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NEGROS NO BRASIL

Por:   •  22/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.319 Palavras (10 Páginas)  •  311 Visualizações

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Universidade Federal do Tocantins

Campus Palmas

Curso de Ciências Sociais

JOSÉ VIEIRA ANFRADE

O movimento negro no Brasil, sua construção histórica e contemporaneidade

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota na 2ª avaliação da disciplina “Movimentos Sociais e Desenvolvimento Regional”, ministrada pelo Prof. Davis Alves

Palmas

Junho/2016

Resumo

O principal objetivo deste trabalho é de verificar aspectos da história do movimento negro no Brasil e a construção da sua luta política de integração social e melhores condições de vida para a população negra, uma luta que se estendeu desde a época da abolição da escravatura passando por diversas ditaduras, sendo que a trajetória desse movimento se caracterizou pelo dinamismo e organização política, sempre com a proposta norteadora de combate ao racismo e exclusão social do indivíduo negro.A luta do Movimento Negro atual acumula experiência de gerações anteriores o que permite a este movimento, dialogar tanto com Estado quanto com a sociedade partindo sempre de um contexto histórico de lutas e conquistas.

Um breve histórico do Movimento Negro no Brasil

Para uma apurada análise acerca do movimento negro no Brasil é de fundamental importância um breve levantamento histórico sobre o mesmo, para isso, nos atentamos primeiramente ao ano de 1889, ano da abolição da escravatura no Brasil, no entanto, ao contrário do que deveria ser, o povo negro foi cada vez mais exposto à um processo de exclusão e marginalidade.

Não alheios a essa situação de exclusão e com o intuito de reverter esse processo de marginalização, ex escravos e seus descendentes deram início aos movimentos de mobilização racial no Brasil, período estes em que foram criados dezenas de grupos espalhados por vários estadosonde o principal objetivo era luta por igualdade social, não obstante de cunho estritamente assistencialista, as associações negras conseguiam um número considerável de indivíduos negros ou “homens de cor” com eram chamados na época. (Domingues, 2007)

Além do mais outro fator importante a se destacar nessa época foi o surgimento da imprensa negra: jornais publicados por negros e colaboradores e elaborados para tratar de suas questões, trazendo informações que de modo algum era encontrado em outros meios, pautado sempre pela ideia central de combater o preconceito, esses jornais desempenharam papel fundamental nas denúncias das mais diversas mazelas que atingiam diretamente a população negra, isso porque havia época uma escancarada segregação racial onde o negro era impedido de acessar lugares públicos tais como; hotéis, clubes, cinemas, teatros, restaurantes, orfanatos etc. (Domingues,2007)

A década de 1930 foi um marco para o movimento negro brasileiro, em 1931, foi fundado em São Paulo a Frente negra Brasileira (FNB), essa é considerada a sucessora do Centro Cívico Palmares, de 1926, esse movimento que por sua vez era desprovido de um caráter explicitamente político, com um projeto ideológico mais amplo. Segundo o autor Petrônio Domingues. Na primeira metade do século XX, a Frente Negra Brasileira foi a mais importante entidade negra do país, destacamos aqui o caráter educacional e político desempenhado por esse movimento onde desenvolveu um considerável nível de organização onde mantinha escola, grupo musical e teatral, departamento jurídico, formação política. Essa configuração interna de funcionamento do movimento nos remete ao conceito abordado por Maria Glória Gohn.

A relação movimento social e educação existe a partir das ações práticas de movimentos e grupos sociais. Ocorre de duas formas: na interação dos movimentos em contato com instituições educacionais, e no interior do próprio movimento social, dado o caráter educativo de suas ações. No meio acadêmico, especialmente nos fóruns de pesquisa e na produção teórico-metodológica existente, o estudo dessa relação é relativamente recente. A junção dos dois termos tem se constituído em “novidade” em algumas áreas, como na própria Educação – causando reações de júbilo pelo reconhecimento em alguns, ou espanto e estranhamento – nas visões ainda conservadoras de outros. (GOHN, Maria Glória. P. 336)

Para além do aspecto educacional, destacamos também a questão de gênero, a importância da mulher no movimento negro estava para além do campo simbólico, sendo que as mesmas desempenhavam um papel fundamental na luta do movimento política, tanto que o número de mulheres era maior do que os de homens no movimento, outro ponto de grande relevância é que essas mesmas mulheres assumiam várias funções, podemos citar aqui a cruzada feminina que tinha um caráter assistencialista e também as Rosas negras que se incumbiam de organizar bailes e festivais artísticos.Para uma melhor equiparação com relação ao caráter educacional presente no movimento negro desse período mais uma vez atentamos ao ponto de vista de Maria Glória Goh, onde a mesma fala que os movimentos sempre existiram e elucida seu caráter de experimentação social.

Na realidade histórica, os movimentos sempre existiram, e cremos que sempre existirão. Isso porque representam forças sociais organizadas, aglutinam as pessoas não como força-tarefa de ordem numérica, mas como campo de atividades e experimentação social, e essas atividades são fontes geradoras de criatividade e inovações socioculturais. A experiência da qual são portadores não advém de forças congeladas do passado – embora este tenha importância crucial ao criar uma memória que, quando resgatada, dá sentido às lutas do presente. A experiência recria-se cotidianamente, na adversidade das situações que enfrentam. (GOHN, Maria Glória. P. 336)

Obvio que não se pode deixar de destacar o surgimento de outros movimentos com propostas semelhantes, mas com algumas variantes, sempre com o intuito principal de promover a integração do negro à sociedade destacaram-se, o Clube Negro de Cultura social e Frente Negra Socialista (1932) em São Paulo, Legião Negra (1934), em Uberlândia/MG.

Para além da luta histórica que se travou em prol da igualdade social o Movimento Negro no Brasil também sofreu com determinados períodos políticos como o período que abrange desde a o chamado Estado Novo (1945-1965) ao golpe militar instituído em 1964, destacamos aqui num primeiro momento a violenta repressão que sofriam não só o movimento negro, mas toda e qualquer organização que tivesse como foco a contestação política, mesmo com toda repressão sofrida, ao fim da era Vargas surgiu no cenário político o movimento negro organizado, mesmo não tendo o mesmo poder de mobilização dos períodos anteriores o protesto negro aumentou por diversas razões, em primeiro lugar por conta da discriminação racial que se tornava cada vez maior com o avanço do mercado e da competição, além do fato do estereótipos perseguirem todo individuo negro e também pelo fato da maioria dessa população negra viver num contexto social degradante desprovidos dos serviços sociais mais básicos.(Domingues, 2007)

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