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Conjuração Baiana

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Por:   •  15/3/2015  •  1.358 Palavras (6 Páginas)  •  145 Visualizações

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CONJURAÇÃO BAIANA OU

CONJURAÇÃO DOS ALFAIATES

MOMENTO HISTÓRICO

Em 1798, na Bahia, o sistema colonial estava em crise. A essa crise

juntava-se a tensão sócio-racial que assustou também os grandes

proprietários rurais.

Ao contrário da Inconfidência Mineira – idealizada por advogados,

magistrados, militares, padres e ricos contratantes, enfim, a elite da

capitania – a Conjuração Baiana não se restringiu a uma elite de

intelectuais e brancos livres e ao ideário político liberal. Teve também a

participação e mesmo a liderança dos deserdados – brancos, pobres,

mulatos, negros livres e escravos – e preocupações sociais e raciais de

igualdade de raça e cor, fim da escravidão e abolição de todos os

privilégios sociais e econômicos. Foi a nossa mais importante revolta

anticolonial. Não lutava apenas para que o Brasil se separasse de

Portugal; advogava também a modificação interna da sociedade, que era

preconceituosa, baseada nos privilégios dos grandes proprietários e na

exploração do trabalho escravo.

Fatores responsáveis pela Conjuração Baiana

A conjuração Baiana foi gerada por problemas peculiares à

situação da Bahia no final do século XVIII e influenciada pelas idéias

igualitárias que marcaram a fase do terror (período da Revolução

Francesa no qual os jacobinos mantiveram o poder, apoiados pelas

massas populares de Paris), na Revolução Francesa.

Situação da Bahia no final do século XVIII

A cana-de-açúcar do Nordeste brasileiro entrara em decadência

nos fins do século XVII, mas voltou a se recuperar nos fins do século

XVIII. Em 1792, os escravos da Ilha de São Domingos, nas Antilhas,

começaram a se libertar do domínio francês. Na revolta, canaviais foram

queimados, engenhos foram destruídos e a economia açucareira

antilhana desorganizou-se.

O declínio da produção do atual Haiti valorizou o açúcar produzido

na Bahia. Os preços do açúcar brasileiro subiram no mercado

internacional. Os engenhos baianos voltaram a produzir a todo vapor,

mais terras foram destinadas à plantação de cana e os senhores de

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engenho voltaram a ser valorizados socialmente. Mas não era apenas o

açúcar que reconquistava mercados. O tabaco produzido na Bahia na

também estava obtendo bons preços no mercado internacional. O fumo

era utilizado como moeda no tráfico de escravos na África e também era

vendido a outros países europeus para ser utilizado como moeda no

tráfico de escravos na África e também era vendido a outros países

europeus para ser utilizado com o mesmo fim. Cerca de cinqüenta navios

por ano partiam em troca de fumo. Esse comércio ilegal irritava as

autoridades portuguesas, que não viam com bons olhos o controle do

tráfico de escravos exercido pelos comerciantes baianos em detrimento

dos comerciantes da metrópole. E o que era pior: os baianos também

trocavam fumo por produtos manufaturados de outros países europeus,

bem mais baratos que os de Portugal. Assim, os baianos quase não

importavam manufaturados da metrópole e estavam tendo uma balança

comercial favorável com Portugal.

Mas os baianos não atuavam apenas no comércio ultramarino.

Dominavam também o comércio costeiro do Brasil. No final do século

XVIII, um viajante descrevia os comerciantes da Bahia como os mais

ativos da colônia. Negociavam com as drogas do sertão do extremo

Norte, com o ouro das minas e com o charque do Rio Grande do Sul.

Essa prosperidade criava problemas. Leis da Coroa portuguesa

obrigavam os plantadores a cultivar gêneros alimentícios nos engenhos e

nas redondezas da cidade para que não houvesse desabastecimento e

fome. Nas épocas de crise do açúcar, os senhores utilizavam escravos na

plantação de mandioca e de outros gêneros alimentícios. Mas nas épocas

de expansão o açúcar ocupava quase toda a terra disponível. Os

senhores de engenho resistiam às determinações da metrópole para que

plantassem gêneros alimentícios. Um senhor de engenho chegou a dizer

que não plantaria um só pé de mandioca porque não seria tão estúpido a

ponto de trocar a melhor cultura da terra pela pior que nela havia. Os

preços dos alimentos subiram. A muito consumida farinha de mandioca

estava com o preço nas alturas. Devido aos atributos, ao livre preço e à

ação dos comerciantes monopolistas, a carne também era vendida por

preços

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