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Evolução Da Moeda

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Por:   •  10/10/2013  •  3.023 Palavras (13 Páginas)  •  273 Visualizações

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Origem – Na Antiguidade, as mercadorias produzidas numa comunidade serviam como meio de pagamento para suas transações comerciais. Destacava-se sempre uma entre as demais. Como moedas, já circularam peles, fumo, óleo de oliva, sal, mandíbulas de porco, conchas, gado e até crânios humanos. O ouro e a prata ganham rapidamente preferência devido à beleza, durabilidade, raridade e imunidade à corrosão.

Os primeiros registros do uso de moedas metálicas datam do século VII a. C., quando eram cunhadas na Lídia, reino da Ásia Menor e também na região do Peloponeso, ao sul da Grécia . O papel-moeda (as notas) surge no século IX na China. A Suécia é o primeiro país europeu a adotá-lo, no século XVII. Fácil de transportar e de manusear, o seu uso difunde-se com rapidez. Até então, a quantidade de moedas correspondia ao volume de ouro ou prata disponível para cunhagem. O papel-moeda, por não ser feito de metal, permite o aumento arbitrário da quantidade de dinheiro.

Para combater o desvio, institui-se o padrão ouro, em que o volume de dinheiro em circulação deve ser igual ao valor das reservas de ouro de um país depositado nos bancos. Mesmo assim, tornou-se comum a emissão de notas em quantidades desproporcionais às reservas e que não tinham, em conseqüência, o valor declarado. Tal prática leva à desvalorização da moeda, cuja credibilidade depende da estabilidade da economia nacional e da confiança junto aos órgãos internacionais. Hoje, as moedas são feitas de níquel e alumínio e o seu valor nominal é maior que o de fato.

1.1 O Escambo

Os primeiros grupos humanos, em geral nômades, não conheciam a moeda e recorriam às trocas diretas de objetos (chamada de escambo) quando desejavam algo que não possuíam. Esses grupos, basicamente, praticavam uma exploração primitiva da natureza e se alimentavam por meio da pesca, caça e coleta de frutos. Num ambiente de pouca diversidade de produtos, o escambo era viável.

Nos primeiros momentos históricos em que a divisão de trabalho começou a ser praticada, estruturaram-se primitivos sistemas de trocas, inicialmente baseados no escambo. Como ainda não haviam sido desenvolvidos sistemas monetários, as trocas realizavam-se em espécie – produto por produto, produto por serviço ou serviço por serviço. Praticando o escambo, um produtor que dispusesse de excedentes do produto A iria ao mercado para trocá-los por unidades de B,C ou D – outros produtos que, eventualmente, seriam mais importantes para a satisfação de suas necessidades do que os seus próprios excedentes disponíveis. No mercado, esse produtor deveria defrontar-se com outros produtores, que, dispondo de excedentes de B, C ou D, estariam dispostos a permutá-los por A. Assim, ele procuraria negociar com os que eventualmente tivessem necessidade dos excedentes de seu produto, realizando-se, então, as correspondentes trocas diretas em espécie.

Aparentemente, esse primitivo sistema de trocas pode parecer simples e eficiente. Todavia ele evidenciou inúmeros inconvenientes, pois sua operacionalidade implicava a existência de necessidades coincidentemente inversas entre os parceiros das trocas. Se um produtor de trigo desejasse lã, ele deveria encontrar um outro que se apresentasse exatamente com as necessidades inversas às suas: dispondo de excedentes de lã, desejasse trocá-los por trigo. Além disso, haveria necessidade de que ambos chegassem a um acordo sobre a exata relação entre valores de troca para a lã e o trigo, estabelecendo-se quantas unidades de um produto deveriam ser apresentadas em troca de outro.

Assim, se as sociedades humanas se restringissem às trocas diretas, todo o sistema econômico atual, baseado na especialização e na divisão do trabalho, ficaria inviabilizado (MONTORO FILHO, 1992).

"O escambo força a auto-suficiência pela dificuldade da troca direta, isto sem pensarmos no tempo que se perderia nas transações. A moeda supera estas dificuldades e permite que cada um se especialize na produção em que for mais capaz" (MONTORO FILHO, 1992: 278).

1.2 As Mercadorias-moeda

As primeiras moedas foram mercadorias e deveriam ser suficientemente raras, para que tivessem valor, e, como já foi dito, ter aceitação comum e geral. Elas tinham, então, essencialmente valor de uso; e como esse valor de uso era comum e geral elas tinham, consequentemente, valor de troca O abandono da exigência do valor de uso dos bens, em detrimento do valor de troca, foi gradativo.

Entre os bens usados como moeda está o gado, que tinha a vantagem, de multiplicar-se entre uma troca e outra — mas, por outro lado, o autor não atenta para a possibilidade de perder-se um rebanho inteiro com o surgimento de alguma doença —; o sal na Roma Antiga; o dinheiro de bambu na China; o dinheiro em fios na Arábia.

"As moedas-mercadorias variaram amplamente de comunidade para comunidade e de época para época, sob marcante influência dos usos e costumes dos grupos sociais em que circulavam" (LOPES e ROSSETTI, 1991: 27). Assim, por exemplo, na Babilônia e Assíria antigas utilizava-se o cobre, a prata e a cevada como moedas; na Alemanha medieval, utilizavam-se gado, cereais e moedas cunhadas de ouro e prata; na Austrália moderna fizeram a vez de moeda o rum, o trigo e até a carne.

Da mesma forma como o escambo é considerado o mais primitivo dos sistemas de troca, as mercadorias-moeda constituem os mais rudimentares dentre os instrumentos monetários conhecidos. Elas possibilitaram as trocas indiretas, figurando na história econômica dos povos como uma das mais importantes criações. Essas mercadorias, ainda que não fossem diretamente utilizadas pelos que as recebiam em suas atividades de produção ou de consumo, tinham aceitação tão geral e segura que os seus detentores poderiam imediatamente trocá-las por quaisquer outros bens e serviços desejados. Foi, por exemplo, o que ocorreu na Guiné, durante largo espaço de tempo, quando os escravos, o algodão e o linho funcionaram como mercadorias-moeda. No norte da Europa, os peixes secos desempenharam idêntica função, enquanto no Canadá e na Virginia, respectivamente, o tabaco e as peles constituíram, nas primeiras etapas do processo de sua colonização, um dos mais utilizados instrumentos monetários. Sabe-se ainda que nas primitivas organizações econômicas na Índia, a lã, a seda, o açúcar, o chá, o sal e o gado também foram largamente utilizados como moeda, exercendo as funções de denominadores comuns das múltiplas relações de troca estabelecidas nos tradicionais mercados do Oriente.

Com o tempo, as moedas-mercadorias foram sendo descartadas. As principais razões para isso foram:

• Elas não cumpriam satisfatoriamente

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