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Museu Paranaense e Romário Martins

Por:   •  27/5/2025  •  Resenha  •  2.421 Palavras (10 Páginas)  •  7 Visualizações

Página 1 de 10

Aluno: Guilherme These Batista
Atividade: Fichamento de livro apresentado em seminário

CARNEIRO, Cíntia Braga. O Museu Paranaense e Romário Martins: a busca de uma identidade para o Paraná. Curitiba: SAMP, 2013

Páginas

Comentários/Citações

   




16-28





                                       

Comentário:

Introdução do livro, onde a autora estabelece o recorte do período histórico abordado. 1853, na emancipação do Paraná, até 1928, fim da gestão de Romário Martins no Museu Paranaense.


Citações:

A afirmação da identidade está vinculada a necessidades de reforço e de construção de imagens e os museus, locais que se caracterizam pela prioridade em exposições de objetos materiais e pela possibilidade de explorá-los cognitiva e afetivamente, se constituem em um campo fértil para definir e reforçar identidades.” (p.23)















30-36

Comentário:

A autora retoma o histórico dos museus, dividindo em três momentos:
Primeiro: museus na Antiguidade Clássica, citando o museu de Alexandria como sendo, supostamente, o primeiro museu que se tem registro;
Segundo:  as coleções principescas da Renascença e dos gabinetes de curiosidades;
Terceiro: o Iluminismo, quando os museus europeus foram se modificando, transformando-se em locais de pesquisa e em instituições públicas.

Após, a autora cita o movimento da Ilustração em Portugal como responsável pela criação de gabinetes e jardins botânicos e pelas coleções de objetos retirados da natureza, tendo influências sobre o Império do Brasil.

Continuando com a história dos museus, a autora chega ao período do século XIX, conhecido como “era dos museus”, no qual a formação dos Estados Modernos influencia diretamente na concepção dos museus, dada a ascensão dos nacionalismos e a necessidade de formação das identidades nacionais. Os museus passam a ser “propagadores” dos ideais de civilização da época e dos feitos grandiosos do passado. Passam também a ser instituições de pesquisa e cunho científico, contribuindo para a instrução pública.

É nesse período de efervescência dos museus no século XIX que é fundado o Museu Paranaense.



Citações:

“Sob a influência dos humanistas da Renascença, que trouxeram

novamente o interesse pela Antiguidade e o gosto por coleções, apareceram,

portanto, os primeiros locais onde grandes obras de arte e curiosidades

eram reunidas e expostas a um público selecionado.” (p.32)

“No chamado Século das Luzes, como é conhecido o século

XVIII, tem-se, portanto, a origem do museu moderno, com suas

funções de pesquisa, educação, valorização do racionalismo, método

e classificação.” (p.33)

“As nações europeias, em acelerado processo de industrialização

e interessadas na educação pública, viam, através dessas

instituições, uma forma de dar à sua população acesso à ciência e à

história. Assim, os museus, locais ideais para divulgação do progresso

e dos novos padrões de civilização, passaram a ser localizados em

grandes espaços e as exposições se tornaram mais organizadas.” (p.36)








37-47





Comentário:

Continuando o resumo sobre a história dos museus, a autora aborda os primeiros museus brasileiros do século XIX, traçando paralelos entre eles e jogando luz sobre Museu Paranaense, o qual pouco se aborda na literatura.

Citações:
“Os museus de ciências naturais ou os museus de história se

constituíram em espaços para a consolidação da identidade e da

memória nacional ou, conforme o caso, regional, pois tentavam

exibir os mais variados objetos de modo organizado, compreensível

para uma identificação com o público, parecendo instituições

consagradas à exaltação da sociedade específica de cada local.” (p.39)











47-61

Comentário:

A autora remonta a cronologia dos primeiros anos do Museu Paranaense. O texto conta um pouco da história do Paraná para contextualizar a criação do Museu.
De acordo com o texto, a participação do Paraná nas feiras nacionais e internacionais se dá, em parte, pela necessidade de expor os produtos naturais e industriais da província, uma forma de fortalecer a imagem de um Paraná “soberano” e criar uma identidade local, visto que até o ano de 1852 o Paraná ainda fazia parte da Província de São Paulo.

Nesse contexto, são nomeados Agostinho Ermelino de Leão e José Candido da Silva Murici primeiro como membros da comissão provincial para a organização das feiras e depois como primeiros diretores do museu.

Ermelino de Leão foi o diretor do Museu Paranaense desde sua fundação (1876) até o ano de 1901, quando faleceu. Seu filho assumiu a direção interinamente até que Alfredo Romário Martins fosse nomeado diretor em 1902.

Nestes primeiros anos, o museu teve duas sedes e seu acervo era constituído por doações de diversos tipos – animais, minerais, madeiras, moedas, medalhas, fardamentos, etc. – e objetos devolvidos das feirais nacionais e internacionais. O museu apresentava-se como um grande gabinete de curiosidades.

Ermelino de Leão preocupou-se em construir o acervo, mas não na catalogação dos objetos.




Citações:

“Com as finalidades de dar um destino à grande variedade de produtos

devolvidos quando terminavam as já mencionadas exposições, de

coletar amostras da produção agrícola e industrial da província e de

expor e difundir as riquezas do Paraná, eles fizeram ao presidente de

província do Paraná, Francisco José Cardoso de Araujo Abranches, a

proposta de criação de um museu e de um jardim de aclimação em

Curitiba, em 1874.” (p. 49)

“Com as finalidades de dar um destino à grande variedade de produtos

devolvidos quando terminavam as já mencionadas exposições, de

coletar amostras da produção agrícola e industrial da província e de

expor e difundir as riquezas do Paraná, eles fizeram ao presidente de

província do Paraná, Francisco José Cardoso de Araujo Abranches, a

proposta de criação de um museu e de um jardim de aclimação em

Curitiba, em 1874.” (p. 53)

“Com as finalidades de dar um destino à grande variedade de produtos

devolvidos quando terminavam as já mencionadas exposições, de

coletar amostras da produção agrícola e industrial da província e de

expor e difundir as riquezas do Paraná, eles fizeram ao presidente de

província do Paraná, Francisco José Cardoso de Araujo Abranches, a

proposta de criação de um museu e de um jardim de aclimação em

Curitiba, em 1874.” (p. 55)

“Nessa época, o acervo do museu era constituído por objetos

inanimados e animais, vivos e empalhados, e as exposições mostravam

as riquezas da terra e o que dela era extraído, como amostras de

minerais e de produtos da flora paranaense. Assim, já nos seus anos

iniciais, o museu foi se tornando, através das suas exposições, um

espaço para a divulgação e valorização das riquezas do Paraná.” (p.58)











64-95

Comentário:

A autora aborda a sociedade paranaense do século XIX.

O texto conta a história do Paraná após a emancipação da Província em 1853. A burguesia da erva-mate já era predominante e o estabelecimento das divisas com São Paulo e Santa Catarina era importante.
Nesse contexto, era necessária a construção de uma infraestrutura e da urbanização da capital Curitiba. Com a urbanização foram criadas não apenas condições para o desenvolvimento econômico da região, mas também teatros, cinematógrafos e outros ambientes culturais, que contribuíram para a ascensão de movimentos que ajudaram a construir a identidade paranaense. Neste contexto é criado o museu.

Nesse período o Paraná recebe imigrantes europeus que ocupam boa parte do território e trabalham da agricultura de abastecimento e na construção das vias férreas.

No contexto de criação da identidade local, surgem movimentos como o paranista, que estabelecem a imagem do “homem paranaense” e buscam contar a história do Paraná de forma ufanista, como o movimento tradicionalista do Rio Grande do Sul faria décadas depois.

Citações:

“No Paraná, o plano de colonização agrícola visava o

desenvolvimento de uma agricultura de abastecimento e de ocupação

das terras desocupadas, de maneira diferente do que ocorreu em

São Paulo, por exemplo, onde a imigração foi voltada para a

plantação do café.” (p. 66)

“Foi, portanto, o crescimento de uma forte economia ervateira

que propiciou o desenvolvimento urbano e cultural de Curitiba, de

maneira que os idealizadores e fundadores do Museu

Paranaense, representantes desta burguesia, tiveram grande

influência na sociedade, criando estabelecimentos culturais, como o

próprio museu.” (p. 67)

“À medida que crescia e urbanizava-se, Curitiba passava a ter

mais atividades na área cultural e foram abertas escolas de artes,

música e pintura, com aulas ministradas por professores estrangeiros,

surgiram grupos musicais, clubes e sociedades literárias, além do

Museu e dos dois teatros.” (p. 72)

“Na formação do pensamento da intelectualidade brasileira,

entre os muitos movimentos existentes no início do século XX, é

importante destacar alguns, que permitiram maior conhecimento do

pensamento dos intelectuais paranaenses e primeiros diretores do

Museu Paranaense: o nacionalismo, o positivismo, o simbolismo e o

anticlericalismo. Estas formas de pensamento acabaram

influenciando a atuação de alguns diretores do museu, principalmente a

de Romário Martins.” (p.77)

“...Romário exerceu influência em seus

contemporâneos como uma das principais lideranças no Estado e

valeu-se de suas boas relações com pessoas ligadas a instituições

estaduais para atingir seus objetivos, já que também era interesse do

governo a construção de uma identidade e de um sentimento de

pertencimento a esta terra.” (p. 94)









96-100

Comentário:

A autora faz uma breve biografia de Romário Martins.

O intelectual perdeu o pai aos 10 anos de idade e teve que começar a trabalhar logo cedo. Aos 15 ingressou no jornal “A República” como aprendiz de tipógrafo e galgou degraus até se estabelecer como redator chefe do jornal.
Foi deputado estadual por dez legislaturas e escreveu um livro sobre a história do Paraná.
Foi um dos líderes do movimento paranista, sendo de sua a autoria a lei para criação da bandeira e do brasão do estado do Paraná e do brasão de armas da cidade de Curitiba.

Foi diretor do Museu Paranaense de 1902 a 1928 e fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

Paranista convicto foi fortemente influenciado pelo pensamento positivista, o que influenciou sua gestão à frente do museu.

Citações:
“Considerado líder do paranismo, também partilhava de ideias

socialistas e dos movimentos simbolista e positivista, como foi

analisado anteriormente. Sob a influência de companheiros de vida

literária, como Júlia Pernetta e Dario Velloso, tornou-se um

socialista combativo, publicando, em 1895, a obra Pelo Socialismo,

voltada à análise dos sistemas sociais e de crítica à sociedade.” (p.99)

“Romário tinha o reconhecimento pela sociedade da época de

sua intelectualidade e o prestígio de um verdadeiro ‘plumitivo e

homem das lettras’.” (p.100)




102-130

Comentário:

Neste trecho a autora se debruça sobre a gestão de Romário Martins à frente do Museu Paranaense.

Em sua análise, ela destaca a influência positivista de Romário em sua gestão, sendo as suas primeiras ações a catalogação e classificação do acervo existente.

Romário criou novas seções no museu e foi mais criterioso que seu antecessor ao receber doações, tendo inclusive descartado itens que, na sua visão, não tinham valor histórico ou científico para comporem o acervo.

Sendo um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Romário estabeleceu fortes relações entre as duas instituições, realizando reuniões do instituto nas dependências do museu.

No seu período como diretor, Romário adquiriu telas de paisagens do Paraná e retratos de figuras históricas paranaenses, criando uma espécie de “panteão” dos grandes homens que construíram o que se entende por identidade paranaense.

A autora aborda, ainda, a relação do museu com os povos indígenas, tendo este servido de hospedagem por diversas vezes aos indígenas que viajavam do interior do estado à capital, a fim de reivindicar direitos sobre terras, entre outros.

Romário tinha uma visão romântica sobre o índio, enaltecendo sua relação com a natureza. Esta relação entre os índios e o museu possibilitou a coleta de um grande número de objetos indígenas para o museu, resultando em um vasto acervo que constitui hoje sua seção etnográfica.

Citações:
“Começou com a classificação dos mostruários museológicos,

auxiliado por pessoas especializadas, como os engenheiros de minas

Francisco e Euzébio de Oliveira e com a catalogação das coleções

de paleontologia e arqueologia, que constituíram o primeiro

acervo do museu.” (p. 103)

“Uma das primeiras preocupações de Romário foi quanto à

seleção desse acervo e, para tanto, empenhou-se na sua organização,

pois considerava indispensável a metodização (como se chama a

organização) destes materiais para que o museu estivesse nos

moldes das instituições dos outros estados brasileiros. Segundo ele,

nessa publicação, em dois anos este material estava selecionado e as

coleções foram dispostas com método, tendo sido concluído o

trabalho de classificação.” (p. 106)

“Pode-se perceber, por essas suas primeiras ações frente ao

museu, a influência do pensamento positivista em Romário Martins,

pela necessidade de se conhecer, classificar, ordenar e organizar os

objetos da natureza.” (p. 107)

“Desta forma, o museu se constituía, através da sua coleção de

quadros, a qual se destinava a divulgar a natureza do Paraná e, sobretudo,

a perpetuar a memória de homens da elite paranaense, em um

espaço para a promoção de políticos renomados, numa espécie de

panteão dos personagens paranaenses importantes.” (p. 109)

“No caso do Paraná, a construção da identidade tornou-se uma

atribuição não somente do Instituto, como também foi

desempenhada pelo Museu Paranaense, no período que teve

Romário Martins como seu diretor.” (p. 127)

“A maneira como Romário apresenta o índio em sua obra é

como o intelectual brasileiro o via, com um romantismo que

transformava o indígena no símbolo do bem e da comunhão idílica

com a natureza, confundindo-se com o mito da origem.” (p. 130)

“Numa demonstração do interesse que os índios despertavam

em Romário Martins, fato que era comum aos intelectuais da

época, o museu foi adquirindo uma grande coleção de objetos

indígenas, alguns provenientes de sambaquis, formando, assim, um

acervo que até os dias atuais é preponderante neste museu,

compondo a seção de etnologia.” (p.130)




132-164

Comentário:

Neste trecho, a autora aborda as exposições universais. Ela define, de maneira breve, o que eram as grandes exposições e quais as suas finalidades, como o estabelecimento de relações comerciais entre países/regiões, exposições dos produtos industriais e naturais de cada localidade, etc. Basicamente uma propaganda do que a região tem de melhor a oferecer.

O Paraná, como dito anteriormente, participou das exposições praticamente desde sua emancipação. A autora aborda a participação do Museu Paranaense em duas exposições: a Exposição do Cinquentenário da Província do Paraná, em 1903, a Exposição Nacional de 1908, em comemoração ao primeiro centenário da abertura dos portos.

165-169

Citações:

“A relação do Museu Paranaense com o seu diretor Romário

Martins pode ser considerada como um “caminho de mão-dupla”. Se,

por um lado, Romário aproveitava este local para suas pesquisas,

reuniões com outras associações, para publicações de seus livros,

quase como seu escritório particular, por outro, o prestígio que este

diretor possuía junto ao governo e como deputado estadual permitia

uma boa divulgação do museu e possibilidades de algumas regalias,

como a participação nas ‘grandes’ exposições.” (p. 167)

“Como um dos mais importantes propagadores do movimento

paranista, durante sua gestão como diretor o museu se constituiu em

uma espécie de “laboratório” para o paranismo, um espaço por ele

utilizado para expor suas ideias, já que, em outubro de 1927, quatro

meses antes de Romário ter deixado a direção do museu, ele fundou

o Centro Paranista.” (p. 168)

“De muitas formas é possível perceber a contribuição do

museu na busca dessa identidade para os paranaenses: pela sua

participação nas diversas exposições do período, as quais visavam,

entre suas finalidades, afirmar a identidade do novo estado perante os

outros estados brasileiros; pela política de aquisição para o seu

acervo de quadros de célebres políticos paranaenses e de objetos de

O MUSEU PARANAENSE E ROMÁRIO MARTINS 169

arqueologia, antropologia e etnologia para a reconstrução de seu

passado; pela publicação de material de divulgação de assuntos

referentes ao Paraná, como o homem e o território paranaenses e

como um espaço cultural para reuniões de membros de outros

institutos e associações, em que a discussão versava sobre esses

temas, como da Sociedade Estadual de Agricultura do Paraná e do

Instituto Histórico e Geográfico Paranaense.” (p. 168-169)

...

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