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Mudar E Vencer

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Por:   •  26/5/2014  •  2.888 Palavras (12 Páginas)  •  214 Visualizações

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MUDAR E VENCER

COMO AS MUDANÇAS PODEM BENEFICIAR PESSOAS E EMPRESAS

Paulo Gaudêncio

Editora Gente, São Paulo, 1999

(Livro com 120 páginas, compilado em 19)

Disponibilizado na Leitura Recomendada em: 13/jan/2000

Este livro colabora para a compreensão e o acompanhamento das transformações mundiais, que ocorrem em ritmo cada vez mais acelerado. Apesar dos modos distintos de conduzir a própria vida e a da empresa, existe um fio condutor que une as duas pontas. Afinal, toda a cultura é um ato de criação do ser humano. Aqui, você vai saber como funciona o processo de mudança e como conduzi-lo de modo satisfatório na realização de seus objetivos.

INTRODUÇÃO

Este livro foi começado na UTI do Incor, após um princípio de enfarte. O período de repouso em casa foi traumático. Uma mudança drástica estava sendo imposta ao meu comportamento e ao meu estilo de vida. Portanto, o meu livro só poderia ser sobre mudanças. Vejo este processo acontecer com pessoas e empresas há quarenta anos - afinal meu trabalho é exatamente esse, tanto na clínica quanto nas instituições. Claro que a situação em que me encontrava levou-me a rever os conceitos básicos de minha atividade profissional e tive a oportunidade única de observar, participar e vivenciar as intensas mudanças ocorridas na minha vida privada, sem necessidade de ajuda terapêutica. Comprovei, então, mais uma vez, o que já sabia: as mudanças

ocorrem, ou não, baseadas no acaso.

Percorrendo a literatura mais recente sobre a mudança nas empresas, pude constatar que os autores são unânimes em afirmar que o processo começa necessariamente pela mudança na pessoa. Concordo integralmente com essa afirmativa. Por outro lado, não está claro, em nenhum dos textos, como essa mudança se processa na pessoa para que possa, em decorrência, acontecer na empresa.

Como ocorre a mudança individual é o objeto de meu trabalho, que parte de uma premissa básica: as mudanças podem ocorrer no pensar e no sentir. Se ficarem apenas no racional, serão efêmeras. Quando evoluem para o emocional, tornam-se perenes. E é isto o que buscamos: a permanência da mudança. Para que isso aconteça, é necessária a soma de dois fatores distintos:

1. A atemporalidade do inconsciente. Mesmo que um fato importante tenha ocorrido muitos anos atrás, ele foi de tal forma marcante que pode ser vivenciado hoje, com grande intensidade. Portanto, ele é presente. Graças a essa característica, é possível apagar o passado e reescrevê-lo, transformando-o.

2. A releitura do passado, feita por meio da comparação entre o juiz internalizado, que todos temos dentro de nós, e o juiz atual, localizado fora da pessoa. Isso é possível graças ao processo transferencial, que também é reeducativo, quando o juiz atual, o externo, é um espelho plano – ou seja, reflete a imagem sem nenhuma

distorção.

O papel desse juiz externo será representado na clínica pelo terapeuta, e na escola, pelo professor. Na empresa, ele será, sem dúvida, o líder da mudança. Parece complicado? Explicar isso é a proposta deste livro.

CAPÍTULO 1 – A MUDANÇA NA VIDA PESSOAL

Pensar e Sentir - Tenho visto e vivenciado mudanças que começam pelo racional. O número de informações que temos hoje em dia é imensamente maior que o das gerações que nos precederam, e a sua atualização se faz com uma velocidade que mal conseguimos acompanhar. Isso provoca um impacto no cérebro racional, e não poderia se diferente. Através da leitura de um livro, de uma conferência ou de um filme que nos impressiona, tomamos consciência da possibilidade de que a forma como vemos as coisas não é completa, nem mesmo a mais atual ou correta, e somos levados a pensar que é possível que uma outra visão de mundo, uma nova proposta, esteja mais próxima da verdade. Essa tomada de consciência é sempre desestabilizante, pois mostra que a zona de conforto que nos colocamos pode ser falsa. Alguns desdobramentos seguem-se a essa tomada de consciência:

Negação. Voltamos para trás, levantamos barreiras contra a nova visão e nos recolocamos na zona de conforto.

Permanecemos no estágio de mudança apenas no nível do pensar. Como conseqüência, passamos dar duplas mensagens, falando o que agora pensamos, mas agindo como ainda sentimos.

Evoluímos para uma mudança em nível do sentir. Sendo animal e racional,, o homem é um animal que sente e pensa. O discurso que corresponde ao pensar é a fala. O ser humano fala o que pensa e age de acordo com o que sente. Quando não tem auto-conhecimento – isto é, quando não sabe o que sente -, corre o risco de ter um duplo discurso. Isso significa falar de uma forma e agir, contraditoriamente, de outra. As mudanças racionais são necessárias, mas não suficientes. Estão ligadas a comportamentos operantes, relacionados com o sistema nervoso central, e são mais facilmente alteradas.

As mudanças na maneira de sentir são as que alteram definitivamente o comportamento. Sentimentos e emoções estão ligados a comportamentos respondentes, relacionados com o sistema nervoso autônomo, no nível da sobrevivência da espécie – por isso dificilmente são extintos. Coube a Pavlov aprofundar o estudo nessa área da Psicologia, permitindo-lhe demonstrar como os comportamentos involuntários são adquiridos e por que sua extinção é mais difícil. Isso significa que a mudança de atuação comportamental exige que a ação chegue ao plano do sentimento e das emoções – as quais, como já vimos, estão ligadas à sobrevivência.

Alguns mecanismos podem nos ajudar a realizar essa travessia. O primeiro deles é baseado no impulso afetivo, no relacionamento com o objeto primário do amor, isto é, com a pessoa que é a nossa principal

referência afetiva. Na infância, o objeto primário do amor é representado pelas figuras materna e paterna e algumas parentais que convivem com a criança. Esse é o caminho da formação do superego e da consciência moral, que será explicado no próximo item: "A identificação projetiva: a formação dos valores". Por meio da necessidade de afeto acabamos formando uma série de normas conscientes e inconscientes que irão regular a descarga dos nossos impulsos.

A Identificação Projetiva: A Formação dos Valores – Como se dá isso? Pelo mecanismo de identificação projetiva. Se, lá atrás, na minha infância, ensinaram-me que um impulso qualquer era feio,

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