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Por:   •  20/3/2015  •  774 Palavras (4 Páginas)  •  2.117 Visualizações

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A Ação Transformadora do Meio e do Homem

Uma forma de se compreender a constituição cultural das sociedades é a partir da sua função transformadora do meio ambiente, do meio social e do próprio Homem.

Já nos dissera Herbert Spencer, que o Homem não é tal qual aquele das pinturas chinesas, ou seja, solto no espaço, como se estivesse caindo no nada: o Homem existe no meio geográfico. Mais do que isso, retira desse meio o necessário a sua sobrevivência. Pensemos então a dimensão cultural humana a partir das relações entre Homem e meio-ambiente.

O Homem, que é dotado de necessidades materiais, literalmente obedecendo a programações biológicas (comer, evacuar, beber, dormir, procriar etc.), realiza-as essencialmente no meio-ambiente.

Pensemos no Homem que atende as suas necessidades de sobrevivência no meio-ambiente, mas sem interferir nele. A caça e a coleta, por exemplo, foram as atividades econômicas da maior parte do tempo de vida humana sobre a Terra, e nela o Homem apenas retirava do meio aquilo que necessitava, sem interferir nele, ao menos gravemente.

Ocorre que o economista britânico Thomas Malthus (1766-1834) identificou que haveria um descompasso nessa relação. As necessidades humanas seriam maiores, em relação àquilo que o meio ambiente pode ofertar naturalmente. Malthus demonstrou que as necessidades humanas seriam então maiores que aquilo que o meio ambiente poderia prover, sem que o Homem interferisse nele.

Desse descompasso resultaria um grave problema à sobrevivência humana, que depende vitalmente de alimento e água. Já dissera o filósofo grego Platão, no séc. IV a.C., que “a necessidade é a mãe de todas as invenções” e; portanto, para esse problema de sobrevivênciaa solução encontrada pelo Homem foi interferir no meio-ambiente.A primeira forma encontrada pelo Homem para empreender essa ação transformadora do meio foi a agricultura. Aliando um bastão de madeira, extraído da natureza, conjugando-o a uma lasca de pedra polida com o uso de uma amarra feita com tripas secas de um animal abatido, o Homem desenvolveu a enxada. Com o uso adequado desse instrumento o Homem passou a arar a terra e prepará-la para o plantio de sementes que, por meio da observação, percebeu que poderia germinar e dar frutos. Irrigando periodicamente o terreno plantado, foi possível obter mais alimentos e solucionar o problema do descompasso identificado por Malthus, possibilitando a sobrevivência.

Ocorre que, para que isso ocorresse, foi preciso o desenvolvimento de materiais e técnicas: o desenvolvimento dos materiais necessários à atividade do plantio bem como das técnicas adequadas para sua utilização. Os materiais constituem, segundo o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), os “meios de produção da vida social”, junto do mais importante meio: a terra; as formas ou as técnicas para utilizá-los consistem na tecnologia desenvolvida, ambos, para o trabalho. Segundo a definição marxista, o trabalho é a ação transformadora do meio ambiente que tem a finalidade de garantir a sobrevivência humana.

Contudo, todas essas relações acabam determinando um outro aspecto da vida social: a cultura. O desenvolvimento da agricultura, que aqui mencionamos, implica num desenvolvimento cultural, nesse caso, da “cultura da enxada”. Não é por acaso que o termo “cultura” foi utilizado pela

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