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Janio Quadros

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Por:   •  28/3/2014  •  1.769 Palavras (8 Páginas)  •  312 Visualizações

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Introdução

Neste trabalho o assunto abordado será o governo de Jânio Quadros e João Goulart, e como esses dois governos diferenciaram-se dos outros, e como foram suas posses e como enfrentaram a hostilidade do setor militar e das classes conservadoras. 

Governo de Jânio Quadros

Político populista foi considerado símbolo da reforma política e da justiça social. Em seu mandato, agiu de forma firme contra a inflação e aos maus resultados da burocracia. Criticou fortemente o governo de Kubitschek atribuindo a ele a inflação, o nepotismo, a má administração pública bem como uma grande dívida externa.

Criou uma nova política que firmava relações internacionais, não permitia intervenção externa à política, criou reservas indígenas, destruiu o câmbio que beneficiava apenas alguns grupos econômicos, proibiu a utilização do lança-perfume bem como o uso de biquíni em concursos de miss transmitidos pela televisão e ainda as brigas de galo.

Utilizando a vassoura como símbolo de sua campanha presidencial, insistia em moralizar o cenário político nacional e “varrer” a corrupção do país. Contando com essas premissas, Jânio conseguiu uma expressiva votação, indicando a consolidação do regime democrático no país. No entanto, as contradições e a falta de um claro posicionamento político fizeram com que o mandato de Jânio Quadros fosse tomado por situações nebulosas.

Para superar o problema da inflação e o visível déficit público, Jânio procurou reduzir a concessão de crédito e congelou o valor do salário mínimo. Além disso, aprovou uma reforma da política cambial que atendia as demandas dos credores internacionais. Tais medidas pareciam sinalizar um conservadorismo político que aproximou o governo de Jânio Quadros aos interesses do bloco capitalista. No entanto, sua política internacional provou o contrário.

Em meio essa polêmica, Jânio Quadros perdia sua popularidade com a adoção de medidas de pouca importância. Entre outras ações tomadas pelo seu governo, Jânio proibiu a realização de desfiles de biquíni, a realização de rinhas de galo, limitou as corridas de cavalo para os fins de semana e proibiu o uso de lança-perfume. Tais medidas o colocaram como uma liderança desprovida de um projeto político capaz de superar os problemas que assolavam o país.

Segundo alguns historiadores, essa manobra foi planejada com o intuito de voltar ao poder com amplos poderes, pois as alas políticas mais conservadoras e os militares não desejavam que João Goulart se tornasse presidente do país. No entanto, nenhuma outra reação mais expressiva foi tomada em seu favor. Desse modo, Jânio perdeu seus poderes com a mesma rapidez que ingressou na política.

Renúncia de Janio quadros

Jânio morreria no dia 16 de fevereiro de 1992, aos 75 anos de idade. O neto fez segredo sobre o que ouviu. Somente publicou as palavras do avô quatro anos depois. Ao contrário do que fazia diante dos jornalistas - a quem respondia com frases grandiloquentes, mas pouco objetivas sobre a renúncia - Jânio Quadros disse ao neto, sem rodeios e sem meias palavras, que renunciou simplesmente porque tinha certeza de que o povo, os militares e os governadores o levariam de volta ao poder. Não levaram.

Talvez porque já pressentisse o fim próximo, Jânio admite, diante do neto, pela primeira vez, que a renúncia foi ‘’o maior fracasso político da história republicana dos Países, o maior erro que cometi’’.

Eis trechos do diálogo entre o ex-presidente e o neto, no hospital. As palavras de Jânio não deixam margem de dúvidas sobre a renúncia:

-‘’Quando assumi a presidência, eu não sabia da verdadeira situação político-econômica do País. A minha renúncia era para ter sido uma articulação: nunca imaginei que ela seria de fato aceita e executada. Renunciei à minha candidatura à presidência, em 1960. A renúncia não foi aceita. Voltei com mais fôlego e força. Meu ato de 25 de agosto de 1961 foi uma estratégia política que não deu certo, uma tentativa de governabilidade. Também foi o maior fracasso político da história republicana do país, o maior erro que cometi (...). Tudo foi muito bem planejado e organizado. Eu mandei João Goulart em missão oficial à China, no lugar mais longe possível. Assim, ele não estaria no Brasil para assumir ou fazer articulações políticas. Escrevi a carta da renúncia no dia 19 de agosto e entreguei ao ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, no dia 22. Eu acreditava que não haveria ninguém para assumir a presidência. Pensei que os militares, os governadores e, principalmente, o povo nunca aceitariam a minha renúncia e exigiriam que eu ficasse no poder. Jango era, na época, semelhante a Lula: completamente inaceitável para a elite.

Governo de João Goulart

No ano de 1961, a saída de Jânio Quadros do governo promoveu uma grande tensão na vida política nacional. O vice-presidente daquele mandato, João Goulart, era proveniente da chapa de oposição e sua já conhecida fama como ministro do trabalho de Getúlio Vargas sempre o colocou – principalmente aos olhos das alas mais conservadoras – como um político simpático ao ideário comunista.

Essa associação entre o comunismo e João Goulart chegou a um ponto ainda mais grave quando o vice-presidente, na ocasião da renúncia, se encontrava em missão diplomática na China comunista. Em meio toda essa tensão, alguns militares tentaram impedir a posse de João Goulart pedindo ao Congresso Nacional que o presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, se tornasse presidente até a convocação de novas eleições presidenciais.

No entanto, a possibilidade de impedimento não era bem vista por todos os políticos e militares daquela época. Em oposição aos golpistas, formou-se um grupo de defensores da legalidade institucional que foram a público lutar pela homologação do cargo de João Goulart. Enquanto essas movimentações tomavam conta da nação, João Goulart decidiu estender sua viagem diplomática para os Estados Unidos, tentando assim amenizar sua pecha de comunista.

Percebendo a falta de uma unidade capaz de impedir a posse de Jango, o Congresso Nacional decidiu impor uma medida inconstitucional que instalava o regime parlamentarista no país. Com esta manobra, os poderes do novo presidente seriam limitados pela figura intermediária de um primeiro-ministro. Foi desta forma então que, em setembro de 1961, o ”temível” João Goulart se tornou o mais novo presidente da República.

Com seus poderes ampliados pela mudança, João Goulart empreendeu a adoção do Plano Trienal, medida econômica

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