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O Índio e o Livro Didático

Por:   •  22/6/2017  •  Ensaio  •  708 Palavras (3 Páginas)  •  157 Visualizações

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O Índio e o Livro Didático

A figura do índio enquanto elemento histórico-social é repleta de intenções por parte dos construtores do discurso que os identificam, que historicamente são os detentores de poder, a partir da lógica foucaultiana, a fim de atender seus interesses. Interesses esses que irão variar de acordo ao momento histórico vivenciado/contado.

Nos primórdios da colonização os povos originais são colocados enquanto um grupo que precisa ser cristianizado. Salvos! É necessário levar o progresso, a fé e a organização estatal aos “primitivos” que povoam a América, até então “Índias Ocidentais” – O Novo Mundo.

O processo de cristianização dos indígenas foi um dos fatores que contribuíram para a perda de suas características culturais, originais, a supressão da sua cultura através da imposição de uma cultura dominante, que visava impor seus valores aos traços da origem cultural dos índios. Essa premissa deve-se ao fato da tentativa de civilizar aqueles indivíduos, que aos olhos portugueses eram bárbaros.

Nesse processo a ausência de reconhecimento com a forma produtiva dos europeus rende aos indígenas o estereótipo de preguiçoso. Estereótipo que adentra o imaginário coletivo de tal modo que “naturaliza-se” e é propagado nos meios de formação da personalidade e mentalidade social do indivíduo, que consequentemente reflete-se no coletivo, como a escola. Constituindo-se assim enquanto uma permanência histórica que alcança a pós-modernidade.

As reproduções destas concepções nos “ambientes formadores” atendem a um projeto que busca legitimar a ocupação de territórios que não foram descobertos, mas sim tomados de seus verdadeiros e legítimos donos.

Após o período colonial a população indígena “desaparece” da história. Os conflitos, as tensões, os órgãos que “cuidam” dos indígenas, negociações e todo o restante não possuem relatos de ampla divulgação, essencialmente nas escolas.

Mais tarde a figura do índio é redefinida. Na busca da formação de uma identidade nacional, no século XIX os romancistas, cronistas e “historiadores” da época, a exemplo de seus pares europeus, remetem-se aos primeiros habitantes de seus respectivos territórios, a fim de trazer uma base comum que une os diferentes povos numa mesma nacionalidade.

A apresentação romantista do índio mostra mais uma vez a manipulação de sua imagem a fim de atender aos interesses e demandas de grupos externos á suas realidades e completamente descompromissados com apresentação histórica dos contextos em que estavam inseridos.

Esses movimentos que atendem a interesses de determinados grupos atuam na contemporaneidade como mais uma permanência história, propagada os livros didáticos. Problemática que tem sido levantada e combatida, graças ás lutas dos povos indígenas, remanescentes.

A importância de mudar a visão do indígena nos livros didáticos e nos demais meios, requer mudança! Uma quebra de estereótipos e paradigmas.

É possível perceber que nos livros didáticos o índio ainda é apresentado como um elemento alheio a sociedade “civilizada”. Parecendo ser um indivíduo que teria vivido numa outra época e que já não existem mais; fator que contribui para a solidificação de uma visão deturpada e preconceituosa do índio, que na maioria das vezes é entendida como conceito único. Tendo, assim, suas particularidades ignoradas.

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