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Os golpes militares na América Latina

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Por:   •  17/11/2014  •  Artigo  •  534 Palavras (3 Páginas)  •  363 Visualizações

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Os golpes militares na América Latina encontraram seu auge na Guerra Fria, em especial no governo Nixon, quando ele e seu Secretário de Estado, Henry "Arauto da Realpolitik" Kissinger, não apenas patrocinaram uma série de golpes como financiaram as ditaduras decorrentes. Para além da colaboração americana, o Golpe Militar era visto sempre como uma possibilidade concreta e aceitável pelas elites latino-americanas histéricas com as transformações sociais do século 20º.

Os golpes apresentavam como padrão uma conjugação de elementos: Quase sempre havia um governo de frente popular promovendo reformas mais ou menos radicais que irritavam tanto as elites locais quanto Washington e, em decorrência disso, as Forças Armadas desses países eram manipuladas e mobilizadas para, sob a prerrogativa de um inflado perigo vermelho, botarem as tênues e atrofiadas instituições liberais abaixo com a violência que fosse necessária; as ditaduras resultantes eram amigas de Washington e buscavam mudar tudo para que nada mudasse.

Com o fim da Guerra Fria e o aparente Fim da História, o Golpe Militar deixa de ser visto como instrumento funcional na medida em que era muito mais fácil simplesmente eleger políticos confiáveis e alinhados ao Consenso de Washington. Veio o século 21º, a decadência americana, as inúmeras mudanças no continente e o controle estadunidense desaba na região, o que, somado a força dos movimentos sociais faz com que governos de esquerda cheguem ao poder por via eleitoral e as elites tenham de ceder os anéis para não perderem os dedos.

Há um resfriamento na prática golpista. Ainda assim, houve a quartelada que tentou derrubar Chávez na Venezuela com apoio da Administração Bush. Deu errado. O governo golpista ficou isolado no continente. Também houve a recente tentativa de golpear o presidente Evo Morales que esbarrou numa resposta diplomática mais sofisticada dos países da região - via recém-criada UNASUR. No domingo, como os senhores devem saber, houve um Golpe Militar em Honduras.

O caso do presidente Zelaya, o bom liberal, é emblemático em vários sentido, citaria quatro em especial:

1. Ele foi um golpe militar ao pior estilo anos 60 ou 70, com direito até a sequestro do presidente por militares na residência oficial;

2. Ele vem numa esteira de um movimento de relativização da ditadura no Brasil, maior país do continente;

3. Ele se dá num contexto onde os EUA, sob o comando de Obama, tenta redefinir o jeito americano de fazer política externa, um tanto por idealismo outro tanto pelas vicissitudes materiais do país no momento;

4. Ele se dá num quadro onde os países da América do Sul e da América Latina nunca estiveram tão organizados politicamente como prova tanto a UNASUR quanto as próprias transformações na OEA.

Isso implica em várias coisas ao mesmo tempo. Uma delas foi a reação diplomática rápida, coordenada e firme dos países latino-americanos contra o golpe. O segundo é o posicionamento firme dos EUA em favor da democracia burguesa no continente, algo raro na História. Os golpistas, portanto, se encontram sitiados.

Por outro lado, no Brasil, alguns notórios nomes da direita fascista prosseguem na

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