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Imperio de Gana Mali e Songai

Por:   •  1/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.096 Palavras (13 Páginas)  •  524 Visualizações

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Introdução

Neste presente trabalho, vamos falar da evolução política, económica, social e cultural das civilizações ou impérios do Sudão ocidental, onde concretamente vamos abordar o império do Gana, Mali e o Songhai. O Sudão ocidental é o berço de grandes civilizações da África negra, nesta ordem de ideias, as civilizações que nasceram neste local geográfico obedecem uma ordem sendo o império de Gana a florescer, evoluir e declinar, seguido do império de Mali, No final do século XIV, as disputas internas pelo poder e as rebeliões de diversos povos dominados (como os Mossi e os Tuaregue) desestabilizaram o Império do Mali, provocando sua lenta decadência durante os séculos XV e XVI, quando finalmente sua unidade política se desintegrou., o Songhai, que desde aproximadamente 1260 haviam sido dominados pelo Império do Mali, começaram a recuperar sua autonomia no fim do século XIV. que é tido como o maior império qualitativamente e bem estruturado desta região, o império do songhai ultrapassa o resto de outros impérios que floresceram nesta região através da sua forma moderna de estruturação e desenvolvimento. Para o estudo destas civilizações encontram-se contributos importantes de iminentes historiadores africanos como Al-bakri, Ibn Battuta entre outros. 

        

O GANA

Origem e localização geográfica

De acordo com KI-ZERBO (1999:133), o Gana é o primeiro império negro conhecido com bastante precisão. O Gana estava situado ao norte das duas curvas divergentes do Senegal e do Níger, compreendia essencialmente o Auker ao norte e o Hodh ao sul. Este país era chamado com frequência o Uagado (pais dos rebanhos).

Por volta do séc. IX d.C., viviam no hodh e no Auker, conjuntamente, pastores de origem berbere e cultivadores negros sedentários, sem contar os múltiplos grupos mestiçados. Os soninkes, em particular, cujos descendentes são os sarakhole,marka, diula, dafing, etc., devem ser considerados os verdadeiros fundadores do império do Gana, (KI-ZERBO,1999:133).

Organização política

A prosperidade e a segurança do Gana impressionaram os viajantes árabes, a maior parte dos quais haviam, no entanto visitado as grandes cidades magrebes e mesmo de Espanha. O grande conselho do rei compreendia altos signatários, alguns dos quais eram antigos escravos e muçulmanos, (KI-ZERBO, 1999:136).

 Os filhos dos reis vencidos, guardados na corte como reféns, eram também associados ao governo, (KI-ZERBO, 1999:136). A sucessão no império do Gana era matrilinear, isto é, era o filho da irmã do rei que lhe sucedia. Isto para assegurar que o sucessor fosse do sangue real, porque, se esta sempre seguro de ser o irmão da própria irmã, nem sempre se esta seguro de se ser o pai do próprio filho.

 O imperador era animista, assim como a maioria dos seus súbditos. O principal culto era o de deus-serpente do Uagadu, antepassado totem dos cisses (KI-ZERBO, 1999:136). Segundo a lenda saia da toca no dia da entronização do rei e recebia em sacrifício anualmente a mais bela rapariga da terra,

De acordo com KI-ZERBO (1999:138), quando morria o soberano, construía-se uma espécie de cópula em madeira, na qual colavam o corpo, num estrado guarnecido de tapetes e de almofadas.

 Junto do corpo dispunham-se os ornamentos e as armas do defunto, assim como os pratos e as cabaças em que ele costumava comer e beber cheios de vitualhas. Eram postos também junto do defunto alguns dos seus cozinheiros e copeiros. Em seguida cobria-se o edifício com esteiras e estofos e toda aquela gente lhe atirava pedras para cima, de maneira a formar uma grande colina, que se rodeava em seguida de um fosso, deixando só uma via de acesso. Esta pratica considerada barbara, explica-se pelas concepções religiosas animistas. E é possível também que tenha sido uma garantia politica contra os envenenamentos praticados, pelos que rodeavam o rei, sabendo que a sua sorte esta ligada á do soberano.

A capital do Gana

A identificação do local em que se encontrava a capital da gana foi objecto de várias contestações. Uma cópia do tarikh-el-fettach apresenta a seguinte versão “...o nome da sua cidade (do rei) era Kumbi, cidade considerável”.

KI-ZERBO, (1999:139). Gana, diz nos al-bakri são uma grande cidade que compreende duas aglomerações. Uma situada nas planícies habitadas por mercadores arábico-berberes, muçulmanos, jurisconsulto e sábios de renome.

 A outra cidade real animista estava situada a seis milhas da primeira aglomeração, e era rodeada de bosques sagrados. Dai o nome de El Ghabal (a floresta). As duas cidades estavam ligadas por uma grande avenida ladeada de casas de pedras e madeira de acácia.

Economia

Segundo KI-ZERBO, (1999:139), a vida económica do império era bastante organizada. A presença de vários poços e de numerosos jardins denota um certo bem-estar agrícola, dedicando-se a criação do gado e o cultivo da terra. A riqueza do estado provinha essencialmente do comércio e, antes de tudo o ouro. O ouro provinha de regiões situadas ao sul: Galam, Bambuque e mesmo Bure, por intermédio de mercadores médios chamados Wangaras.

 O soberano exercia uma espécie de monopólio, que consistia em apropriar-se de todas as pespitas descobertas a fim de restringir a massa do ouro em circulação e evitar a desvalorização. Tambem o Gana favorecia a importacao do sal uma vez que consideravam este como precioso.  Os mercadores que faziam o comércio com Gana alem de levarem o ouro em pó para o norte também levavam o marfim, goma e escravos.

O MALI

Surgimento

Segundo NIANE (2010:133), no apogeu do império do Gana, ao findar o século XI, podiam‑se distinguir três grandes grupos: os Soninké ou Sarakolle, fundadores de Gana, ocupavam especialmente as províncias de Wagadu (Awker), Baxunu (Bakhunu) e Kaniaga; ao sul, aos pés dos montes de Kulikoro, estavam instalados os Sossoé, ou Sosso, que tinham sua capital na cidade de Sossoé; e, ainda mais ao sul, viviam os Maninka ou Malinke, do território chamado Mande ou Mandem, situado na bacia do alto Níger, entre Kangaba e Siguiri.

Após a queda de Kumbi-Saleh, no final do século XI, iniciou-se um período sobre o qual pouco se conhece. Desse espaço de tempo entre a conquista da cidade pelos Almoravidas, por volta de 1076, e a vitória de Sundiata em 1235, data em que nasceu o Mali, são poucas as fontes escritas de que dispomos relativas ao Sudão ocidental. A segunda expansão mandem correspondeu ao surgimento do Mali, (NIANE, 2010:153),

De acordo com NIANE (2010:146), Os Keita, fundadores do Mali, acreditam ser descendentes de Dion Bilali (ou Bilali Bunama ou Bilāl ben Rabāh), companheiro do Profeta Maomé e primeiro almuadem ou muezim (mu’addhin) da comunidade muculmana

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