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O ÍNDIO BRASILEIRO NA PERSPECTIVA DOS LIVROS DE HISTÓRIA

Por:   •  23/9/2018  •  Artigo  •  3.436 Palavras (14 Páginas)  •  246 Visualizações

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O ÍNDIO BRASILEIRO NA PERSPECTIVA DOS LIVROS DE HISTÓRIA.

                             

                                                        André Luís do Bú Lucena¹

                                                                              Flávia Teles Fernandes Costa²

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo do livro didático de história da coleção história, sociedade e cidadania do autor Alfredo Boulos Júnior, sendo esta coleção adotada pelo governo do estado da Paraíba nas escolas públicas estaduais. Foi analisado um livro do ensino fundamental e nesta pesquisa foi observado a perspectiva do índio brasileiro no livro didático, através da análise dos assuntos e imagens, buscando mostrar de que forma o estudo contribui para uma nova visão sobre o indígena a partir do campo do ensino de história.

PALAVRAS-CHAVE: Índio; Imagem; Preconceito; Brasil; Indígenas; Livro Didático; Educação.

ABSTRACT

This paper presents a study of the history textbook collection of history, society and citizenship of the author Alfred Boulos, Jr., this collection was adopted by the state government of Piauí state public school. It was considered a book of elementary school and was observed the perspective of the Brazilian Indian in the textbook, through the analysis of subjects and images, trying to show how the study contributes to a new vision about the indigenous from the field of history teaching.

KEYWORDS: Indian; Image; Preconception; Brazil; Indigenous people; Textbook; Education.

  1. INTRODUÇÃO

A partir do PNLD, programa nacional do livro didático, o ministério da educação faz criteriosa avaliação do material didático que será distribuído. Com isso, no âmbito regional paraibano, podemos observar que algumas cidades adotaram esse livro “Sociedade & Cidadania” para o ensino do 6º ano, em sua 3 edição no ano de 2015 lançada em São Paulo, que tem como escritor Alfredo Boulos Júnior, com mestrado e doutorado na área da educação, voltadas para o estudo de História. Nesse contexto, sua obra além de conceituada é muito utilizada por historiadores que lecionam no ensino fundamental.                                 Objetivando iniciar uma problematização sobre a situação indígena no Brasil, a temática com alunos dessa faixa etária seria muito pertinente, principalmente para ajudar a tirar aquela imagem de um índio folclorizado que está enraizada na educação básica brasileira. Essa desconstrução de uma imagem pejorativa acerca do índio é fundamental para evitar também que crimes ocorram, como o exemplo do descendente indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos, que teve teve 95% do corpo queimado por um líquido inflamável. Nesse crime, cinco rapazes atearam fogo em Santos, quando ele dormia em um ponto de ônibus depois de uma festa do Dia do Índio.

No entanto, essa desconstrução é feita através de abordagens culturais, como costumes, ritos, línguas e alimentação, acompanhando também as fases da vida do índio. Objetivando também inibir uma visão etnocêntrica e eurocêntrica dos povos nativos a partir da diminuição de suas populações desde o início da globalização até hoje.

Diante da metodologia abordada para a organização do livro, observamos que ele está além de uma visão didática, mas com uma temática de abordagens acerca de assuntos, imagens, figuras, quadros temáticos e atividades. Assim além de proporcionar um conhecimento variado e específico por parte dos alunos, o papel das imagens é fundamental por acabar cativando e incentivando os estudos acerca do tema, proporcionando um tipo de conhecimento dinamizado, saindo da forma de ensino considerada engessada.

  1. DESENVOLVIMENTO

Para maior compreensão dos assuntos abordados dentro do livro escolhido, devemos primeiramente fazer uma avaliação e analise da capa, uma vez que as capas dos livros didáticos são trechos que atraem grande parte da atenção de seus leitores e exprimem o contexto que será abordado pelo autor no decorrer do livro.

Figura 1 – Criança indígena ilustrada na capa do livro[pic 1]

Fonte: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade e cidadania. 3.ed. são Paulo: FTD, 2015.- (Coleção História: Sociedade e cidadania)

Diante disso, observa-se que a capa traz a imagem de uma criança indígena que nos remete ao pensamento de como essa cultura nativa sobrevive e resiste até os dias atuais, e como ela permanece forte mesmo nas gerações mais novas, não havendo a quebra da cultura indígena através das gerações passadas e pelos preconceitos que foram impostos à eles desde a chegada do primeiro navio português em território brasileiro.                                                 Contudo, pode-se notar também que as pinturas corporais mostram a diversidade e simbologia cultural existente, e como o nome do livro “Sociedade & Cidadania” traz uma enorme reflexão ao respeito da visibilidade das minorias e como a sociedade deve aprender a lidar e respeitar esses povos nativos como os índios, através de uma boa cidadania para com eles. Com isso, através da capa, nota-se que o livro tem como intuito abordar os nativos da antiguidade e também os nativos indígenas em sua totalidade, com seus costumes, aspectos culturais e modos de vida.                                                                                Ao abrir o livro, podemos analisar o objetivo e a função do sumário trazida pelo autor, partindo do princípio em que ele está dividido em unidades. O livro segue uma cronologia proporcionada pelo sumário, separando os níveis de conteúdos e facilitando ao aprendizado dos alunos.                                                Diante disso, seguindo uma base teórica, o sumário que atua como base de conhecimento, aborda inicialmente a história, cultura e patrimônio em geral, como uma forma de introdução aos conhecimentos de base, para em seguida chegar aos estudos específicos.                                                                Nessa perspectiva, a ordem cronológica do sumário abordada pelo autor após a base teórica, aborda em seguida os primórdios da humanidade, narrando fatos fundamentais para que o aluno tenha conhecimento e esteja preparado para compreender os conteúdos futuros das séries seguintes. Com isso, a cronologia segue da Pré-História aos Romanos, sociedades complexas e seus feitos, como o surgimento da escrita, a ocorrência de guerras, disputas e consolidações de poder, e também o surgimento de cidades-estados, democracias.                                                                                Findando a análise, podemos pensar em uma “evolução” no pensamento educacional, levando em consideração que há alguns anos a ênfase sobre a cultura indígena, principalmente nativa brasileira, eram muito brandas. Nessa obra, podemos observar desde a capa até o capítulo específico ao estudo indígena, tanto americano quanto brasileiro, ocorre a abordagem através da valorização de suas culturas e peculiaridades.                                                        Para escrever este livro, Boulos além de utilizar o conteúdo de forma cronológica, ele também aderiu a linguagem facilitada sobre os assuntos, de acordo com a faixa etária dos alunos, fazendo com que as crianças que forem usar este livro como fonte de estudo, consigam compreender melhor o conteúdo abordado. Diante disso, para obter um aprofundamento sobre os assuntos trazidos no livro, o autor utiliza de diversas fontes para escrever esta obra, como por exemplo autores como: Marc Bloch, Jacques Le Goff, Paul Veyne, entre outros.                                                                                                Nessa perspectiva, o autor organiza o corpo de todo o texto do livro através de um título para cada capítulo, e diversos tópicos em cada um deles, abordando assim sobre vários assuntos específicos de cada capítulo. Com isso, desde o título até os seguintes tópicos, cada tema se intercala entre si, dando continuidade para o assunto, e desse modo, dar uma ideia de cronologia na mente do aluno. Há também, os temas trazidos no livro, que são em sua maioria sobre diversos povos nativos e povos que compuseram a antiguidade.                         Ao se tratar da questão visual abordada pelo autor no livro, nota-se que em sua totalidade, esta obra é repleta de imagens sobre cada assunto, além de ter também imagens complementares, que ajudam a fixar determinado conteúdo na mente da criança, fazendo com que eles possam imaginar o conteúdo estudado, compreendendo melhor o assunto.                                                        Por fim, Boulos aborda em cada final de capítulo uma proposta de atividades que é composta por algumas questões a respeito dos assuntos estudados. Diante disso, nas formulações das questões também são utilizadas uma ótima linguagem e recursos visuais, literários, musicais, para que o aluno compreenda e pesquise no decorrer do livro os conteúdos que utilizaram para cada questão.                                                                                                Nessa perspectiva, para abordar incialmente o assunto sobre os índios brasileiros no livro didático, o autor traz o capítulo analisado com o título “Os indígenas: Diferenças e Semelhanças”, que tende a entender que este capitulo abordará os povos indígenas tanto em sua totalidade e diversidade cultural, como também em suas semelhanças e diferenças entre si.                                De início, Boulos traz uma reflexão e lança uma problemática a respeito do uso dos adereços indígenas, como por exemplo o cocar, braceletes e colares. Com isso, lança-se um questionamento sobre se esses adereços são apenas para eles se enfeitarem, ou se eles têm uma simbologia e significado religioso, cultural, ou variam dependendo do sexo, posição social e idade.          

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