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Fichamento Angola

Por:   •  11/6/2018  •  Resenha  •  2.559 Palavras (11 Páginas)  •  161 Visualizações

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Professor: Alberto Luiz Schneider

Disciplina: Fundamentos do Sistema Colonial na América Portuguesa: Séculos XVI-XVII

Aluna: Mariana de Miranda Gonçalves Pereira

1º Semestre/2018 - História (Licenciatura)

Fichamento

      Salvador de Sá e a Luta pelo Brasil e Angola 1602-1686

                  C.R. BOXER

                               Capítulo VI

                         “Angola, Mãe Preta”

     No capítulo “Angola, a “mãe preta””, é possível notar uma clareza em relação á mão de obra negra escrava como fator motor na colonização portuguesa na América do sul e a interdependência entre Portugal, Brasil e Angola. O escravizado negro por vivenciar uma forma de escravidão na sua terra natal ficou mais fácil à adaptação à vida em cativeiro em relação à mão de obra indígena devido a sua cultura nômade. Além disso, os ameríndios ficavam mais vulneráveis á doenças trazidas pelo o colono. A oposição dos jesuítas ao cativeiro dos ameríndios foi também fundamental para aumentar a demanda de escravos negros.  

 - Página 237: “A companhia de Jesus era apoiada em sua posição pelos reis da Espanha e de Portugal, ao passo que nem a Companhia nem a cora faziam qualquer objeção à escravidão dos negros. Instalou-se assim uma crescente demanda de negros da África ocidental, para que o que eram os portugueses o povo mais em condições de atender, em virtude de sua posição.”

     Inicialmente a base da mão de obra negra escrava vinha da Guiné, porém a partir de 1600 as regiões da Angola e Congo tomaram destaque nesse comércio. No começo do século dezessete eram exportados anualmente nessas regiões cerda de quinze mil a média, a partir desses dados é notável o lucro proporcionado pelo tráfico de escravos.

- Página 238: “Um dos principais aspectos -quiçá ilegal- desse comércio era a importação de escravos de Angola que fazia Buenos Aires, fosse diretamente de Luanda, fosse por intermédio dos portos brasileiros. A maioria desses negros era para ser negociada em Potosí e no Alto Peru, mas bom número deles ficava em Tucumán e na região do rio da Prata. Escravos vendidos por alguns pedaços de pano em Angola valiam entre quatrocentos e seiscentos pesos no Peru, conforme a idade e a condição”.

      Esses indivíduos que seriam escravizados eram habitados por um povo em estado rudimentar de civilização, chamado de Bantos. Possuíam conhecimentos rudimentares com o domínio da fabricação de objeto de barros e etc. Teve também a civilização de tribos com um destaque diferenciado, como exemplo os Jagas. Esses eram grupos liderado pela rainha N’Zinga, afirmando-se como o inimigo mais temível dos portugueses. Esse povo ajudou bastante os portugueses a fornecerem escravos, vendendo os seus próprios prisioneiros de guerra.

- Página 242: “(...) O maior mercado de escravos, que nunca se esgotaria até o fim do mundo”.

      Além dessa forma de conseguir escravos, os portugueses conseguiam também por outros diversos processos como a guerra, tributo ou a troca. Os pombeiros compravam escravos dos chefes locais e os despachavam para Luanda, onde eram transportados para o Brasil. Ao receberem seu infeliz destino de serem exportados, os escravos eram alojados em barracões, vivenciando condições insalubres e desumanas. Nos tumbeiros, chamado pelo padre Vieira, eram navios pequenos que transportavam uma carga de 600 escravos em uma viagem que durava aproximadamente 35 dias. Porém os portugueses possuía uma reputação respeitada pelos seus concorrentes, ao afirmarem que os portugueses proporcionavam certa humanização do que outros escravistas europeus. Ao chegarem ao seu destino final, os sobreviventes eram registrados e marcados como uma mercadoria qualquer, variando os preços de acordo com a idade, sexo, estado físico e a qual tribo pertencia. Em referência a tribo, negros da Guiné eram mais procurados e mais caros por possuir robustez e inteligência superior.

- Página 244: “Era elevado o número de suicídios, muitos negros preferindo atirar-se ao mar e morrer afogados a ir para a América, como escravos. Para evitar que isso acontecesse fechavam-se todas as escotilhas, ficando os negros trancados no porão, mesmo quando o navio estivesse no porto.”

      Existia também uma exorbitante dependência das plantações de cana-de-açúcar com o trabalho do negro, era necessário de cem a cento e cinquenta escravos em um engenho para desbravar as terras para fazer a plantação e moer fora a cana. O escravizado prestava também outros serviços como carpinteiros, oleiros, ferreiros ou até mesmo como escravos domésticos nesses grandes engenhos.

-Página 248: “Mereciam plenamente o conceito em que os tinha o povo de serem as mãos e os pés dos brancos a que serviam.”

     Durante a consolidação desse tráfico negreiro, é interessante reparar na posição dos jesuítas em relação a esse comércio. Eles afirmavam a escravização negra a partir da cultura de servidão em seu habitat nativo, porém houve controvérsias entre os padres jesuítas gerando um grande debate filosófico. É citado neste capítulo o jesuíta espanhol Alonso Sandoval que argumentava que os negros eram humanos como qualquer outra raça, e que aos olhos de Deus a alma de um negro merecia ser valorizada igual à de um homem branco. Sandoval ainda também denuncia os abusos dos mercados de escravos durante esse tráfico. Infelizmente as suas idéias não encontraram sustento no Brasil e em Angola, visto que as maiorias dos jesuítas continuaram a apoiar e a participar desse tráfico.

-Página 252 :“O padre Antônio vieira disse certa vez que o Brasil tinha a alma na África e o corpo na América. Em linguagem mais crua, se não tão eloquente, O Brasil não existiria sem os escravos de Angola, que se tratasse da Bahia, pertencente aos portugueses, ou de Pernambuco, em mãos dos holandeses.”

      Os holandeses usufruíram desse conhecimento de que “sem os negros Pernambuco não existiria e sem Angola não haveria negros” para ocuparem Luanda e Benguela em 1641. Essa expedição holandesa que saiu do Recife com destino a Angola estava sob o comando de “Houtbeen” que apesar de dificuldades encontradas durante o percurso chegou à costa no dia 15 de agosto. Os portugueses ao se depararem com os holandeses na baía ofereceu uma fraca resistência e por pensarem que os invasores tinham apenas a intenção de saquear a cidade, evacuaram levando consigo todos os bens e pertences.

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