamente, o pecado, a morte. A branca, pureza e redenção, vida, colonizador. (ALVES, 2007, pp. 14)

Assim o monogenismo permeou o pensamento cientifico de toda Europa, por muito tempo baseado em teorias que o homem descendente de Adão seria único e sua perfeição estaria enquanto maior ou menor degeneração do Éden.

Séculos à frente, quer seja, na baixa Idade Média, ou já no Iluminismo, verificam-se também fundamentações raciais baseadas nas idéias oriundas do Antigo Testamento e de Heródoto o pai da história. Tem-se no Iluminismo as teorias cientificas mais modernas, até então, justificáveis para a superioridade da raça branca em detrimento da raça negra, o seja o “racialismo” que mais tarde, no século XIX, com publicação de “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin (1809-1882), em 1859, fez com que um novo e importante paradigma ganhasse as discussões raciais: o evolucionismo. A partir daí, o conceito de raça ultrapassa os problemas estritamente biológicos, adentrando questões de cunho político e cultural. Surge, assim, o “Darwinismo Social”, aonde esse veio a justificar as invasões e formações dos estados/colônias nos continentes africano e americano, o chamado neo-colonialismo que se expandiu nas ultimas décadas do século XIX.

“A definição do homem que servirá e do homem a ser servido faz com que se recorra a uma diferenciação natural entre eles, (...) a desigualdade social

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