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O POPULISMO NA ERA VARGAS (1930-1945): ANÁLISE SOBRE UMA REPRESENTAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO

Por:   •  12/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.263 Palavras (10 Páginas)  •  276 Visualizações

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UENP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

VICTOR HUGO QUEIROZ CAMELO

O POPULISMO NA ERA VARGAS (1930-1945): ANÁLISE SOBRE UMA REPRESENTAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO.

JACAREZINHO - PR

2016

UENP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

VICTOR HUGO QUEIROZ CAMELO

O POPULISMO NA ERA VARGAS (1930-1945): ANÁLISE SOBRE UMA REPRESENTAÇÃO NO LIVRO DIDÁTICO.

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Licenciatura em História, sob a orientação do Profº. Dr. Flávio Ruckstadter, como requisito para a obtenção da nota parcial do quarto bimestre da disciplina de Prática de Pesquisa.

JACAREZINHO - PR

2016

Introdução

Pretende-se, com esse trabalho, expor as análises obtidas de uma pesquisa sobre como o populismo é representado no primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) pelo livro didático utilizado no Colégio Estadual Miguel Dias, de Joaquim Távora, Paraná, no ano de 2015. A coleção utilizada é “História: Cultura e Sociedade”, dos autores Jean Moreno e Sandro Vieira, o livro utilizado será a 3ª Unidade, intitulada “O Contemporâneo: mundo das rupturas” (2013).

Portador de uma discussão atual, o populismo é um conceito que carrega diferentes opiniões sobre suas características e, inclusive, sobre sua existência. Diferentes vertentes historiográficas vêm debatendo se é correto explicar parte da nossa história política republicana através de um conceito que fora construído por uma parcela da elite pensamente do país e por muito aceito sem discussão profunda.

O objetivo dessa pesquisa é contribuir a respeito de como os livros didáticos tem abordado e proposto perspectivas sobre esse conceito, no caso brasileiro. Pensando a questão do ensino de história, pretende-se propor reflexões de como os livros didáticos atuais estão dialogando com diferentes vertentes historiográficas e problematizando as discussões que a história detém.

É dito populista, um governo que possui um líder carismático, e, que através de ações de políticas ditas populares, como as promessas de melhorias sociais, da boa oratória e da propaganda, consegue conduzir uma massa que se torna submissa, enganada, impossibilitada de pensar e se considerar um agente ativo no ambiente político e, portanto, de se conscientizar que está sendo prejudicada, tornando-se incapaz de ver a realidade dos fatos.

A partir da contribuição da obra “O populismo e sua história – debate e crítica”, organizada por Jorge Ferreira, poder-se-á discutir como esse termo foi usado como a maior caracterização para definir o período político de 1930-1964, sua historicidade e atribuições de sentido. Para podermos, então, mostrar que existem diferentes visões e perspectivas sobre tal, e, através da análise do manual didático referido, analisar a visão historiográfica por ele incorporada sobre o populismo no primeiro período de Getúlio Vargas como presidente do Brasil (1930-1945).

Justificativa

Por muitos anos acreditou-se, por conta de uma determinada vertente da historiografia, que muitos governos brasileiros foram populistas, num sentido pejorativo e indiscutível. Todavia, uma nova abordagem historiográfica nos propôs pensar e refletir, discutindo através do processo histórico que deu conotação a essa palavra, se a sociedade brasileira realmente foi conduzida por um governo com tais características.

Considera-se importante dialogar essa discussão atual com os livros didáticos, tendo visto que estes últimos tem sido grandes fontes para pesquisas atuais na área do ensino, então contribuir academicamente com essa análise torna-se um dos motivos para realizá-la, para somar nesse território que muito tem a ser explorado, muitas questões para ser repensadas e desconstruídas a partir deles, inclusive, sendo o tema dessa pesquisa, pouco explorado.

É importante expor e discutir a questão problemática de uma sociedade extremamente desconhecedora da história do nosso país, que costuma carregar preconceitos e visões resultantes do senso comum. O Brasil ainda precisa repensar na educação, um caminho que vá contra essa realidade, haja vista que esse é um campo considerado responsável por ser um ambiente que forme, entre outras coisas, cidadãos para viver e fazer uma sociedade respeitosa e crítica.

Por muitos anos, a prática do ensino de História Brasil foi caracterizada pela falta da abordagem sobre as diversas ideologias e posições existentes nos diversos ambientes e períodos da sociedade. Discutir a questão do populismo é pensar, politicamente e socialmente, o mundo em que vivemos, e a discussão que envolve essa pesquisa pode contribuir para uma nova forma de ver o mundo e suas relações. Pensando nisso, Fonseca diz que (1999, p. 204):

“o livro didático e a educação formal não estão deslocados do contexto político e cultural e das relações de dominação, sendo, muitas vezes, instrumentos utilizados na legitimação de sistemas de poder, além de representativos de universos culturais específicos. (...) Atuam, na verdade, como mediadores entre concepções e práticas políticas e culturais, tornando-se parte importante da engrenagem de manutenção de determinadas visões de mundo”

Os manuais escolares estão presentes no cotidiano escolar diariamente, e, portanto, influenciam o ensino de história e a própria visão de alguns professores. Portanto, é necessário analisar as perspectivas utilizadas que constroem essas narrativas e propor algumas hipóteses que elas podem gerar como consequências.

Ver quais discursos sobre conceitos os livros didáticos estão utilizando, e quais questões-problema estão propondo, é importante na área do ensino, na acadêmica, mas também na forma que estamos formando visões políticas de mundo que podem acabar sendo preconceituosas e elitistas, no caso, as que desconsideram as visões de mundo, experiências, vontades dos trabalhadores e da população comum, mas principalmente, que as desconsidera como agentes transformadores e direcionadores das decisões na sociedade.

Objetivos

  • Pesquisar e discutir as representações criadas sobre o governo de Getúlio Vargas a partir dos livros didáticos usados no Colégio Estadual Miguel Dias, no estado do Paraná, em 2015.
  • Analisar de que maneira tais autores descrevem a forma com que o ex-presidente brasileiro conduziu seu primeiro período na presidência do Brasil (1930-1945).
  • Discutir a forma e a perspectiva historiográfica que o livro didático utiliza para abordar tal conceito histórico.
  • Problematizar o conceito de populismo, analisando seu processo histórico e historicidade, discutindo a forma como lhe foi atribuído sentido,
  • Contribuir para novas interpretações, idéias e reflexões para o professor e o ensino de história, pensando seu manual de trabalho e as diferentes vertentes da historiografia.

Fundamentação teórica

Em seu início, a ciência histórica teve características do que hoje se considera uma “história tradicional”, por muitos anos ela foi predominantemente positivista, ligada aos fatos históricos “verdadeiros” dos documentos oficiais, que excluía outros tipos de fontes, traduzindo-se numa história dos grandes homens e seus feitos, elitista, que não considerava os aspectos sócio-culturais das minorias como fator relevante nos processos históricos.

O conhecimento histórico que se perpetuou, por muito, foi descendente dessas características, tornando-se comum associar o ensino de história ao aprendizado dos grandes homens e acontecimentos importantes. A escrita da história estava nas mãos dessa vertente tradicional e elitista, e seus estudos pouco panorâmicos difundiam-se como a verdade dos fatos.

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