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O Plano De Fundo Utópico

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Por:   •  26/2/2014  •  541 Palavras (3 Páginas)  •  250 Visualizações

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Em ataque à escola utópica os realistas renascentistas defendiam a ideia da ética como um instrumento político, desvencilhando-se da Igreja e concentrando no Estado o poder de avaliar os princípios morais. Em resposta à esta crítica, a escola utópica propôs um modelo de Estado onde não haveria uma autoridade externa aos seres humanos e a sociedade seria regida basicamente pela razão humana, a “lei da natureza” (que foi proposta primeiramente pelos gregos). Os acreditadores desta teoria confiavam que a razão criaria leis aceitáveis e cabíveis e que todos os seres humanos se adaptariam e as seguiriam.

Ao longo do tempo estes conceitos foram se moldando e se firmando, sendo associados à diferentes coisas de acordo com o período e com o lugar em que eram estudados. No séc. XIX o inglês Jeremy Bentham criou a famosa frase “a maior felicidade para o maior número” a partir dos conceitos e estudos sobre a “lei da natureza”, acreditando num padrão absoluto de concepções de certo e errado para todos os homens. Esta frase resumiu a compreensão da “lei da natureza” durante todo o séc. XIX, relacionando o certo, ou seja, o bem, ao alcance da felicidade. Bentham também construiu a ideia de um meio pelo qual a sociedade poderia chegar à “a maior felicidade para o maior número”, que seria o Tribunal da Opinião Pública. E James Mill, aluno de Bentham, criou um conceito mais completo envolvendo a opinião pública como forma de se alcançar a felicidade e a ordem na sociedade; conceito o qual foi adotado pela maioria dos liberais do séc. XIX. Os discursos do séc. XIX difundiam a ideia de que a difusão do conhecimento levaria as pessoas a pensar corretamente e, assim, a agir corretamente.

Abbé de Saint-Pierre foi quem aplicou os conceitos desenvolvidos nesta teoria no cenário das relações internacionais e propôs um dos primeiros projetos para uma liga de nações; costumava dizer que se os líderes das grandes potências pensassem e analisassem o projeto corretamente, iriam aderir a ele. Kant e Russeau já defendiam que se um Estado fosse regido exclusivamente pela vontade não haveria guerras, pois, segundo eles, as guerras ocorriam por motivos individuais dos líderes dos Estados. Estes conceitos tiveram grande aceitação na Europa do séc. XIX. Comte, que era britânico, usou estas ideias para justificar o “erro” da Rússia, culpando a falta de intelecto pelas atitudes “erradas e más”; costumava dizer o seguinte: “O erro está na cabeça, não no coração”. A ideia que foi muito popular na época foi que através do alcance pleno da educação, a paz internacional seria alcançada. A guerra seria uma “falha no entendimento”.

A teoria que se baseava na opinião pública começou a perder sua força no fim do séc. XIX, quando um grupo de psicólogos mostrou que o ser humano prioriza o interesse próprio em detrimento de suas virtudes. A opinião pública deixou de ser ligada à opinião dos instruídos e passou a ser relacionada às massas, o que fez com que muitos dos instruídos deixassem de apoiá-la; Mills inclusive apontou os perigos da “tirania da maioria”.

As teorias de Bentham voltaram a ganhar força nas segunda e terceira década do séc. XX, em parte devido à procura de uma nova utopia para a sociedade internacional após a I Guerra Mundial.

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