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Marxas pesquisa em "Capital"

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Por:   •  14/7/2014  •  Resenha  •  2.058 Palavras (9 Páginas)  •  188 Visualizações

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Para Marx, a riqueza na sociedade capitalista apresenta-se como uma “imensa coleção de mercadorias”, a mercadoria é, portanto, forma elementar da sociedade burguesa moderna. Por isso a investigação de Marx, em O’ Capital começa pela mercadoria.

Marx nos explica no primeiro capítulo d’ O Capital, que a mercadoria possui duplo fator, a saber: Valor de uso e Valor (ou substância do valor, grandeza do valor). E, antes de tudo, ela é um objeto externo, uma coisa. Ademais, pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie, seja do estômago ou da fantasia, são valores de uso, possuem utilidade.

O exame dos valores de uso pressupõe segundo Marx, sempre sua determinação quantitativa, como dúzia de relógios, vara de linho, tonelada de ferro etc. O que interessa aqui é a utilidade desses elementos, pois, “é a utilidade de uma coisa que faz dela um valor de uso”, que se realiza no uso ou no consumo humano.

Importante compreender que o valor de uso é o conteúdo material da riqueza, qualquer que seja a formação social em que se viva. Desde que o homem passou a transformar a natureza, a partir da sua ação consciente, se produz valores de uso. A sociedade mais primitiva, na medida em que os seus habitantes trabalhavam, produzia valores de uso, tais como: machados, flechas etc. Uma coisa, portanto, pode ser útil e produto do trabalho humano, sem ser mercadoria, a exemplo do trigo produzido pelos camponeses na Idade Média que era entregue como tributo para o senhor feudal.

A peculiaridade da sociedade burguesa é que ao mesmo tempo, o conteúdo material da riqueza social é portador de valor de troca (onde valores de uso de uma espécie se trocam contra valores de uso de outra espécie, numa relação que muda constantemente no tempo e no espaço). Ademais, Marx adverte que como valores de uso as mercadorias são, antes de mais nada, de diferente qualidade, como valores de troca só podem ser de quantidade diferente.

As mercadorias são produtos do trabalho humano, dispêndio de cérebro, nervos, mãos e sentidos do homem. A grandeza do valor contido nas mercadorias é medida pelo quantum de trabalho, que é a “substância constituidora de valor”. Portanto, o que gera valor é tão-somente o trabalho. Marx aqui opera algo magistral, que o diferencia dos economistas burgueses, a saber: a descoberta do trabalho como fundamento da forma valor.

Neste sentido,“o quantum de trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso é o que determina a grandeza de seu valor”, ademais, “enquanto valores todas as mercadorias são apenas medidas determinadas de tempo de trabalho cristalizado” (MARX, 1988, p. 48)

Neste sentido, “quanto maior a força produtiva do trabalho, tanto menor o tempo de trabalho exigido para a produção de um artigo, tanto menor a massa de trabalho nele cristalizado, tanto menor o seu valor” (MARX, 1988, p. 49). Marx passa a analisar o conjunto da forma simples de valor. Segundo ele, a forma simples de valor de uma mercadoria está contida em sua relação de valor com outra mercadoria de tipo diferente, ou na relação de troca com a mesma. A forma simples de valor é uma forma embrionária, sofre uma série de metamorfoses até chegar à forma preço. Ademais, a forma simples de valor relativo de uma mercadoria corresponde à forma de equivalente individual de outra mercadoria.

Neste sentido o valor de uma mercadoria A é expresso qualitativamente por meio da permutabilidade direta da mercadoria B com a mercadoria A. Aqui surge uma questão fundamental: a forma valor só pode ser expressa na relação entre as mercadorias.

Existe para Marx, na forma mercadoria, uma antítese interna que é oculta (relação entre valor de uso e valor), esta, representada por meio de uma antítese externa, ou seja, por meio da relação de duas mercadorias.

Marx, em seguida, nos adverte com a seguinte questão, esta, fundamental, para a nossa investigação, a saber:

“O produto de trabalho é em todas as situações sociais (ou seja, em todos os modos de produção) objeto de uso, porém uma época historicamente determinada (a época da sociedade burguesa moderna) de desenvolvimento – a qual apresenta o trabalho despendido na produção de um objeto de uso como sua propriedade ‘objetiva’, isto é, como seu valor – transforma o produto de trabalho em mercadoria” (MARX, 1988, p.63).

Forma de Valor Total ou Desdobrada

Marx representa a forma de valor total ou desdobrada pela equação: 20 varas de linho = 1 casaco ou = 10 libras de chá ou = 40 libras de café ou = 1 quarter de trigo ou = 2 onças de ouro ou = ½ tonelada de ferro etc.

A Forma Relativa de Valor Desdobrada

O valor de uma mercadoria, do linho, por exemplo, é agora expresso em inumeráveis outros elementos do mundo das mercadorias. Qualquer outro corpo de mercadoria torna-se espelho do valor do linho. Assim, aparece esse valor mesmo pela primeira vez verdadeiramente como gelatina de trabalho humano indiferenciado. Visto que o trabalho que o gera é agora expressamente representado como trabalho equiparado a qualquer outro trabalho humano, ou seja, trabalho humano abstrato.

Marx analisa aqui o processo de equiparação entre mercadorias não mais de maneira isolada, agora o linho encontra-se em relação social com o mundo das mercadorias, ou seja, nas suas próprias palavras “desaparece a relação eventual de dois donos individuais de mercadorias”.

Forma Equivalente Particular

Aqui, Marx opera análise da forma equivalente particular, onde cada mercadoria, casaco, trigo, chá, ferro etc., vale na expressão de valor do linho como equivalente e, portanto, como corpo de valor. A forma natural determinada de cada uma dessas mercadorias é agora uma forma equivalente particular ao lado de muitas outras.

Insuficiências da Forma de Valor Total ou Desdobrada

Para Marx as insuficiências da forma de valor total ou desdobrada refletem-se na sua forma equivalente correspondente.

Forma Geral de Valor

1 casaco =

10 libras de chá =

40 libras de café =

1 quarter de trigo = 20 varas de linho (equivalente geral)

2 onças de ouro =

½ tonelada de

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