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As Cruzadas: A Mudança de Visão

Por:   •  17/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  111 Visualizações

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Universidade Feevale

Disciplina: História Medieval Ocidental

Professora: Cristina Ennes da Silva

Aluno: Maicon José Alves

As cruzadas: a mudança de visão

Resumo:

Este artigo tem como finalidade apresentar um olhar diferente da história das cruzadas. O olhar dos vencedores, ou seja dos Árabes, uma perspectiva que por muito tempo foi oculta ou negligenciada. E a mudança de perspectiva que os mesmos tiveram em relação ao conflito.

Palavras-chave: Cruzadas, Árabes, Franjs.

Área de conhecimento: História

Introdução:

As cruzadas foram expedições militares movidas por cristãos do Ocidente rumo ao Oriente  entre os anos de 1096 e 1291, com o intuito de retomar a “Terra Santa” que estava nas mãos dos Árabes. Estas expedições tem sido reavaliadas nos últimos anos,pela historiografia mundial, buscando analisar o ponto de vista dos muçulmanos, podendo assim estudar a influência das mesmas na construção ideológica que os Árabes possuem  do Ocidente

Metodologia:

A metodologia adotada neste artigo é a analise dos trabalhos de autores como Ivan Gobry, Amin Maalouf e Richard Flechert, que procuram mostrar a visão dos povos Muçulmanos ante os acontecimentos ocorridos entre 1096 e 1270, e como estes moldaram o sentimento das nações Árabes quanto os cristãos ocidentais.

Discussão:

Antes de tentarmos entender os acontecimentos pela visão dos povos Árabes, precisamos compreender os acontecimentos que levaram o levante de cristãos rumo ao Oriente.

Para isso devemos ter em mente que no século XI o Islã era a religião mais forte do planeta, não sendo apenas uma hegemonia religiosa, mas também superavam os cristão em ramos como a matemática, astronomia, medicina e química. As cidades europeias não podiam ser comparadas ao esplendor dos grandes centros Islâmicos.

        Tudo isso, juntamente com o fechamento dos pontos de peregrinação cristão pelos árabes, fez com que em  meados de novembro de 1095, o papa Urbano II reunisse em um comício ao ar livre, nas cercanias de Clemont, França, além de muitos bispos, nobres e cavaleiros, pessoas humildes que eram a maioria. Neste discurso, tentou convencer aos que lhe escutavam a cruzar mais de 3 mil quilômetros até  Jerusalém e expulsar todos os muçulmanos que lá se encontravam, e haviam usurpado a “Terra Santa” dos seus antepassados. Em troca de seu sacrifício, o papa prometeu que qualquer um que lutasse contra os infiéis receberia o perdão de todos os seus pecados e um lugar no paraíso, não apenas para si, mas também para toda a família. Sua intenção era de atrair para sua campanha apenas cavaleiros bem equipados e preparados, mas seu discurso inflamado empolgou principalmente camponeses pobres que tinham pouco a perder.

Tanto que o primeiro grande levante em direção ao oriente foi liderada por Pedro Eremita, um pregador fervoroso que conseguiu reunir um grande grupo de maltrapilhos, que ao chegarem em Constantinopla começaram a saquear a cidade, mesmo tendo sido  bem recebidos, por isso foram expulsos e obrigados a acampar fora de seus limites.

        Neste momento entre os povos árabes existiam grandes conflitos internos, os califados encontravam-se fragilizados e fragmentados devido as invasões turcas, e as regiões mais distantes, como por exemplo a Palestina estavam divididos entre os poderes de príncipes e emires locais, isso pode explicar a facilidade com que os cruzados conseguiram conquistar este território.

A primeira impressão que os árabes tiveram das cruzadas foi a de que seria uma retaliação aos seus avanços em direção a Constantinopla, tanto que os povos que viviam nas áreas invadidas próximo a fronteira não viam o conflito como uma guerra religiosa e sim como uma tentativa de recuperar a Antioquia das mãos muçulmanas.

Nem os governantes árabes conseguiam entender o por que do levante nem o por que de tanta brutalidade por parte dos cruzados, já que apesar de grandes cidades como Jerusalém terem comando árabes, os cristãos exerciam cargos de grande influência no serviço público, sendo maioria nestes cargos. Era dada a liberdade de culto, tanto aos cristãos como aos judeus, mesmo o tributo chamado jizya, que era cobrado sobre a taxa de riqueza do contribuinte era justa, sendo assim os que não tinham condições de pagar ficavam isentos do pagamento. Por outro lado, os cristãos recém-chegados a “Terra Santa” não tinham o mesmo respeito pelos povos que ali viviam, chamando o profeta Maomé de “filho de uma cadela sarnenta”, até mesmo por vezes insultando os cristãos ortodoxos, dizendo que estes eram amantes dos infiéis.  

Outro fato que fez com que esta invasão fosse considerada insólita foi de que alguns anos antes do inicio das cruzadas os bizantinos tiveram que apelar a um sultão local para rechaçar um grupo de franjs liderados por Rousel de Bulaul, que marchava em direção a Constantinopla, com isso os guerreiros turcos eram maioria neste combate.

O que levou a uma mudança na ótica que os árabes tinham sobre o conflito foram os fatos ocorridos durante a conquista da Antioquia e principalmente na tomada de uma pequena cidade chamada Maara. Esta cidade não tinha como defender-se dos ataques cruzados, por isso seus habitantes decidiram fazer um apelo aos invasores, em troca da total rendição eles queriam apenas que não fossem mortos ou molestados e os termos foram aceitos. Mas o que  aconteceu foi que nas primeiras horas do dia seguinte, os soldados cristãos adentraram a cidade e durante três dias massacraram seus habitantes e os sobreviventes foram feitos escravos.

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