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Fichamento: Michelet Descobre Vico

Artigo: Fichamento: Michelet Descobre Vico. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  10/12/2013  •  1.403 Palavras (6 Páginas)  •  531 Visualizações

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MICHELET DESCOBRE VICO:

O autor inicia o texto discorrendo acerca da descoberta de Jules Michelet em relação ao italiano Giovanni Vico, de forma muito acidental. Vico tinha vivido cem anos antes, e quase instantaneamente chamou a atenção do jovem professor Michelet. O italiano era pouco conhecido fora de seu país e, devido a suas origens humildes e as suas excentricidades, nunca seguiu uma carreira acadêmica. Os estudos de Vico eram baseados em Francis Bacon, e propunham um estudo da história da humanidade de forma parecida à utilizada por Bacon em relação à História Natural. Michelet, que estava à procura de novas abordagens e princípios para uma nova ciência da história, logo interessou-se pelo autor. É um tanto intrigante, porém, a forma como Vico desenvolve uma abordagem extremamente diferente em relação aquela dominante no final do século XVII, que consistia na biografia de grandes homens, no relato de acontecimentos notáveis ou comandados por Deus. Para o italiano, os acontecimentos de uma sociedade era afetado por suas origens e pelo contexto que estava inserida. Apesar disso, todas essas ideias de Vico não eram assim tão novas para Michelet. No meio tempo, entre a época de ambos, o Iluminismo já tinha seguido caminhos semelhantes, com filósofos como Voltaire e Montesquieu, mas mesmo assim, Vico foi o primeiro a expô-las. Para ele, seu trabalho consistia na explicação da formação do direito humano e explicar o processo que deu origem à áreas que deram origem ao direito, como a religião, as dominações, o comércio, a língua, etc...

MICHELET E A IDADE MÉDIA:

Apesar da originalidade de Vico, ele jamais iria conseguir se soltar completamente das amarras teológicas de sua época. Ele compreendia que as sociedades humanas passavam por fases sucessivas de desenvolvimento, mas imaginava a história como uma série de ciclos que se repetiam. Já Michelet, nascido em 1798, tinha consigo a tradição da Revolução Francesa. Era de origem humilde, filho de um tipógrafo preso por dívidas. No francês, os princípios da Revolução eram muito presentes, inclusive nos primeiros amos de sua vida, marcada pelas opiniões burguesas convencionais da época. Em julho de 1830, Michelet viveu no meio de uma revolta de trabalhadores e estudantes. Escreveu rapidamente a obra Introdução à História Universal, e após o término do levante de julho, deixou o cargo de preceptor e foi nomeado chefe da seção de história dos arquivos franceses. E com acesso irrestrito a todos os documentos oficiais da França antiga, deu início à sua obra História da Idade Média. Michelet apresenta as narrativas medievais a partir de uma série de processos econômicos e sociais, que eram desconhecidos aqueles seguidores da escola romântica, que eram alvo de desaprovação para o francês. Para Michelet, os indivíduos notáveis, tão interessantes ao românticos, só tinham sua importância quando representavam grupos e movimentos. Sua visão em relação à Joana D’Arc também era diferenciada, pois não a via de forma mística, mas sim como uma porta-voz do sentimento nacional do povo francês. Sua abordagem, portanto, era inteiramente racional, baseada na filosofia do século XVIII, percorrendo toda a Idade Média de forma impaciente até a Renascença. A partir de 1843, Michelet dá as costas para a Idade Média, e passa a seguir uma linha definida, e apesar de não engajado politicamente, dá um salto em direção à Revolução Francesa, no auge de sua capacidade.

MICHELET E A REVOLUÇÃO:

É nesse momento que Michelet alcança sua maturidade como historiador. Sob alguns aspectos, é possível compará-lo de forma mais próxima a de um romancista. Teve uma infância muito pobre, e foi criado dentro da tipografia de seu pai. Aos doze anos já trabalhava na tipografia após a escola, e aprendera também a compor. Na tipografia, Michelet desenvolveu o interesse pela liberdade de imprensa, e a consciência intelectual parisiense que o acompanharia para o resto de sua vida. Apesar da vida modesta, aprendeu grego, latim, e mais tarde inglês, italiano, alemão e leu um grande número de obras literárias nesses idiomas. Depois da morte da mãe, o pai de Michelet torna-se diretor de uma instituição que pairava entre uma pensão e um hospício. Lá teve contato com pessoas desequilibradas do Antigo Regime.

Michelet torna-se o primeiro historiador a estudar e enfatizar o fenômeno do clímax da Revolução Francesa, no ano que se seguiu a queda da Bastilha. Ao estudar a Revolução, o francês encontra-se em uma contradição entre seus protetores nobres e sua tradição revolucionária. Ele próprio é fruto desse período paradoxal. Na ascensão de Luis Bonaparte como Imperador em 1851, Michelet é demitido e perde seu cargo no Arquivo, pois recusa-se a jurar lealdade ao imperador. Sua obra História da Revolução tinha sido terminada com a queda de Robespierre, e após chega até Waterloo. Nesse período, Michelet vai deixando sua marca como historiador, pois foi a partir dele que os franceses receberam de seu tempo um passado. Michelet tentava conectar materiais diversos para conceber as diversas formas da atividade humana, além de descrever cada momento histórico da mesma forma que aqueles que o viveram, voltando ao passado como se estivesse no aqui e no

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