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FICHAMENTO CASA GRANDE E SENZALA

Por:   •  18/10/2016  •  Resenha  •  1.533 Palavras (7 Páginas)  •  2.726 Visualizações

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Gilberto Freyre, no primeiro capítulo de seu livro Casa-Grande e Senzala, chamado Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida, procura realizar uma análise dos fatores que ocasionaram a colonização portuguesa no Brasil. Para isso, ele utiliza dois métodos, o histórico e o comparativo. O método histórico observa-se que é para entender a sociedade brasileira atual através do período colonial com suas características e peculiaridades, como por exemplo, a experiência cultural vivida por Portugal no século XV e nas primeiras décadas do século XVI. E o método comparativo, pelo motivo de utilizá-lo em todo o decorrer do capítulo, seja para comparar a colonização portuguesa com a inglesa, capitanias do nordeste com as do sudeste, Portugal com países da Europa, e outras várias comparações.

Nesse capítulo, podemos observar alguns conceitos fundamentais:

As características do português que viabilizaram a colonização do Brasil: Foi a partir daí que Freyre desenvolver o capítulo expondo que os contatos culturais e até mesmo sexuais entre os portugueses com os mouros, foram fundamentais para que o português pudesse realizar bem a colonização. Pois através de vários séculos de lutas contra os mouros, os portugueses assimilaram algumas de suas características culturais, como se observa nas palavras de Freyre (2006, p. 66) ''A singular predisposição do português para a colonização híbrida e escravocrata dos trópicos, explica-a em grande parte o seu passado étnico, ou antes, cultural, de povo indefinido entre a Europa e a África. ''

O Clima, a Terra e o povo encontrado: O português teve uma grande facilidade em se adaptar em terras de clima tropical, diferentemente de outros colonizadores europeus, pois o clima de Portugal era equivalente ao clima africano, que por sua vez tinha suas semelhanças com o Brasil. Porem, os portugueses teriam encontrado dificuldades em relação à terra devido a irregularidade dos rios, as pragas que atingiam as plantações, etc. ''Tudo aqui era desequilíbrio. Grandes excessos e grandes deficiências, as da nova terra (Freyre, p.77). Já em relação aos índios, os portugueses formaram um forte hibridismo, devido a rápida mistura dos portugueses com as nativas da região. Com o nascimento de uma nova geração formada por mestiços, estimulou-se a ocupação do Brasil, tendo em vista que Portugal não possuía um grande contingente populacional para ocupar o Brasil de forma rápida.

A Sífilis acabou sendo proliferada por conta da miscigenação que ocorreu no Brasil, com a chegada dos primeiros europeus que atracando no Brasil, logo se misturaram com a população indígena, e junto a eles, a sífilis.

Cana-de-açúcar, falta de alimento e desnutrição: Esta questão foi muito trabalhada por Freyre, pois o problema da nutrição que afligia a sociedade colonial produzia uma população fraca e deficiente em termos nutricionais, tal problema se dava pela falta de alimentos decorrente da extensa plantação da cana-de-açúcar. Mesmo os que tinham uma boa condição econômica vinham sofrendo, pois mandavam trazer alimentos de Portugal, mas devido à longa viajem chegavam em péssimo estado de conservação.

Contudo, observa-se que a análise de Freyre, possui toda a formação de uma sociedade constituída em bases antagônicas, tanto em estrutura econômica, quanto cultural.

No primeiro capítulo do livro, Gilberto Freyre procura realizar uma análise dos fatores que ocasionaram a colonização portuguesa no Brasil, e foi a partir de 1532 que se organizou econômica e civilmente a sociedade brasileira. Sua principal base foi a agricultura, ao contrário do que aconteceu com outras colônias espalhadas pelo mundo no mesmo período, e não pela atividade de extrativismo, mais lucrativa porém predatória. Esta não foi feita de forma aventureira, mas sim de forma a melhor aproveitar o território brasileiro com o mínimo custo e assentando-se nele, posto que se deu em grande parte de iniciativa particular. Porem, os portugueses teriam encontrado dificuldades em relação à terra devido a irregularidade dos rios e as pragas que atingiam as plantações. ''Tudo aqui era desequilíbrio. Grandes excessos e grandes deficiências, as da nova terra (Freyre, p.77).

A formação social brasileira girou em torno da casa-grande. Lá que germinou muitos aspectos da cultura brasileira. E toda a estrutura em torno da casa-grande representa melhor que qualquer coisa as contradições da terra, convivendo em equilíbrio assimétrico entre o negro e o branco, o escravo e o senhor. Estes conviveram juntos dentro da casa-grande (serviços domésticos eram feitos por negros).

Nas regiões ao norte predominou a agricultura de açúcar, conquanto nas regiões ao sul a de café, sempre com monocultura como dominante, de trabalho escravo. Não houve possibilidades de policultura à européia pelas adversidades produzidas pelo clima brasileiro, muito “desequilibrado”, sendo hora muito seco, hora muito úmido. A escassa diversidade da agricultura brasileira e a formação social em torno da casa-grande se manifestaram na ausência de carne, leite, ovos, saladas, além de muitos outros artefatos da comida a que o colonizador português que veio para o Brasil estava acostumado. Esta questão foi muito trabalhada por Freyre, pois o problema da nutrição que afligia a sociedade colonial produzia uma população fraca e deficiente em termos nutricionais, tal problema se dava pela falta de alimentos decorrente da extensa plantação da cana-de-açúcar. Somente nos períodos de festas que se esbanjavam todo tipo de comida no Brasil, pois no geral o regime de alimentação era ralo, com senhores e escravos sendo os melhores alimentados, o resto da população ficando à mercê.

A unificação do território nacional se deu em via da língua e da religião. No Brasil não havia pureza de raças, uma vez que havia grande necessidade de ocupação territorial e colonização, se dando através da miscibilização, pois havia pouca gente no Brasil. Essa miscibilização pode ser confundida com sifilização, em termos de Brasil no período colonial, devido aos altos índices da doença no país com a chegada dos colonizadores. A facilidade de miscibilidade do colonizador português foi explicada por Gilberto Freyre pelo fato do povo português ser um povo indefinido entra a Europa e a África, posto que Portugal foi invadida e dominada por mouros. Essa indefinição gerou o hibridismo português, que contribuiu em larga escala para a adaptação e colonização portuguesa do Brasil.

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