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Pedras Rolantes Não Criam Limo

Por:   •  23/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.219 Palavras (5 Páginas)  •  1.067 Visualizações

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“Pedras Rolantes Não Criam Limo”

“A rolling stone gathers no moss”. Muita gente não sabe, mas dizem que essa simples frase – na tradução: “Pedras rolantes não criam limo” – deu origem ao nome da mais antiga e popular banda de rock em atividade: Rolling Stones. Com 50 anos de carreira, os Rolling Stones continuam em evidência e é indiscutível o sucesso que eles fizeram e continuam fazendo, ao longo de toda sua trajetória. O que prova que os anos não tornam algo obsoleto e arcaico, se estivermos dispostos a renovar, reinventar e revigorar certos hábitos e costumes. Muitos acreditam que, em termos de comparação, o artista brasileiro que mais se assemelha ao estilo musical dos Rolling Stones, seja Raul Seixas. Talvez pelo seu jeito provocativo, contestador e até, muitas vezes, agressivo, de se posicionar a respeito dos dilemas sociais e contemporâneos. Ele cantava o que muitos pensavam e não tinham a ousadia necessária para falar! E, por isso, sua obra ainda é lembrada e aclamada, nos dias de hoje, mantendo-se atual, sem medo algum de tornar-se obsoleta ou óbvia demais.

Assim deve ser o processo de busca, elaboração e preservação das informações: provocativo, contestador e suficientemente corajoso para viver de acordo com seus questionamentos e opiniões. A sociedade, em sua grande maioria, tende a se satisfazer apenas e tão somente com o que lhe é apresentado, sem se importar em conhecer a alternativa, ou seja, o outro lado de uma mesma história. E é exatamente disso que trata o vídeo da escritora nigeriana Chimamanda Adichie. Pegar toda a complexidade de uma história e de seu contexto e reduzi-los a um só aspecto é o que Chimamanda chama de “o perigo da história única”.

O vídeo dispensa comentários, mas nos leva a refletir sobre como contar as “outras histórias” (ignoradas ou distorcidas) sem que se perca o uno que nos liga enquanto seres humanos, uma vez que a história da humanidade se apresenta como um processo argumentativo e contraditório de ações e pensamentos guardados e/ou expostos. A complexidade de povos e indivíduos, formando múltiplos aspectos, faz com que sua compreensão seja tarefa árdua e a capacidade de olhar para o outro e tentar compreendê-lo, para além de ideias pré-concebidas é algo desafiador. O problema é que quase nunca somos estimulados a isso – e é exatamente disso que trata o texto de Martha Nussbaum, “Uma crise planetária da Educação”. Para Martha, este processo vem sendo disseminado cada vez mais pelos governos de todas as tendências políticas, opondo-se e ameaçando o sentido mais precioso da ideia de educação, ou seja, a valorização da vida democrática. Isso significa considerar o conjunto de características de uma determinada pessoa ou sociedade, que determinam a forma esta(s) se comporta(m) e interage(m) com outros indivíduos e com o meio ambiente.

Unir a falta de estímulo do sistema educacional em relação às ciências humanas, com esse desinteresse comum em querer investigar o lado não-contado de algo ou alguém pode sim ser prejudicial para o futuro! Já dizia Guimarães Rosa que “o animal satisfeito, dorme”! A satisfação nos conduz a um estado perigoso de tranquilidade, o que muitas vezes nos leva à chamada “preguiça intelectual”. E isso, muitas vezes, faz com que a sociedade se esqueça da história que carrega, da tradição que comporta, da importância que protege!

Não obstante ao que nos tem apresentado o sistema de ensino de muitos países, é preciso que seja disseminada na população a idéia de que não precisamos aceitar e concordar com tudo o que nos é apresentado, sem contestar, sem questionar! Nem todo ponto de vista deve ser unânime, cada um deve ter sua própria opinião e é muito bom que ela enxergue longe, alcançando horizontes até então desconhecidos, navegando por “mares nunca dantes navegados”! O problema é que capacitar a opinião pública a um agir político que reordene o fazer científico, isso só será possível se resgatarmos o saber humanístico em nossas instituições de ensino. E as disciplinas humanísticas, possuem em suas raízes históricas não apenas as condições, mas o dever de cooperar com este reposicionamento. Como bem afirmou o filósofo Nietzsche: “Nós somos mais livres do que jamais o fomos para lançar o olhar em todas as direções; nós não percebemos limite algum. Temos essa vantagem de sentir em volta de nós um espaço imenso - mas também um vazio imenso...” Martha, em seu texto, nos mostra o fenômeno da empatia como um antídoto poderoso para esses tempos de individualismo e uma ferramenta eficaz para uma vida melhor. A empatia, segundo Martha, consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva

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