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Livro Relações de Força

Por:   •  23/7/2017  •  Resenha  •  494 Palavras (2 Páginas)  •  357 Visualizações

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                    O livro relações de força do autor Carlo Ginzburg busca fomentar o debate acerca da História, retórica e prova, sendo um subordinado a outro, e a importância da prova em consonância com a retórica na historiografia. Segundo a definição, retórica é a arte da eloquência, a arte de bem argumentar, em outras palavras é a arte de convencer, de persuadir.

O autor expõe a visão de Aristóteles referente à retórica, que era considerada por ele a arte de convencer sem distanciar-se da verdade ou da prova, para o filósofo a prova e a verdade constituem os fundamentos principais para a persuasão. Em contrapartida, o autor busca Sócrates e sua crítica à  prática sofista de retórica como  arte do convencimento com argumentos sedutores, não necessariamente ligados à verdade objetiva, ou a prova.

Podemos observar o papel do historiador em uma analogia entre Juízes e Historiadores que fomenta a necessidade de provas , segundo Carlo Ginzburg:

“Juízes e historiadores se associam pela preocupação com a definição dos fatos, no sentido mais amplo do termo, incluindo tudo o que se inscreve, de alguma forma, na realidade. [...] Juízes e historiadores estão vinculados pela busca de provas. A essa dupla convergência corresponde uma divergência em dois pontos fundamentais. Os juízes dão sentenças, os historiadores não’’ p 62

A pretensão do homem de conhecer a verdade é efêmera e ilusória afirma Ginzburg.  A História é construção, nela não existe verdade e sim verossimilhança. Para Nietzsche verdade é “Uma suma de relações humanas que foram reforçadas poéticas e retoricamente, que foram deslocadas e embelezadas e que, após um longo uso, parecem, a um dado povo, sólidas, canônicas e vinculatórias.” ( p.24).

O autor também faz crítica referente aos historiadores pós-modernistas que possuem uma visão de prática retórica desobrigada de qualquer objetividade. Apesar da construção da história ser verossímil, isto é, mais comprometida com o provável que com alguma verdade absoluta, os historiadores não podem prescindir dos vestígios documentais na elaboração de seus trabalhos historiográficos, pois cairiam no erro de utilizar a subjetividade sobre a prova. A retórica acima da prova pode levar a reflexão histórica para um relativismo absoluto, assim, ficando condicionado a aceitar sem questionar tudo que vem do outro.

Ao analisar as provas, o historiador deve saber que todo ponto de vista sobre a realidade é parcial e dependem das relações de força que condicionam. É preciso analisar a documentação ‘às avessas’, todos os pontos contra e pró as intenções de quem os produziu. Só assim será possível analisar tantos relações de força quanto aquilo que é irredutível a elas. Por fim, o autor critica o relativismo séptico e diz que ele pode levar a equivoco e que as fontes “Não são janelas escancaradas, como acreditam os positivistas, nem muros que obstruem a visão, como pensam os cépticos: no máximo poderíamos compará-las a espelhos deformantes’’. (pag. 44)

Referência Bibliográfica

GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. Tradução de Jonatas Batista Neto – São Paulo: Cia. das Letras, 2002

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