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Guerra Fria

Por:   •  26/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.960 Palavras (8 Páginas)  •  428 Visualizações

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O confronto de ideologias

        Realizada pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial, a Conferência de Yalta serviu para que os Aliados não apenas coordenassem a fase derradeira da luta contra o nazismo, mas também decidissem a organização do mundo no pós-guerra. Nessa conferência, Estados Unidos e União Soviética defiram os padrões da nova ordem mundial, cabendo à Grã Bretanha uma posição coadjuvante.

        Proclamações em favor da paz e do entendimento, contudo, como as que acompanharam a fundação da ONU, em 1945, mostraram-se incapazes de superar as divergências ideológicas entre norte americanos e soviéticos. Forma-se, desse modo, duas grandes área de influência em escala planetária, a capitalista e a socialista, sob a hegemonia, respectivamente, dos Estados Unidos e da União Soviética.

        Durante quase toda a segunda metade do século XX, as duas superpotências disputaram áreas de influência no mundo com o objetivo de conquistar a supremacia politica, econômica, militar e cultural. Esse período de tensão ficou conhecido como Guerra Fria.

Uma cortina e uma doutrina

        Em março de 1946, o então primeiro ministro britânico Winston Churchill fez um discurso no estado norte americano do Missouri que traduziu o contexto de desconfiança e incerteza estabelecido no mundo pós Segunda Guerra Mundial. Nele, Churchill acusou a União Soviética de ser um Estado expansionista e ditatorial, que levantou, que levantou uma “cortina de ferro” desde Stettin, no Mar Báltico, até Trieste, no Mar Adriático, isolando os países sob sua influência do restante da Europa. Afirmou ainda que o expansionismo soviético ameaçava a paz e, portanto, deveria ser contido sob a liderança dos Estado Unidos.

        Um ano mais tarde, o então presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, solicitou ao Congresso norte americano apoio aos povos que quisessem resistir à resistir à ofensiva ideológica do bloco soviético. A chamada Doutrina Truman, formulada em março de 1947, serviu de orientação para batido a qualquer custo, até mesmo por meio de uma invenção militar norte americana nos países “ameaçados por Moscou”.

Planos econômicos para a Europa

        Ainda em 1947, os Estados Unidos lançaram um arrojado programa econômico de investimentos de recuperação dos países europeus destruídos pela guerra visando principalmente combater a influencia do socialismo na Europa Ocidental. Proposto pelo secretario de Estado norte americano, George Marshall, o programa ficou conhecido como Plano Marshall.

        Para isso, o plano concedeu aos países beneficiados empréstimos e auxílios diversos a juros irrisórios, contribuindo efetivamente para a reconstrução europeia e para criar uma enorme simpatia da população europeia pelos Estados Unidos, neutralizando em certa medida a ameaça soviética. Em 1949, como resposta, os soviéticos lançaram seu próprio programa de ajuda econômica para o Leste Europeu. Denominado Conselho para Assistência Econômica Mútua, o plano ficou conhecido como Comecon.

Alianças politico militares

        Em 1949, diante do crescimento da tensão nas relações entre os mundos capitalistas e socialista, fundada, por inciativa dos Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Tratava-se de uma aliança politico militar composta originalmente por Estados Unidos, França, Bélgica, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Grã Bretanha, Luxemburgo, Noruega, Itália e Portugal. Posteriormente, a Alemanha Ocidental, a Grécia e a Turquia também ingressaram na aliança.

        A militarização também tomou conta dos serviços de inteligência desses países, colocados em maior ou menor grau sob hegemonia da Agência Central  da Inteligência e de outros órgãos de informação dos Estados Unidos. A resposta soviética viria em 1955, com a formação do Pacto de Varsóvia, aliança militar que reunia os países do Leste Europeu, como Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Albânia, Bulgária, Romênia e, posteriormente, a Alemanha Oriental. O serviço secreto de inteligência da União Soviética ficou sob a responsabilidade do Comitê de Segurança do Estado.

        A corrida armamentista entre as duas potências mundiais fez com que as industrias bélicas aumentassem seus lucros e a absorvessem um numero grande de trabalhadores.

A divisão da Alemanha

        A divisão da Alemanha em quatro zonas administrativas, estabelecida na Conferência de Potsdam, ao final da Segunda Guerra, não durou muito tempo. Em 1949, as zonas controladas pelos países ocidentais fundiram-se formando a Republica Federal da Alemanha, também conhecida como Alemanha Ocidental. Na zona controlada pela União Soviética, formou-se a Republica Democrática Alemã, também chamada Alemanha Oriental.

        Os dois Estados tiveram uma evolução bem diferente. Com a interferência dos Estados Unidos, os alemães ocidentais realizaram uma reforma econômica que apresentou resultados positivos a partir da década de 1950. Foi implementando um modelo de economia de mercado que teve um de seus pontos altos na criação do novo marco alemão. A proposta econômica era essencialmente capitalista, porém o Estado assumia a tarefa de garantir educação e serviços médicos previdenciários para a população, criando condições sociais mais favoráveis à reconstrução do país. Era o Estado de bem estar social.

        A formação da Alemanha Oriental, por sua vez, enfrentou dificuldades bem maiores, até mesmo porque o Estado foi estabelecido na parte menos desenvolvida da Alemanha, no qual predominavam as grandes propriedades rurais dos junkers, a aristocracia militar prussiana. Em um primeiro momento, os comunistas alemães defenderam a formação de um Estado independente da tutela soviética. Eles pretendiam instalar uma república parlamentar e democrática que garantisse os direitos de todos os cidadãos e o pluripartidarismo. Ainda não estava em pauta a opção pelo comunismo.

        No entanto, desde 1947, ano de lançamento do plano Marshall, os soviéticos pressionavam a zona alemã controlada por eles a se alinharem com a política de Moscou. A opção de autonomia em relação à União Soviética foi abandonada, e a via pluripartidária transformou-se numa fachada que não escondia o predomínio do Partido Comunista. Em 1955, a Alemanha Oriental passou a integrar a aliança do Pacto de Varsóvia, selando sua união com os soviéticos.

O Muro de Berlim

        Na mesma forma como a Alemanha, ao final da Segunda Guerra, a cidade de Berlim foi dividida em quatro zonas de administração. Em 1949, a cidade, situada em território da Alemanha Oriental, foi dividida em dois lados, Oriental, sob controle da RDA, e Ocidental, administrado pelas potências capitalistas. No ano de 1961, a separação ganhou um símbolo de enorme impacto, a construção de um muro que separava, fisicamente, as duas cidades.

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