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História Da Arte Gombrich

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Por:   •  15/6/2014  •  566 Palavras (3 Páginas)  •  667 Visualizações

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UMA COISA QUE realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas.

Outrora, eram homens que apanhavam terra colorida e modelavam toscamente as formas de um bisão na

parede de uma caverna; hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para os tapumes; eles

faziam e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém chamar a todas essas atividades arte, desde

que conservemos em mente que tal palavra pode significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares

diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de

um bicho-papão e de um fetiche. Podemos esmagar um artista dizendo-lhe que o que ele acaba de fazer

pode ser muito bom no seu gênero, só que não é "Arte". E podemos desconcertar qualquer pessoa que

esteja contemplando com prazer um quadro, declarando que aquilo de que ela gosta não é Arte, mas

algo muito diferente.

Na realidade, não penso que existam quaisquer razões erradas para se gostar de um quadro ou de uma

escultura. Alguém pode gostar de uma paisagem porque ela lhe recorda seu berço natal, ou de um retrato

porque lhe lembra um amigo. Nada há de errado nisso. Todos nós, quando vemos um quadro, estamos

fadados a recordar mil e uma coisas que influenciam o nosso agrado ou desagrado. Na medida em que

essas lembranças nos ajudam a fruir do que vemos, não temos por que nos preocupar. Somente quando

alguma recordação irrelevante nos torna parciais e preconceituosos, quando instintivamente voltamos as

costas a um quadro magnífico de uma cena alpina porque não gostamos de praticar o alpinismo, é que

devemos perscrutar o nosso íntimo para desvendar as razões da aversão que estraga um prazer que de

outro modo poderíamos ter. Há razões erradas para não se gostar de uma obra de arte.

Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade. Isso

é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos gratos aos artistas

que a preservaram em suas obras. Nem esses mesmos artistas nos repeliriam pelo nosso gosto. Quando

Rubens, o grande pintor flamengo, fez um desenho de seu filho pequeno (fig. 1). Estava certamente

orgulhoso de sua beleza. Também queria que admirássemos o menino. Mas essa propensão para

admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num obstáculo se nos levar a rejeitar obras

que representam um tema menos atraente. O grande pintor alemão Albrecht Dürer certamente

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