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Fichamento Sobre Comparação De Fatos Históricos Entre Quilombolas E Índios Botocudos

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Por:   •  26/3/2015  •  885 Palavras (4 Páginas)  •  350 Visualizações

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No governo de D. João VI e no Primeiro Reinado foram apresentadas maneiras de unificar a sociedade, que era formada por uma minoria branca e proprietária, considerada “civilizada”, e por uma maioria de pobres, livres ou escravos, mestiços, africanos e índios. Nas primeiras décadas do século XIX, os reformadores falavam em incorporação, assimilação e homogeneização social, objetivando não só o controle sobre a população, como também a invenção do trabalhador livre, tornando ocupados os “desocupados”.

O alvo destes discursos eram principalmente os escravos africanos, mas sempre se referiam igualmente aos índios, apontando a necessidade de incorporá-los à sociedade como trabalhadores livres em substituição à mão de obra cativa. Na tentativa de forjar uma sociedade homogênea e uma imagem positiva do trabalho, estava implícito o problema da escravidão, grande contradição social de uma nação que se pretendia “civilizada”.

Para garantir a civilização dos índios nos aldeamentos, seriam dados para estes a catequese missionária, o incentivo aos casamentos mistos e a prática de atividades como o comércio e diversos tipos de trabalho, principalmente a agricultura.

No Segundo Reinado, os índios foram tomados como símbolos da nova Nação assimilados a “civilização”. De outro lado, os que ainda estavam nas selvas fugindo do contato eram considerados selvagens, como no caso dos Botocudos, constituindo um grande “problema” e contradição que a Nação imperial precisava resolver. Foram então identificados como “ferozes” por todos os que com eles tiveram contato desde o século XVI, devido a forte resistência demonstrada em decorrência das tentativas de imposição da política de aldeamentos. Assim, constituiu-se uma visão que sobreviveu firmemente ao longo da colonização. No Espírito Santo, sobretudo após a instalação da Diretoria do Rio Doce através do “Regulamento de 1824”, os políticos provinciais se afirmaram com o discurso pacificador pelo Império, apresentado muito mais teoria do que em soluções práticas.

Com a colonização definitiva do rio Doce, algumas famílias nativas passaram a conviver com os colonos e formarem pequenas aldeias próximas aos quartéis ou às margens das lagoas, como o povoado da Lagoa do Aguiar. A finalidade da colonização e civilização indígena era transformar os índios em povoadores fixos, miscigenados, disponíveis como mão de obra, inclusive militar. Contudo, a maior parte dos grupos Botocudos se mantiveram resistentes ao processo avassalador de expansão da fronteira colonial, o que foi expresso de duas maneiras: afastando-se do contato sempre em direção aos territórios mais desconhecidos e não controlados pelos militares; ou revidando as agressões praticadas pelos luso-brasileiros até as últimas consequências. Não menos comum no Espírito Santo que a prática dos fazendeiros de aprisionar índios para realizarem trabalhos particulares eram as chacinas cometidas pelos militares. Estes eventos demonstram como os Botocudos resistiram obstinadamente ao processo de integração que se esperava impor rapidamente sobre eles. Ao negociar sua situação, mesmo aceitando os “benefícios” que o Governo utilizava para satisfazê-los momentaneamente, os índios mostravam consciência de suas perdas e manipulavam maneiras de revertê-las ou, ao menos, amenizá-las.

Paralelo a todo este processo, se tem a questão da consciência de quilombolas sobre sua constituição comunitária e a apropriação política dos saberes como patrimônio cultural para a demarcação de seus territórios e identidades étnicas. Os quilombolas buscam constantemente recriar lembranças e saberes relativos aos laços de identidade e familiares, proporcionando, por meio desses saberes, aproximações de

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