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O Escravo Índio, Esse Desconhecido

Por:   •  14/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.210 Palavras (5 Páginas)  •  287 Visualizações

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MONTEIRO, John . “O escravo índio, esse desconhecido”. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (Org.) Índios do Brasil. Brasília: Ministério de Educação e do Desporto, 1994, p.105-120.

Mailson M. dos Santos Gama

3º semestre

Comentários Gerais:

O texto apresenta um novo olhar sobre a escravidão indígena. Apresenta uma síntese da nova historiografia/visão sobre como se deu o processo de escravidão indígena, colocando o índio como uma importante peça não apenas sobre as populações nativas, mas também na constituição da sociedade e economia coloniais, uma vez que  boa parte das pessoas desconhece a existência ou a importância da escravidão indígena ao longo da história do Brasil, atribuindo ao índio uma posição de vitima e selvageria.  Além de desmitificar uma visão eurocêntrica, apresenta uma nova perspectiva de análise para o assunto estudado, como a figura do bandeirante, o desbravador dos sertões com uma imagem heroica e com novos estudos a figura heroica passa a ser vista por um exterminador de índios, sendo uma critica feita por Monteiro a esse dualismo existente. O artigo é informativo com uma escrita simples e de fácil compreensão, com caráter explicativo, utiliza-se o recurso das imagens que torna o texto mais didático. O mesmo é divido em tópicos:

  1. Colonização e escravidão no século XVI: O autor busca apresentar esse primeiro contato dos colonos com a escravidão indígena, uma prática surgida pela necessidade dos portugueses na intensificação de suas atividades econômicas ao longo do litoral. Mostra ainda, como foram decisivos para a sobrevivência dos colonos, além de terem sido essenciais para os planos de colonização da Coroa portuguesa. Em primeiro instante, o índio escravizado foi útil à mão de obra e para a questão militar, mas vale destacar que os portugueses encontram diversas dificuldades para “transformar” cativos de guerra em escravos, pois o mesmo não possuía conotação de escravo, servia para fins rituais e não produtivos.

O artigo também deixa claro que existiram expedições dos administradores coloniais, cita as de Mem de Sá e Jerônimo Leitão cujo objetivavam derrotar os focos de resistência Tupi ao longo do litoral de São Vicente a Paraíba, por outra, visavam produzir grande números de escravos destinados a trabalhar na indústria açucareira.

Houve inúmeros conflitos, como a guerra traçada contra os Caetés, que teve como marco entrever a articulação dinâmica entre a conquista territorial e a constituição de uma força de trabalho durante o século XVI. Cita ainda, que houve despovoamento de várias terras ou a ocorrência de epidemias.

  1. O sertanismo de apresamento no século XVII  : Trata da escravidão indígena de um modo mais individual e característico: Nas capitanias do sul  sobretudo em São Vicente e no Estado do Maranhão(1621), caracteriza as atividade econômicas movidas por um grande número de escravos índios aprisionados em frequentes expedições para o sertão. Na capitania de São Paulo, os colonos desenvolveram formas específicas de aprisionamento, inicialmente privilegiando a composição de expedições de grande porte, com a organização e disciplina militares.

Trás também a figura jesuítica, do Padre António Viera, que condenava as praticas feitas nos índios paulistas. Posteriormente introduziria uma politica que visava transferir para os jesuítas o controle absoluto da população indígena introduzida no sertão.

  1. Palco de luta, espaço de luta e vivência: Mostra a figura do índio como ser pensante, que buscava estratégias para uma vida mais digna e humana. Mostra que havia revoltas, mesmo não sendo frequente, furtavam seus senhores e vizinhos, invadiam propriedades e negociavam seus produtos.  Nos passa também que o índio do século XVIII, começa a se conscientizar das vantagens do acesso à justiça colonial, sobretudo no que diz respeito à liberdade.

Em uma visão geral, entre os séculos XVI e XIX, a legitimação do trabalho escravo esteve entrelaçada com dois fatores principais: a religião e a lei. A religião com a necessidade de evangelizar os cativos, as leis sendo rígidas com o objetivo de evitar quaisquer tipos de revolta no interior das colônias.

Por fim, acredito que o texto discorre e mostra à importância do índio nesses primeiros séculos da história brasileira, mostrando a relevância e o como os índios tiveram um papel fundamental. Além de ser um texto copilado em varias fontes, o mesmo nos apresenta um mundo totalmente novo, desconhecido.

Trechos interessantes:

Maneira de aquisição de mão de obra: A apropriação direta de cativos, através de expedições de apresamento, foi o meio mais eficaz de aumentar as reservas de mão-de-obra nativa, porém esbarrou em questões de ordem moral e jurídica.  P. 106

A colaboração de alguns grupos locais com o sistema de escravidão: Alguns grupos locais, ao colaborarem com os interesses dos portugueses, buscaram preservar sua autonomia através do fornecimento de escravos tomados a outros grupos inimigos. Outros, já submetidos ao jugo dos senhores de engenho ou dos jesuítas, procuravam resgatar sua liberdade através de violentas revoltas. P.107

Sucesso das expedições: As expedições de apresamento mostravam-se eficazes, uma vez que distanciavam o índio de suas origens geográficas e socialmente. De fato, ao longo do século XVII e XVIII, o apresamento representava a principal forma de criar, manter e até aumentar a população cativa, esboçando-se um forte paralelo com o papel exercido pelo tráfico de escravos africanos no mesmo período.  P.108

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